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Zona Norte decidirá futuro político de Carlos Eduardo
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Natália quer Milklei Leite, do PV, como vice, mas vereador recusa
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Uma aula improvisada com o professor Cassiano Arruda Câmara
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Aplausos para Natália; vaias para Bonavides
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Já está nas bancas a 4ª edição de O POTENGI
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Jumária Mota é o nome da oposição para derrotar Júlio César
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Rombo de mais de R$ 9 milhões na previdência do município põe em xeque mandato do prefeito Augusto Alves
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Quincas Berro D’Água, de Sérgio Machado (Brasil, 2010)
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PSB nacional quer Silvanio Medeiros como vice de Natália Bonavides
O Partido Socialista Brasileiro (PSB) já tem seu nome para compôr a chapa de Natália Bonavides (PT), na condição de vice-prefeito. Ao menos se depender do presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, o nome socialista para a disputa de outubro será Silvânio Medeiros.
Silvanio, filiado ao PSB desde os anos 1990, é reconhecido por sua trajetória de lealdade ao PSB, pelo qual atuou por décadas na defesa das causas sociais, sobretudo junto às comunidades periféricas de Natal.
A carreira de Silvanio Medeiros teve início como presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES), quando liderou uma das mais notáveis gerações do movimento estudantil potiguar. Sua atuação o levou a ocupar a Secretaria Nacional de Juventude do PSB.
No âmbito da administração pública, Silvanio foi chefe de Ação Comunitária na Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social de Natal, assessor especial de Juventude no Governo do Estado do Rio Grande do Norte e como assessor parlamentar na Câmara dos Vereadores do Natal.
Silvanio Medeiros também fundou o Instituto Manamauê, através do qual implementou diversos projetos de empreendedorismo social, sua ação nas comunidades mais marginalizadas. Posteriormente, atuou na Fundação João Mangabeira (FJM), entidade ligada ao PSB.
O apoio de Carlos Siqueira sinaliza a guinada que o partido dá após a recente desfiliação do ex-deputado federal Rafael Motta, por muitos anos a principal liderança do PSB no RN.
Siqueira projeta para o estado um partido de dirigentes identificados com o PSB e leais ao comando nacional da sigla.
O dirigente do PSB que conversou com nossa redação reforçou também que o nome de Silvânio Medeiros reforçaria a chapa lulistas na capital onde ela é mais carente: entre as comunidades periféricas, nas quais a juventude sente a carência de políticas públicas efetivas.
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Jean Paul não deixará saudades em ninguém
A demissão do petista Jean Paul da presidência da Petrobras não foi surpresa pra ninguém. E a reação ao previsível anúncio de sua saída mostra que também não foi motivo de nenhum lamento.
Para o Rio Grande do Norte, deixa apenas muitos projetos mal desenhados e a marca de ter sido aquele que entregou à 3R Petroleum os campos do Polo Potiguar e a refinaria Clara Camarão. Bradava o slogan “A Petrobras fica no RN” enquanto – por inépcia ou negligência – permitia avançar o desmonte da empresa que um dia já foi a maior indústria de nosso estado.
Jean parece ter se dedicado mais a projetos menores e de interesse duvidoso que ao grande desafio da estatal neste momento: reconstruir a estrutura verticalizada que a tornou capaz de garantir o abastecimento e a competitividade do mercado de energia neste continente chamado Brasil.
Poucos dias após a demissão de Jean, surge a primeira boa notícia para a empresa em muitos anos: o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) interrompeu o plano de venda de refinarias, firmado em junho de 2019. É o caminho para a redução nas importações de combustível e a consequente redução de seus preços nas bombas.
Jean lançou aos ventos muitos projetos ambiciosos, todos eles para daqui a anos ou décadas. Sai da presidência da Petrobras sem realizar nada e deixa para trás apenas incertezas sobre o futuro das poucas iniciativas viáveis que poderiam beneficiar o RN.
Uma dessas, foi o Termo de Cooperação com o Instituto Senai de Energias Renováveis do RN (Senai-ER) para a construção de uma planta piloto de eletrólise. O valor total de R$ 90 milhões é insignificante se comparado com o que o estado tem perdido em empregos de qualidade e arrecadação devido ao abandono pela Petrobras de suas atividades em nossas terras. Ainda assim, pode representar um caminho para a retomada do setor de energia no RN.
Caberá agora ao governo e a nossos parlamentares a iniciativa de cobrar e criar as condições para que a Petrobras volte a desempenhar ao menos parte do papel decisivo que teve por aqui ao longo das últimas décadas.
Fátima terá a iniciativa necessária para fazer andar os projetos dos quais Jean Paul tanto falou e pelos quais tão pouco fez? Veremos.
Por ora, o pouco que se sabe sobre o impacto da demissão de Jean Paul nas terras potiguares é óbvio regozijo que alegrou até mesmo aos petistas.
Um deles nos lembrava, na sequência da queda de Jean, que seu histórico de vendedor de sonhos vem, ao menos, desde sua indicação à suplência na chapa de Fátima na disputa para o Senado em 2014.
Na ocasião, o petista noviço prometeu apoios decisivos. Apoios que o cerco a seu amigo e aliado Nestor Cerveró aparentemente teria inviabilizado. Ao menos foi essa a justificativa que o futuro senador dera à época. E ainda há quem se pergunte por que a governadora não usou de sua influência junto ao governo federal para defender o correligionário.
Jean saiu da Petrobras para voltar ao seu lugar de sempre, a consultoria a empresas privadas. Na política, é inviável e está só. Na história do RN, restará como um arrivista que chegou longe demais, vendeu muitos sonhos e deixou tudo se esvair nos ventos que não passam pelas eólicas.
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Giro na política: Mossoró, SGA, pesquisas e mais
Pesquisas e censura
É tênue, muito tênue, a linha que separa a perseguição judicial aos jornais (por patidos e candidatos insatisfeitos com os números das pesquisas) da pura e simples censura. Isso porque os políticos pagam seus advogados com dinheiro público. Já os jornalistas pagam do próprio bolso.
Falando em pesquisas…
Os levantamentos que têm sido divulgados em nossa capital insinuam que uma parcela significativa do eleitorado tem os olhos presos ao retrovisor. E preferem o que ficou pra trás, ainda que a paisagem seja feia.
Mossoró pegando fogo
O calor de Mossoró não é novidade. Nem o entusiasmo político de seus cidadãos. Mas o clima que ferve agora é outro. As rivalidades locais se acirraram nesta eleição municipal. É tiro saindo de todo lado.
Jogo feio ao norte do Potengi
Parece uma partida de várzea a disputa entre os três prefeitos ao norte do rio Potengi para ver qual deles é o pior gestor.
Eraldo Paiva, de São Gonçalo, Jussara Sales, de Extremoz, e Júlio César, de Ceará-Mirim fazem um jogo que é só caneladas. As três cidades levarão anos para se recuperar do atraso imposto pelas administrações desastrosas.
Tentando dominar a bola
Já o prefeito de Natal, Álvaro Dias, joga todas as suas fichas para entregar as obras que iniciou. Ele não conta com a mesma benevolência que concedem a sua colega, a governadora do estado. Ambos pegaram máquinas falidas e enfrentaram a pandemia. A diferença é que os eleitores de Álvaro exigem que ele entrege o que prometeu.
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Falta um adulto na mesa da centro-esquerda natalense
A derrota para Rogério Marinho em 2022 não bastou para a centro-esquerda aprender a dialogar como adulta e construir as bases para a vitória.
Em 2022, a centro-esquerda potiguar se dividiu na eleição para o Senado e para deputado federal. O resultado foi o PL, principal partido de oposição a Lula, elegendo um senador e quatro federais.
Em 2024, a centro-esquerda natalense repete os erros de sempre, priorizando a política pequena (recheada de intrigas e rancores) em detrimento da unidade que a tornaria competitiva.
Abandono a Carlos Eduardo
O primeiro passo da tragédia anunciada da centro-esquerda natalense em 2024 foi dado já nas últimas eleições.
Com a reeleição bem encaminhada, Fátima Bezerra decidiu dar o xeque-mate antes mesmo da abertura das urnas. Trouxe Carlos Eduardo para sua chapa como candidato ao Senado.
Escanteou Jean Paul, que segundo as pesquisas internas venceria a eleição com o apoio de Lula. Não buscou em momento algum o apoio de Rafael Motta para Carlos Eduardo. Julgou que Rafael estava blefando e o ignorou.
Chapão Fátima e Rogério
Na campanha, mesmo sem adversário, Fátima preferiu o caminho mais fácil para a reeleição no 1º turno: ignorou seu candidato a senador, Carlos Eduardo, e fez campanha com os prefeitos que apoiaram Rogério Marinho. O resultado foi previsível: Fátima reeleita no 1º turno e Rogério eleito senador.
Enfiando o pé
Logo após a eleição, o PT abandona Carlos, lança Natália para a prefeitura de Natal e força o então aliado a buscar outros caminhos.
A imaturidade de Natália
2023 começou marcado pelo rompimento público entre o prefeito de Natal, Álvaro Dias, e o senador eleito Rogério Marinho. O partido de Álvaro, Republicanos, faz parte da base do governo Lula. E Álvaro buscou aproximação com o PT para viabilizar as obras que deseja concluir em sua gestão.
Diante da sinalização pública de Álvaro de que poderia apoiar um candidato do PT para a sua sucessão, a resposta veio de forma infantil pela voz de Natália Bonavides e de seu vereador, Daniel Valença. Um deselegante “tranca” em Álvaro.
Pegou mal até em casa
As declarações de Natália irritaram até mesmo alguns dos mais importantes dirigentes do petismo no RN. E afastou de vez as chances de unir a base do governo Lula em 2024, na capital.
As picuinhas entre petistas e Rafael Motta
Em abril, o ex-deputado federal Rafael Motta deu entrevista ao Estadão. “Apesar da Natália ter uma intenção de voto maior, ela meio que chegou em um teto. E o problema é que ela tem muita rejeição. Em um provável segundo turno, é arriscado haver uma derrota, dependendo do adversário”, disse Rafael.
A declaração se deu no momento em que ele encerrou sua passagem relâmpago pela gestão de Álvaro Dias e se lançou pré-candidato à prefeitura de Natal. Foi, à época, a quarta pré-candidatura na base aliada de Lula: Natália Bonavides (PT), Carlos Eduardo (PSD), Joana Guerra (REP) e o próprio Rafael.
E piora
Para alegria dos blogueiros, o caso não ficou por isso.
No dia seguinte, em suas redes sociais, a vereadora petista Brisa Bracchi deu o troco em Rafael. “Quem chega diminuindo a adversária com críticas rasas é porque ainda está procurando seu lugar”, disse Brisa, que complementou: “É conveniente que Rafael Motta tenha saído da péssima gestão de Álvaro Dias e diga que Natália tem rejeição”.
O vereador de Natália, Daniel Valença, também deu sua resposta: “A companheira Natália Bonavides estará no segundo turno das eleições deste ano. E isso não depende do desejo de Rafael Motta”.
Resultado: portas fechadas para o o diálogo entre PT, PSB e Republicanos.
Quem ganha é Paulinho
Enquanto a centro-esquerda se divide em sua infantilidade, a centro-direita construiu a unidade em torno da pré-candidatura do deputado federal Paulinho Freire.
Paulinho avançou sobre as bases do governo Lula ao conquistar o apoio de Álvaro Dias. Depois, unificou a direita com o apoio de General Girão.
Democrático e com perfil moderno, Paulinho ainda foi decisivo para que se conseguisse os recursos necessários para a conclusão das importantes obras municipais em curso.
Enquanto isso, a centro-esquerda natalense…
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Giro na política: a dureza que é analisar política numa crise como a do RN atual
Quando eclodem graves crises sociais – como certamente é esta em que vivemos hoje em nosso amado RN – os trabalho de veículos como este jornal – que também se dedicam à análise política – fica, digamos, perigoso.
Não se trata exatamente do medo de sofrer ataques ou violência física. Esse risco, infelizmente, recai sobre os repórteres na linha de frente, aqueles que nos trazem as informações em primeira mão. Quem as comenta está menos inseguro.
Risco enorme também correm as pessoas que, não sendo da imprensa, ousam questionar o que acontece. Estão à mercê da retaliação bárbara dos intolerantes, cada vez mais banal.
O risco que nos cabe, aos analistas políticos, é bem menos terrificante. Mas exige também alguma atenção. Falo da patrulha que se forma nessas horas. Não preciso resgatar o diagnóstico de um país polarizado e radicalizado politicamente. Basta ter esse cenário em mente e acrescentar uma crise social que é claramente de contornos também políticos.
Temos dois grandes agrupamentos hoje na análise dos eventos que envolvem o RN. Um busca cobrar caro à governadora Fátima Bezerra por algo que não é de sua inteira responsabilidade. Há aí uma grande desproporção no trato. O outro, segue o caminho não oposto (pois ainda se achou outro a quem pôr a culpa), mas divergente. Trata-se de de por tudo culpar gestões anteriores ou conchavos inimigos que parecem nunca sair de moda.
Nessas horas, fica difícil fazer qualquer análise objetiva, pois tal leitura teria elementos de ambos os polos. Está claro que a maioria está mais preocupada em denunciar aquilo de que diverge do que em prestar atenção naquilo que pode convergir.
Sim, caro leitor, estou dizendo que a culpa também é sua.
É natural que a mídia governista passe pano e a oposicionista bata forte. Talvez seja até saudável. Mas a inexistência de uma análise objetiva e crítica nos dois sentidos, esta é de responsabilidade do público. Se houvesse quem lesse tais análises, certamente haveria uma corrida entre os profissionais para ocupar o novo nicho de mercado.
Sim, acredito na lei da demanda.
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Gustavo Negreiros não tá nem aí
por Girotto
Antipetista, radical, conservador, polêmico, provocador. Estas são algumas das palavras frequentemente usadas para se referir ao jornalista Gustavo Negreiros, autor do badalado blog que leva seu nome. Há também muitos que usam palavras menos lisonjeiras ao se referirem ao paladino do conservadorismo potiguar.
Negreiros chegou para nossa entrevista na exata hora que havíamos combinado, em uma doceria na qual logo demonstrou se sentir bastante à vontade.
Sentar-se ao lado dele em local público, ao menos nesta nossa capital, é uma experiência curiosa. As pessoas que até lhe ignoravam passam a franzir o cenho e mesmo a se inclinar um pouquinho para tentar ouvir o que falamos. Quer gostem ou não de nosso personagem da semana, não há natalense atento que nunca tenha dado uma espiada no blog do Gustavo Negreiros. Qual será o próximo chafurdo, talvez se perguntem enquanto fingem, com certa inépcia, não prestar atenção.
Era 31 de dezembro de 2018. Último dia do único mandato de Robinson Faria como governador do estado. “Tiro 10 dias de folga e depois procuro um emprego”, pensou Gustavo Negreiros, que encerrava ali sua história como servidor público. “Bato na porta da assembleia, da câmara, sei lá, até da prefeitura”, concluiu.
Alguns dias depois, comentou com um amigo sobre a decisão. “Deixa de besteira, que o blog lhe sustenta”, disse o outro. “Eu lhe arrumo o dinheiro pra você segurar os três primeiros meses”, disse ainda, para provar que falava sério.
Mas – embora generosa – a oferta não aceita por Negreiros. “No fim de janeiro eu já havia fechado várias parcerias e o blog estava viabilizado. Esse pessoal está comigo até hoje”, diz.
Enquanto fala, nosso personagem reveza entre olhar para o interlocutor e para o celular. Arrasta dedo sobre a tela, solta o dedo, dá uns cliques e faz uns tantos movimentos rotineiros. “Estou sempre trabalhando”, explica.
Antes de passar a viver do blog, em janeiro de 2019, Negreiros já atuava na imprensa e já mantinha o canal que seria doravante sua profissão principal.
Hoje Gustavo Negreiros divide seus dias entre o blog e o programa do qual participa, na 96 FM. “É o segundo programa de maior audiência do rádio no estado”, conta.
Os números de seu blog talvez sejam até mais impressionantes. Ele me passa seu celular para que eu dê uma olhada nas estatísticas de tráfego do Instagram do blog do Gustavo Negreiros. 38,7 milhões de impressões nos últimos 90 dias. Mais de 3,1 milhões de contas alcançadas – pouca coisa a menos que a população do RN.
“Com as críticas ao PT, ganhei um público fora do estado. O pessoal lê o blog porque quer opinião, então não faz diferença se estou em Natal ou Brasília”, diz.
No site do blog, os acessos frequentam mensalmente a casa dos 3 milhões.
“Amanheci louco, pode escrever aí, fui lá e fiz a merda.” Ele fala de 2012, quando votou num candidato do PT para a prefeitura de Natal, Fernando Mineiro.
Negreiros é conhecido por sua oposição feroz ao petismo, muitas vezes polêmica. “Não sou bolsonarista, de direita, nada disso. Sou conservador sim. Mas não sou fanático por Bolsonaro. Sou conservador? Aí sou mesmo”, explica, e logo admite que é mesmo antipetista. “A esquerda é antidemocrática. É a natureza deles. Querem regular tudo. Tudo o que se faz ou pensa eles querem controlar.”
Quanto à Bolsonaro, reconhece que sua maior virtude foi derrotar o PT e completa: “O grande erro de Bolsonaro foi não ter reconhecido a vitória de Lula logo no dia da eleição. Que teve muita manipulação, teve. Mas esse discursozinho de que as urnas são violáveis, isso é bobagem. Perdeu, pronto, perdeu”. Pergunto se foi o único erro do ex-presidente. Ele ri e gesticula, indicando que foram muitos. “Olha outro. Bolsonaro errou ao confrontar a grande imprensa com cortes de verba. Na vida da gente, temos que reagir quando querem acabar com a gente. Por isso acho que a Globo faz a parte dela [ao defender o lulismo e combater o bolsonarismo].”
Mais que ácido, muitas vezes no limite da inconsequência, Negreiros coleciona detratores e processos. “Já passam de 70 [processos]”, diz. O primeiro cancelamento, relembra, ocorreu comentou que o carnaval de Caicó seria para os excluídos. “Foi um fato social que quis relatar”, diz. Provando que após décadas de democracia no Brasil restou pouco sobre o que legislar, a Câmara de Vereadores de Caicó – por unanimidade – tornou o jornalista persona non grata.
“Errei. Pronto. Fui infeliz. Mas usaram politicamente. Não foi apenas pelo que disse, foi também pra me atingir, pra calar minha boca.” Ele fala da repercussão de suas declarações sobre a ativista ambiental Greta Thunberg, em 2019. “Perdi dois programas e dois patrocinadores. Ah, vai se suicidar, disseram. Mas tirei aquele dia para me lamentar e na manhã seguinte, às seis, já tava feito um louco lutando, me defendendo. E por isso devo ser grato à direita e aos bolsonaristas. Foram eles que me defenderam e me ajudaram a voltar. Falei besteira e pedi desculpas. Pronto.”
O episódio foi o momento baixo da carreira de Gustavo Negreiros. Passados cinco anos, ele ainda lida com as consequências das palavras impensadas, mas parece estar bem com isso, em seu íntimo.
“240 urubus”, diz. Fala dos jornalistas que promoveram intensa campanha contra ele no caso Greta. “Todos eles juntos não têm metade da minha audiência.”
Esta parece ser a barricada de Gustavo Negreiros. Com uma ampla cartela de clientes, ele resume sua liberdade e autonomia em uma frase: “Eu dou audiência”.
“Sou lido pelos que ganham mais, esse é meu público. A pessoa é de direita, tem certo padrão de vida”, diz. Mas haveria tantas pessoas bem de vida no estado que lhe rendessem o público que possui? “Tem muita gente, mas realmente não tantos assim.”
Neste mês de junho, Negreiros lançará seu 2º livro de contos. Os contos que escreve se tornaram febre no estado ao revelar o cotidiano de ambientes públicos. Uma de suas séries mais celebradas é a que trata do Villa Brasil, um conjunto habitacional ao qual o autor conferiu a alcunha de Faixa de Gaza.
“Villa Imperial, com dois L”, explica. “Um pobre não pode comprar casa ali. Mas ainda assim a diferença social entre a Villa e o Porto Brasil é abissal. É só isso que exploro, é uma diferença que é sentida por eles. E os sentimentos que envolvem as pessoas de lá. Falo do que é do meu meio, não vou falar de favela, não conheço o bastante e nem devo ter leitores lá.”
Os apelidos são outra das marcas distintivas do estilo de Negreiros. Enquanto “bola de rir”, o cronista potiguar escreve suas análises da atuação de políticos potiguares. General Girão vira Sargento Pincel; Natália Bonavides, Patricinha Bolivariana; o vereador Daniel Valença, é O Oleoso; Isolda, a Estridente. O catálogo é extenso e eventualmente precisa ser atualizado.
“Eu chamava aquela nulidade de O Derrotadíssimo Mineiro. Mas os fatos são os fatos. Como ele foi eleito em 2022, parei de usar. Aí ele agiu daquela forma no aeroporto e naturalmente surgiu um substituto: o Violento Mineiro.”
Negreiros confessa sentir saudades de alguns de seus personagens. “Eu gostava muito do Risonho e Elegante Antenor Roberto. Era um personagem divertido. Mas agora ele voltou à irrelevância de sempre, e eu não tenho porque escrever sobre esse personagem tão caricato”, diz.
Mais conhecido por seu antipetismo visceral, Negreiros tem revelado também um lado que os petistas – lá no íntimo e em silêncio – devem apreciar: o de crítico social.
Aproxima-se a hora do programa do qual Negreiros compõe a bancada, de segunda a sexta, na 96 FM. Avanço para um tema de especial interesse. Negreiros se consideraria um reformador social? Sobretudo seus contos trazem uma visão ácida e crítica dos costumes e valores da sociedade potiguar. Mas ele logo descarta a ideia.
“Não quero convencer ninguém”, diz. “Escrevo bolando de rir. Pensando na reação do cara quando estiver lendo aquilo. Não vou mudar o mundo com meus valores. Não tenho paixões culturais. Família? Estou no terceiro casamento. Lá vou defender essas coisas? Me interesso mais pela economia.”
“É isso que quero dizer quando falo que um professor de história é mais perigoso para um jovem do que um traficante. Todos esses valores impostos com ar professoral, como verdades absolutas. Não quero nenhuma atividade política. Só quero opinar. Já disse, escrevo bolando de rir”, conclui.
“Detesto cultura alternativa, essa coisa de rústico. Me sinto deslocado”, conta, quando a conversa já vai se encerrando. Gustavo explica que prefere segmentar a vida para ficar perto de quem pensa parecido com ele. “Frequento lugares assim, onde as pessoas são parecidas comigo, pensam parecido comigo.” Pergunto se isso não limita suas experiências e perspectivas. Ele nega.
“Detesto cultura alternativa, essa coisa de rústico. Me sinto deslocado. Não tenho o que fazer nesses ambientes nem gosto das pessoas que estão lá. Prefiro aproveitar meu tempo onde me sinto bem.”
“Dizem que em algum lugar, parece que no Brasil, existe um homem feliz.”
A frase acima é atribuída ao poeta russo Vladimir Maiakovski. Não perguntei se Gustavo lê Maiakovski, sequer julguei necessário.
Gustavo acorda às 4h da manhã e já começa a devorar tudo o que é publicado. Garante que lê todas as milhares de mensagens que recebe diariamente e ainda acompanha todos os canais de notícias. Logo cedo, vai à academia, necessidade de um diabético que quer se manter na linha.
Casado, fala com satisfação e indisfarçado orgulho da esposa e dos filhos. “Tenho uma vida muito feliz. Nunca sonhei em viver como vivo”, conta.
Do nada, Gustavo se levantou e avisou que tinha que sair, o programa na 96 FM começaria em breve. Ainda lhe perguntei se gostaria de conferir a transcrição de suas declarações antes que as publicasse. Já na porta, o sujeito sorridente deu com as mãos, em negativa. Antes de sumir ainda disse “tô nem aí”.
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Lula demite Jean Paul Prates da Petrobras e sugere incompetência
Terminou a queda de braço entre Jean Paul Prates e Rui Costa. Venceu o baiano, que derrubou o carioca/potiguar e indicou sua provável sucessora.
Nesta terça-feira, o presidente Lula comunicou a Jean Paul Prates sua demissão do comando da Petrobras. A decisão foi tomada durante uma reunião no Palácio do Planalto, que contou com a presença dos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.
Segundo informações apuradas pelo Estadão/Broadcast, a justificativa para a demissão de Prates foi a “demora de entrega de promessas”, refletindo a insatisfação do governo com o ritmo de implementação dos projetos da empresa.
Jean Paul Prates, que assumiu a presidência da Petrobras em janeiro de 2023, enfrentou críticas internas pela lentidão na execução de iniciativas estratégicas, especialmente aquelas relacionadas à encomenda de navios aos estaleiros brasileiros. A falta de celeridade na concretização desses projetos foi um dos principais pontos de tensão entre a diretoria da Petrobras e o governo federal.
Para substituir Prates, Lula deve indicar Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A indicação de Chambriard é outra vitória do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
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IERNs: Tão distante das promessas
Em julho de 2021! Foi quando a governadora Fátima Bezerra (PT) anunciou com pompa, em suas redes sociais, a criação de 12 unidades do Instituto Educacional do Rio Grande do Norte (IERNs). Na postagem, Fátima prometeu entregar as escolas até o fim de 2022, ano em que viria a concorrer pela reeleição, saindo vitoriosa já no 1º turno.
O anúncio dizia que seriam investidos R$ 400 milhões no novo projeto – parte do R$ 1 bilhão que Fátima disse na campanha de 2022 ter nos cofres do Estado para investimentos.
Contudo, 2022 passou e, um ano e quatro meses depois, nenhum dos IERNs foi entregue.
Os 12 campi do IERN seriam construídos em Natal, Touros, São José de Mipibu, Tangará, Santana do Matos, Jardim de Piranhas, Campo Grande, Umarizal, Alexandria, São Miguel, Mossoró e Areia Branca.
O projeto dos IERNs fazia parte do Programa Nova Escola Potiguar (PNEP) , mais um dos grandes anúncio feitos pelo governo e deixados de lado. Além das 12 novas escolas, estavam previstas as reformas de tantas outras. Leia na página 14 a atual situação de uma dessas escolas.
Eram 12, agora são 9
No anúncio em suas redes sociais, Fátima Bezerra prometeu que os 12 campi dos IERNs seriam “construídos e mantidos pelo governo do Rio Grande do Norte”. E que eles teriam o mesmo padrão do IFRN.
O tempo passou e, no último dia 12 de março (após não entregar sequer uma unidade dos IERNs), Fátima anunciou – novamente como uma grande conquista – que repassaria três das 12 unidades do IERN para o governo federal.
Não ocasião, o governo fez circular a notícia de que os três campi, que agora pertenceriam ao IFRN, teriam “gestão compartilhada” entre os governos federal e estadual. Mas o fato foi logo desmentido pelo próprio reitor do IFRN, professor José Arnóbio, que declarou a O Potengi que “para que possamos atuar nessas sedes, é preciso a transferência total da nominalidade dos terrenos e estruturas para nossa instituição”.
Dos 12 IERNs prometidos, Fátima não entregou sequer um. E já se desfez de três deles antes mesmo de concluir.
E o prometido “padrão federal”?
Quanto à promessa de abrir escolas no “padrão IFRN”, mais uma vez a propaganda do governo foi enganosa. O fato foi evidenciado também por ocasião da transferência das unidades para o governo federal.
Na entrevista que nos concedeu, o reitor do IFRN se disse “orgulhoso e otimista com a possibilidade de expandir a atual rede do IFRN”, que já conta com 22 campi em todas as regiões do RN. Contudo, salientou que há diversos problemas em relação ao projeto do governo do estado.
Um primeiro aspecto a ser sanado, diz Arnóbio, refere-se às estruturas físicas dos prédios projetados pelo governo do RN para os IERNs. “Por exemplo, em uma avaliação preliminar, vimos que o projeto atual só comporta 3 laboratórios. Necessitamos de 4 laboratórios apenas para o ensino propedêutico”, disse o reitor. (O ensino propedêutico é aquele que engloba as disciplinas da formação regular, excluídas as disciplinas técnicas e profissionalizantes.)
“Não teremos duas classes distintas de escola e de alunos. Isso não é admissível por nós. A comunidade de professores e profissionais do IFRN tem um compromisso inegociável com a oferta de uma educação de excelência para todos os seus alunos. Jamais aceitaremos dividir nossos alunos entre os que têm e os que não têm acesso ao ensino que nos propomos a ofertar”, complementou o professor Arnóbio.
Eram fake, os IERNs?
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Blog do Girotto: Reitor Arnóbio diz que prédios dos IERNs não estão preparados para receber cursos do IFRN
Em entrevista ao Blog do Girotto, o professor José Arnóbio – reitor do IFRN – afirmou que, caso se concretizem os planos de instalação de 3 novos campi da instituição no estado, as unidades serão geridas exclusivamente pelo IFRN.
Arnóbio disse ao blog que não sabe de onde partiu a falsa informação de que haveria nestas 3 unidades um modelo de gestão híbrida, compartilhada entre o IFRN e o governo do estado. “Para que possamos atuar nessas sedes, é preciso a transferência total da nominalidade dos terrenos e estruturas para nossa instituição”, afirmou o reitor.
Estruturas dos IERNs precisarão ser readequadas para os IFRNs
Arnóbio se diz orgulhoso e otimista com a possibilidade de expandir a atual rede do IFRN, que já conta com 22 campi em todas as regiões do RN. Contudo, salienta que ainda é preciso sanar diversos problemas.
Um primeiro aspecto a ser enfrentado, diz Arnóbio, se refere às estruturas físicas dos prédios projetado pelo governo do RN para os IERNs.
“Por exemplo, em uma avaliação preliminar, vimos que o projeto atual só comporta 3 laboratórios. Necessitamos de 4 laboratórios apenas para o ensino propedêutico”, disse o reitor. (O ensino propedêutico é aquele que engloba as disciplinas da formação regular, excluídas as disciplinas técnicas.)
“Não teremos duas classes distintas de escola e de alunos. Isso não é admissível por nós. A comunidade de professores e profissionais do IFRN tem um compromisso inegociável com a oferta de uma educação de excelência para todos os seus alunos. Jamais aceitaremos dividir nossos alunos entre os que têm e os que não têm acesso ao ensino que nos propomos a ofertar”, complementou.
Reitoria construirá diálogo com o MEC por reestruturação do projeto
O projeto do governo federal de assumir 3 unidades dos IERNs que o governo do RN não tem condições de manter foi anunciado no último dia 12, uma terça-feira.
Questionamos o professor Arnóbio sobre a data na qual ele teria sido comunicado da decisão, e ele nos informou que soube que assumiria as 3 novas unidades no dia 8 de março, apenas 4 dias antes do anúncio.
Arnóbio não quis comentar nossos questionamentos sobre a forma aparentemente irresponsável com que os governos federal e estadual deliberaram e anunciaram tal medida. O professor preferiu apenas reafirmar que “o IFRN está radiante com a possibilidade de expandir sua presença para 3 novas e importantes cidades e suas regiões. Faremos de tudo para assegurar que as condições necessárias para isso sejam atendidas”.
Arnóbio aproveitou para comunicar que o IFRN terá, nos próximos dias, conversas com as prefeituras das cidades atendidas e com o governo do RN. Um diálogo com o Ministério da Educação também é esperado para breve.
“Podem confiar que não haverá isso de duas categorias diferentes de IFRN. Nossos alunos terão todos acesso à mesma educação de excelência que ofertamos desde 1909, quando ainda éramos a Escola de Aprendizes Artífices”, disse o reitor do IFRN. E no IFRN a sociedade potiguar apendeu a confiar.
Fonte: Blog do Girotto
por Angelo Girotto
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Luciano Nascimento à frente de nova pesquisa para vereador em Natal
Único vereador na base do candidato Carlos Eduardo (PSD), Luciano desponta na corrida para ser o mais votado em 2024
O vereador do PSD Luciano Nascimento apareceu em primeiro lugar no levantamento do Instituto DataVero divulgado pela 98 FM na noite de ontem (9). Com 1,5% das intenções de voto (15 citações), ele aparece à frente de Herberth Sena (1,1%), Eribaldo (1,0%), Raniere Barbosa (1%), Anny Lagartixa e Daniel Arruda(0,9%).
Luciano esteve ao lado do candidato que lidera as pesquisas para a prefeitura de Natal desde o começo das articulações. Agora, colhe os louros do pioneirismo e da disposição de correr o risco de montar uma chapa sem grandes puxadores de votos.
A pesquisa 98FM/DataVero ouviu 1.000 eleitores em Natal entre os dias 5 e 6 de agosto. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou menos, com intervalo de confiança de 95%. O registro na Justiça Eleitoral é o RN-05348/2024.
Uma resposta para “Luciano Nascimento à frente de nova pesquisa para vereador em Natal”
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A campanha já vai começar; que comece o debate
No último sábado (3) se encerrou, na prática, o período de convenções eleitorais em Natal. Temos as chapas majoritárias definidas, após meses de especulações e negociações de toda sorte. No dia 16, as campanhas ganham oficialmente as ruas e chegam à rede de rádio e televisão no dia 30.
Os bandeiraços, comícios e carreatas vão começar. Mas será que terá início o debate acerca dos projetos dos candidatos para enfrentar os enormes desafios que atrasam o progresso de nossa capital?
Caso mantenha-se o atual nível das discussões, podemos aguardar uma campanha de baixo nível e nada propositiva. Há uma clara tendência em todo o país pela polarização ideológica das eleiçẽs municipais, o que pode reforçar a tendência natural ao vazio de ideias (leia o artigo Ismênio Bezerra sobre o tema).
Certamente os temas morais e os ataques darão o tom das primeiras semanas. E se as pesquisas não indicarem reação dos eleitores, este será o único tom da campanha.
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Com Jacó vice, Carlos Eduardo revela que espera encarar Paulinho Freire no 2º turno
A semana foi de definições nas alianças que disputarão a eleição pela prefeitura de Natal no próximo dia 6 de outubro; Paulinho Freire (União) já havia definido Joanna Guerra (REP) como vice; Natália Bonavides (PT) confirmou ao seu lado Milklei Leite (PV); Rafael Motta (Avante) anunciou o correligionário José Odon Abdin; por fim, Carlos Eduardo se decidiu por Jacó Jácome como vice, ambos são do PSD
O último capítulo da novela dos vices que marcou a pré-campanha à prefeitura de Natal foi protagonizado por Carlos Eduardo. Liderando as pesquisas, Carlos flertou abertamente com o prefeito Álvaro Dias, em busca de uma aliança que poderia sacramentar o desfecho da eleição já no 1º turno. Ocorreu que Álvaro preferiu o matrimônio com Paulinho Freire, indicando Joanna Guerra para sua vice.
Depois, houve um noivado com Kelps Lima (SDD). Mas a este cansou de esperar pelo anel e partiu em busca de novos pares, pra não ficar para titia.
Rafael Motta até do comando do PSB potiguar desistiu, buscando a unidade de seu campo em uma candidatura alternativa à de Natália, que julga ter limites impeditivos.
Mas a escolha foi por Jacó Jácome, também do PSD. Com a escolha, Carlos fez uma aposta clara naquilo que espera enfrentar no 2º turno.
Álvaro traria a Carlos aqueles 10% a 15% que a máquina do Executivo tem em todas as eleições. Já Kelps somaria com a experiência e a capacidade de articulação que faltam ao grupo reduzido do 4 vezes ex-prefeito. E Rafael reforçaria Carlos na disputa pelos votos da centro-esquerda e da juventude.
Jacó Jácome é outra coisa. Evangélico da Assembleia de Deus, teve no pastor-presidente da igreja seu principal articulador para a vice. Chega com a promessa de reforçar as hostes carlistas junto ao eleitorado conservador. E por que Carlos optou por se reforçar justamente nesse segmento? Paulinho Freire.
O candidato do União Brasil, Paulinho Freire, conseguiu unir a centro-direita natalense em torno de seu projeto. Conta com fortes legendas em sua coligação, como Republicanos, PL, PSDB, PP, Podemos e Solidariedade. Terá o apoio fundamental de grande parte do segmento evangélico e muito, mas muito mais tempo de televisão. Sem contar com a força de Álvaro Dias, que mostrou na campanha de Rogério Marinho ao Senado que ainda tem o que jogar.
Do outro, como possível oponente no 2º turno, está Natália, cuja candidatura resiste a se firmar. Contando com a repetição local da polarização nacional que opõe lulistas e bolsonaristas, o PT pode acabar novamente sendo tragado pela força de Carlos junto ao eleitorado progressista da capital. Some-se a isto os 72% de desaprovação conferidos ao governo de Fátima Bezerra na última pesquisa Ranking / O Potengi para Natal. Aí teremos um cenário que parece confirmar as expectativas de Carlos Eduardo de enfrentar Paulinho Freire no 2º turno.
O desafio de Carlos, por paradoxal que pareça, será chegar ao 2º turno. Consolidado nas bases da centro-direita, Paulinho tem sua vaga bem encaminhada. E se Natália decolar, poderá abrir uma sangria nos votos de esquerda que hoje vão em grande número para o ex-prefeito.
Com a intensificação da campanha e reconhecimento pelos eleitores de que Carlos e Álvaro estão em palanques diferentes, será natural a migração de parte de seus votos. A última pesquisa que considerou “Candidato de Álvaro Dias” como opção também registrou que ⅔ dos que declararam votar no candidato do prefeito também declararam votar em Carlos. Isso totalizaria 10% das intenções de voto totais, que respondem por mais de 1⁄4 do desempenho atual de Carlos nas pesquisas.
É de se esperar que uma parcela destes 10% dos eleitores que identificam Carlos como o candidato de Álvaro reconsidere sua decisão com o início da campanha oficial. Do outro lado do espectro ideológico, segue a incerteza sobre o comportamento do eleitor de esquerda. Ele irá com Carlos, como já foi em outras três ocasiões, inclusive quando derrotou Luiz Almir tendo Micarla como vice? Ou ele será cativado pela campanha de Natália, que ainda aguardamos para saber o que será?
De certo, só uma coisa: Carlos Eduardo optou por uma chapa puro sangue com um ex-deputado da igreja evangélica porque acredita que estará no 2º turno e aposta suas fichas que, no dia 27 de outubro, enfrentará nas urnas o candidato da direita, Paulinho Freire.
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Olha Fátima indo, olha Fátima vindo
Se tem uma pessoa neste nosso agraciado RN, é a governadora Fátima Bezerra. Se livrou dos moídos nas convenções dos partidos aliados em Natal, escapou de levar vaia na Festa de Festa de Sant’ana, em Caicó, passou longe do chororô dos prefeitos do interior em suas convenções e – de quebra – tomou um bom vinho em Paris.
Na última terça-feira (23) ela cruzou o Atlântico em busca da paz do velho mundo. A mensagem enviada à Assembleia Legislativa informou que ela faria uma “viagem oficial a Paris, na França, no período de 23 a 30 de julho de 2024”. Vai acompanhar de perto as Olimpíadas de 2024, com direito a bordado potiguar e à zagueira Antônia Silva, também da terrinha.
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Desânimo do eleitor reflete vazio de ideias na política
No fim das contas, a culpa é mesmo do eleitor. Afinal, é nisso que se baseia a democracia, na noção de que cada cidadão é responsável pela condução dos interesses coletivos a partir do exercício do voto.
O problema começa a ficar mais cinza quando nos defrontamos com os meios que tem o eleitor para julgar e decidir.
Não bastasse a maior parte da vida da maioria das pessoas ser consumida pelas atividades essenciais para a mera sobrevivência, há ainda um forte desestímulo institucional à participação. Campanhas de 45 dias mesmo para municípios com centenas de milhares de habitantes dão a mostra disso.
Outro fator que pesa é a falta de diferença entre os discursos dos candidatos. Vereador costuma defender interesses locais e ações pontuais – e suas bases, claro. Postulantes ao executivo se escondem atrás das assessorias e do marketing, que ao medir o gosto do eleitor promove o nivelamento no vazio. E assim, quem prestará atenção?
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