• Desconstruindo o belo

    Nunca tinha pensado nisso, mas sempre achava esquisito a arte sem estética, despertando emoções negativas, mas quem sou eu para questionar? Até que, conversa vai, conversa vem, me encontro no meio do debate. É uma forma de doutrinação, desconstroem o belo. E por que? Pergunto. Uma das respostas está nesse pequeno trecho

    “Para os antigos, como Platão e Platino, o belo era um fim em si mesmo, um valor final, um absoluto – ou seja, razão suficiente para que busquemos alguma coisa, assim como buscar o que é verdadeiro e buscar o que é bom.”

    Dessa maneira, querem que sigamos num caminho por onde não chegaremos à verdade e ao que é bom. A pauta é para que nos tornemos seres sem objetivos, marionetes mesmo, que vivamos no coletivo, sem desejos individuais, enfim, sem esperança. Há método nisso tudo? Há objetivo real? A desconstrução da beleza é um movimento espontâneo ou imposto?

    Em busca dessas respostas ando caminhando e li um pouco sobre isso dias atrás. Impera atacar particularmente a beleza, capaz de levar o homem à contemplação, ao espiritual, até seu Deus. Não seria possível levar adiante o igualitarismo sem tirar o poder de atração ao bem e uma das formas de fazê-lo seria através da desconstrução estética para mudar a ética. Uma arte cheia do horrendo muda uma mentalidade.

    Mensagens subliminares ou slogans patentes para veicular uma ideologia e edificar a utopia. A visualização da beleza traz o ser humano para cima, para o transcendente, e o faz consciente da sua “feiura”, seus defeitos e o insta a melhorar.

    A sociedade “moderna”, não querendo sair do lamaçal que vem chafurdando, termina por atacar e destruir a beleza para que não se sinta obrigada a mudar. Entendo isso também pelo lado político: quanto mais sem objetivos, sem sentido, sem desejos, sem alvos estiver uma sociedade, mais facilmente será ela manipulada. Eis algumas respostas, pensemos sobre isso!


  • Desejo e saciedade: como criamos uma geração frustrada

    A noite passou em claro e me vieram à cabeça as teorias do desejo. Desde algum tempo que raciocino sobre os quesitos saciedade e desejo. Acabei elaborando uma teoria baseada no afeto maternal, pois sempre achei esquisito aqueles bebês depositados no fundo das redes a chorar copiosamente sem serem atendidos. Imaginei que muito da subserviência e da passividade do nosso povo tivesse a ver com aquilo.

    Pensei então que as campanhas de aleitamento e o dogma “chorou bota no peito” pudessem criar uma geração mais lutadora pelos seus direitos. Aí, aconteceu a surpresa, pois exageraram. Hoje, temos gente esbarrotada de direitos, porém insaciável de desejos, e, assim, frustrada e revoltada. Seria a falta do meio termo?

    Então, comecei a ler um pouco sobre o assunto e suas teorias. Segundo Freud, o desejo por algo é a marca psíquica deixada pela vivência de uma satisfação anterior que acalmou uma necessidade, como a fome no bebê. Isso também pode se aplicar aos relacionamentos amorosos. Aquilo que já se teve como experiência positiva tende a ser sempre desejado novamente.

    Porém, há outras teorias. Um exemplo é a mimética de Girard, que explica o desejo pela cobiça, pelo mesmo objeto que o outro possui. A pessoa que se abstrai da inveja e da cobiça tem seus desejos baseados apenas nas experiências já vividas por si ou relatadas por outros.

    Há ainda os malucos que têm seus desejos movidos por fantasias, pelo imaginário.

    E não podemos esquecer dos insaciáveis que também são malucos né?
    Refletindo sobre essas ideias, me coloco na primeira categoria, a dos que desejam o já experimentado por mim ou por outrem. E você, onde se vê?




O Potengi

Portal de notícias e conteúdos do Rio Grande do Norte



Kyvia Mota