No fim das contas, a culpa é mesmo do eleitor. Afinal, é nisso que se baseia a democracia, na noção de que cada cidadão é responsável pela condução dos interesses coletivos a partir do exercício do voto.
O problema começa a ficar mais cinza quando nos defrontamos com os meios que tem o eleitor para julgar e decidir.
Não bastasse a maior parte da vida da maioria das pessoas ser consumida pelas atividades essenciais para a mera sobrevivência, há ainda um forte desestímulo institucional à participação. Campanhas de 45 dias mesmo para municípios com centenas de milhares de habitantes dão a mostra disso.
Outro fator que pesa é a falta de diferença entre os discursos dos candidatos. Vereador costuma defender interesses locais e ações pontuais – e suas bases, claro. Postulantes ao executivo se escondem atrás das assessorias e do marketing, que ao medir o gosto do eleitor promove o nivelamento no vazio. E assim, quem prestará atenção?