Giro na política: a dureza que é analisar política numa crise como a do RN atual

Quando eclodem graves crises sociais – como certamente é esta em que vivemos hoje em nosso amado RN – os trabalho de veículos como este jornal – que também se dedicam à análise política – fica, digamos, perigoso.

Não se trata exatamente do medo de sofrer ataques ou violência física. Esse risco, infelizmente, recai sobre os repórteres na linha de frente, aqueles que nos trazem as informações em primeira mão. Quem as comenta está menos inseguro.

Risco enorme também correm as pessoas que, não sendo da imprensa, ousam questionar o que acontece. Estão à mercê da retaliação bárbara dos intolerantes, cada vez mais banal.

O risco que nos cabe, aos analistas políticos, é bem menos terrificante. Mas exige também alguma atenção. Falo da patrulha que se forma nessas horas. Não preciso resgatar o diagnóstico de um país polarizado e radicalizado politicamente. Basta ter esse cenário em mente e acrescentar uma crise social que é claramente de contornos também políticos.

Temos dois grandes agrupamentos hoje na análise dos eventos que envolvem o RN. Um busca cobrar caro à governadora Fátima Bezerra por algo que não é de sua inteira responsabilidade. Há aí uma grande desproporção no trato. O outro, segue o caminho não oposto (pois ainda se achou outro a quem pôr a culpa), mas divergente. Trata-se de de por tudo culpar gestões anteriores ou conchavos inimigos que parecem nunca sair de moda.

Nessas horas, fica difícil fazer qualquer análise objetiva, pois tal leitura teria elementos de ambos os polos. Está claro que a maioria está mais preocupada em denunciar aquilo de que diverge do que em prestar atenção naquilo que pode convergir.

Sim, caro leitor, estou dizendo que a culpa também é sua.

É natural que a mídia governista passe pano e a oposicionista bata forte. Talvez seja até saudável. Mas a inexistência de uma análise objetiva e crítica nos dois sentidos, esta é de responsabilidade do público. Se houvesse quem lesse tais análises, certamente haveria uma corrida entre os profissionais para ocupar o novo nicho de mercado.

Sim, acredito na lei da demanda.



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Quando eclodem graves crises sociais – como certamente é esta em que vivemos hoje em nosso amado RN – os trabalho de veículos como este jornal – que também se dedicam à análise política – fica, digamos, perigoso.

Não se trata exatamente do medo de sofrer ataques ou violência física. Esse risco, infelizmente, recai sobre os repórteres na linha de frente, aqueles que nos trazem as informações em primeira mão. Quem as comenta está menos inseguro.

Risco enorme também correm as pessoas que, não sendo da imprensa, ousam questionar o que acontece. Estão à mercê da retaliação bárbara dos intolerantes, cada vez mais banal.

O risco que nos cabe, aos analistas políticos, é bem menos terrificante. Mas exige também alguma atenção. Falo da patrulha que se forma nessas horas. Não preciso resgatar o diagnóstico de um país polarizado e radicalizado politicamente. Basta ter esse cenário em mente e acrescentar uma crise social que é claramente de contornos também políticos.

Temos dois grandes agrupamentos hoje na análise dos eventos que envolvem o RN. Um busca cobrar caro à governadora Fátima Bezerra por algo que não é de sua inteira responsabilidade. Há aí uma grande desproporção no trato. O outro, segue o caminho não oposto (pois ainda se achou outro a quem pôr a culpa), mas divergente. Trata-se de de por tudo culpar gestões anteriores ou conchavos inimigos que parecem nunca sair de moda.

Nessas horas, fica difícil fazer qualquer análise objetiva, pois tal leitura teria elementos de ambos os polos. Está claro que a maioria está mais preocupada em denunciar aquilo de que diverge do que em prestar atenção naquilo que pode convergir.

Sim, caro leitor, estou dizendo que a culpa também é sua.

É natural que a mídia governista passe pano e a oposicionista bata forte. Talvez seja até saudável. Mas a inexistência de uma análise objetiva e crítica nos dois sentidos, esta é de responsabilidade do público. Se houvesse quem lesse tais análises, certamente haveria uma corrida entre os profissionais para ocupar o novo nicho de mercado.

Sim, acredito na lei da demanda.


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