• Álvaro tem razão: 2º turno será entre Paulinho e Natália

    Vantagem de 15,6% sobre o 2º colocado dá a impressão de uma campanha fácil para Carlos Eduardo (PSD), mas Paulinho Freire (União) e Natália Bonavides (PT) têm a seu favor a tendência de uma disputa intensa até 6 de outubro

    Faltando treze semanas para o 1º turno das eleições municipais, a pré-campanha na capital potiguar parece apática. Mas sob a aparência modorrenta, prepara-se uma das disputas mais acirradas pela prefeitura de Natal desde 2004, quando Carlos Eduardo e Micarla de Sousa derrotaram Luiz Almir no 2ª turno por apenas 14 mil votos.

    Como aferido pela pesquisa O Potengi / Ranking de 30 de junho, o líder está a cerca de 5% de alcançar a vitória no 1º turno, mas sua jornada não será fácil.

    Desconsiderando os votos da Zona Norte, a vantagem de Carlos Eduardo para o segundo colocado na pesquisa, o deputado federal Paulinho Freire, despenca de 15% para 8%. A concentração dos votos em Carlos na Zona Norte é tal que para cada dois votos nesta região ele tem apenas um nas demais três zonas da cidade.

    O efeito das chuvas

    As fortes chuvas que antecederam o inverno no RN levaram ao transbordamento de quatro lagoas de captação em Natal, três delas na Zona Norte (Santarém, Panatis e Jardim Primavera) A excessão foi a lagoa São Conrado,  em Nazaré.

    Não à toa, é também na margem setentrional do rio Potengi que se concentra a desaprovação ao prefeito Álvaro Dias. Caso o prefeito queira melhorar seus índices, uma boa pedida é reforçar a atenção dada às obras de ampliação da capacidade de drenagem das lagoas, que já estão em curso.

    Carlos no caminho do Brasil contemporâneo

    O Brasil viveu importantes mudanças no comportamento dos eleitores a partir dos protestos de junho de 2013. Já no ano seguinte, a onda conservadora que ali nasceu quase elege Aécio Neves e derrota Dilma Rousseff (arrisco dizer que, se o 2º turno de 2014 ocorresse uma semana antes ou depois, Aécio sairia vitorioso).

    Da derrota da direita em 2014, e da incapacidade desta em canalizar a crescente revolta popular, emergiu o bolsonarismo. Por seu lado, o lulismo – que é ancorado nos votos dos grotões e nos segmentos de menor renda e escolaridade – avançou em sua rendição ao discurso identitário que (tal qual o bolsonarismo) faz dos costumes sua pauta central.

    Natal enfrenta há décadas graves problemas que ainda carecem de solução, e isso certamente estará na mente dos eleitores em outubro. Contudo, a força da polarização ideológica também se fará sentir, e com força.

    Durante toda a campanha, à direita de Carlos estará Paulinho Freire, que busca atrair o bolsonarismo e reforçar sua liderança nos setores mais moderados da direita e do centro. À sua esquerda, Natália e sua militância, que hegemonizam a esquerda identitária da capital, um segmento que tem grande influência no debate público, sobretudo a partir das redes sociais.

    À medida que a campanha ganhe corpo, esses dois campos (que praticamente dividem hoje o país ao meio) só terão um mercado a explorar, o centro, onde Carlos tenta se equilibrar e resistir.


  • Prefeito Augusto Alves enfrenta pedido de impeachment por crime de responsabilidade

    Rombo nas contas da previdência dos servidores de Tangará já ultrapassa os R$ 9 milhões de reais; desviando os recursos que deveriam ser pagos ao fundo previdenciário, o prefeito interino augusto Alves está agora na iminência de perder o mandato

    O prefeito de Tangará, Augusto Alves, enfrenta agora um pedido de impeachment apresentado à Câmara de Vereadores da cidade sob a alegação de ter cometido crime de responsabilidade.

    Após assumir interinamente a prefeitura, sendo vice do ex-prefeito Dr. Airton (afastado do cargo pela Justiça devido a um processo de interdição levado a cabo por seu filho), Augusto Alves não teria realizado um único pagamento referente aos valores devidos à previdência dos servidores do município.

    “Estamos diante de uma situação alarmante. Se essa dívida não for sanada, os aposentados e pensionistas poderão ficar sem receber seus benefícios num futuro bem próximo”, afirmou Gilson Filho, presidente do sindicato dos servidores em Educação.

    Na última reunião dos conselhos Deliberativo e Fiscal do Tangará Prev, realizada em 24 de maio de 2024, foram discutidos os impactos da falta de repasse das contribuições previdenciárias.

    A ausência de ações concretas para sanar o déficit levou os conselheiros Luiz Carlos de Oliveira e Roberto Luiz da Silva Filho a protocolar um pedido de impeachment contra o prefeito interino.

    A acusação central é que a administração de Augusto Alves não tem realizado os repasses obrigatórios ao fundo de previdência (Tangará Prev).

    Essa prática ilegal resultou em um déficit alarmante que coloca em risco o pagamento dos benefícios dos servidores aposentados e pensionistas, ameacando centenas de famílias.

    O rombo no Tangará Prev já ultrapassa os R$ 9 milhões. Esse déficit significativo é atribuído à falta de repasses tanto na administração atual quanto na anterior, sem qualquer ação concreta de Augusto Alves para resolver o problema.

    Os conselheiros do Tangará Prev estão ainda organizando ações judiciais para pressionar a gestão de Augusto Alves a dar respostas sobre o uso indevido dos recursos previdenciários. Essa mobilização judicial destaca a gravidade da situação e a insatisfação com a atual gestão.

    Impeachment poderá ser votado ainda em julho

    A presidente da Câmara Municipal de Tangará, Ana Viana, conhecida na cidade como Ana de Ilo, tem agora o prazo de três dias para se pronunciar sobre a abertura do processo de cassação do mandato do prefeito interino Augusto Alves. A partir da abertura, Augusto terá até dez dias para apresentar suas alegações. Então o processo se iniciará na Câmara de Vereadores que designará uma comissão para conduzi-lo.

    Em Patu, essa prática está prestes a levar à perda do mandato do prefeito Rivelino Câmara, que enfrenta uma ação popular solicitando seu afastamento imediato por um rombo nas finanças do fundo de previdência que supera os R$ 3 milhões.

    Note-se que o rombo na previdência de Tangará é três superior ao da previdência de Patu. Augusto Alves, que se movimenta para disputar a eleição em outubro, poderá permanecer no cargo até lá.


  • Júlio César usa cargo da prefeitura para cooptar Pastor presidente da Assembleia de Deus em Ceará-Mirim

    O prefeito Júlio César está usando de todas as armas disponíveis para tentar emplacar a candidatura de seu assessor, inclusive algumas bem questionáveis. A mais recente de suas medidas duvidosas foi usar a estrutura da prefeitura para intervir na posição dos religiosos da cidade nesta eleição.

    É o caso da nomeação do filho do  Pastor presidente  da Assembleia de Ceará-Mirim para um cargo na Controladoria Geral do Município.

    Wesley Kaillo Costa Sousa, que é filho do pastor Jairo Kaillo, passou a receber R$ 2.800 mensais.

    Fiéis com quem falamos questionam a atitude do pastor, alegando que a Igreja não foi consultada sobre o apoio ao prefeito e que não veem com bons olhos esse tipo de relação.


  • Zona Norte decidirá futuro político de Carlos Eduardo

    Dádiva e calcanhar de Aquiles de Carlos, Zona Norte será o palco daquela que pode ser a última grande batalha eleitoral dele que foi quatro vezes prefeito da capital

    Os números da pesquisa O Potengi/Ranking divulgados nesta edição nos contam que o futuro do ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD) será decidido pelos cerca de 190 mil eleitores da Zona Norte de Natal.

    Líder em todas as sondagens até agora, Carlos confirmou sua posição ao obter 35,2% das intenções de voto na primeira rodada da série de pesquisas para Natal que o jornal O Potengi realiza em parceria com o instituto Ranking, do Mato Grosso do Sul.

    Zona Norte será decisiva

    Clama por atenção, nesta pesquisa, o expressivo contingente das intenções de voto declaradas a Carlos quem vem da Na Zona Norte de Natal, onde 48,9% dos entrevistados declararam ter a intenção de votar em Carlos Eduardo para prefeito no próximo dia 6 de outubro.

    Há nisso um importante paralelo com 2022, quando Carlos Eduardo enfrentou Rogério Marinho na disputa pelo Senado. Na ocasião, Carlos contava obter uma larga vantagem sobre Rogério na capital para sair vitorioso. Contudo, teve apenas 3.203 votos a mais que o oponente. Ou 0,82%.

    O percentual alcançado por Carlos em Natal, em 2022, foi de 37,19% (apenas dois pontos percentuais acima de seu atual patamar verificado na pesquisa para a prefeitura de Natal, que é de 35,2%). E as consistências entre a situação de Carlos em ambos os pleitos não acabam aí.

    Em 2022, os bairros das 1ª e 69ª zonas eleitorais (que abarcam toda a Zona Norte e os bairros das Rocas, de Santos Reis, da Ribeira, de Petrópolis, da Praia do Meio, de Areia Preta e de Mãe Luiza) responderam por 41,36% dos seus votos. Em 2024, sozinhos, os bairros da Zona Norte respondem por 50,57% das intenções de voto em Carlos!

    Se prova que a Zona Norte de Natal é o bastião do carlismo potiguar, essa concentração verificada pela pesquisa também evidencia que – em contrapartida – a base eleitoral de Carlos encolheu mais de 18% nas outras três zonas da cidade, enquanto se manteve no mesmo patamar se consideradas as quatro regiões.

    Isso é o que dizem os números, mas há ainda outros fatos relevantes que merecem atenção especial ao se tentar analisar a viabilidade eleitoral de Carlos Eduardo nesta eleição municipal.

    A ilusão das pesquisas

    Entre agosto e setembro de 2022, dez das onze pesquisas para o Senado divulgadas no RN davam a vitória para Carlos Eduardo. Nas duas últimas, a vantagem ficou em 8% e 6%, respectivamente.

    O que teria acontecido no mundo invisível da realidade que as pesquisas não captaram? Sem entrar no mérito das limitações que as configurações geográfica e demográfica do RN impõem a pesquisas em nível estadual, arrisco apontar dois fatores que determinaram a derrota de Carlos em 2022 e podem selar seu destino em 2024.

    A força dos prefeitos…

    Muito se falou no impacto corrosivo da declaração do então pré-candidato ao Senado Carlos Eduardo quando disse que os prefeitos do RN estavam com os cofres cheios (e estava errado?). Mas me parece que o fator mais nocivo para Carlos a decorrer da inábil declaração foi um dano colateral.

    Quando se está flertando, o objeto do desejo goza de elogios irrestritos e mimos incontáveis. Mas, uma vez conquistado, muitas vezes sua realidade muda. Fátima operou um cortejo suntuoso para atrair Carlos Eduardo para sua chapa, desarticulando definitivamente a oposição, que esperou demais por Ezequiel Ferreira e Álvaro Dias.

    Uma vez tendo debaixo das asas a liderança que por pouco não a derrota em 2018, Fátima pôde triunfar em sua estratégia brilhante de vencer uma eleição sem disputa. O preço foi o sacrifício da vaga no Senado. E é aí que entra o dano colateral da declaração de Carlos sobre os prefeitos: para levar a cabo o acordo tácito que redundaria na chapa Farinho (Fátima + Marinho) era preciso uma justificativa que permitisse à governadora excluir Carlos dos palanques municipais, nos quais Rogério habilmente se enraizara.

    Carlos partiu para o campo sangrento da luta por votos sem generais nem coronéis; eles estavam todos com Fátima, mas também com Rogério.

    E Carlos parece seguir a mesma trilha em 2024.

    Com apenas um vereador em sua base, e postulando um quinto mandato como prefeito de Natal, ele está praticamente só.

    Apostar na espontaneidade do voto é subestimar fatalmente a importância das redes humanas que formam a decisão final do eleitor.

    A falta de comando e de cavalaria levou à desidratação da campanha de Carlos em 2022. Nada indica que o problema tenha sido superado.

    … e também a dos vereadores

    Não temo afirmar que esta será a eleição mais acirrada da história da Câmara de Vereadores de Natal nesta Nova República.

    As novas regras eleitorais tendem à concentração dos votos em um número menor de candidatos.

    O atual modelo de financiamento das campanhas, baseado em fundos partidário e eleitoral turbinados, reforça o papel dos partidos e, consequentemente, de seus dirigentes.

    É no mínimo temeroso considerar viável entrar em campo sem ter o time completo. Carlos errou ao subestimar a força dos prefeitos. E erra novamente ao repetir o julgamento em relação aos vereadores.

    São os postulantes à vereança aqueles que mais têm a perder nesta eleição. E mais que qualquer outro ator do jogo eleitoral das cidades, são eles que também detêm vínculos mais amplos e mais sólidos com as bases eleitorais. Dos mais de 300 prováveis candidatos a uma cadeira na Câmara de Natal, Carlos não contará com os 40 de praxe. E dentre os já poucos, raros são os que possuem liderança efetiva. A chapa do PSD deverá apenas uma vaga.

    Se Carlos tem uma pedra no meio do seu caminho, é esta. A carência de bases políticas e de apoio de lideranças importantes é o ponto mais frágil de seu projeto – mais até que a escassez de recursos que já se faz sentir.

    Coerência para quê?

    No mundo da política profissional, não devia haver quem realmente leve a sério as objeções a mudanças de posição política. Como disse certa feita o ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti, “quem tem ideia fixa é doido”. Mas para os eleitores leigos, a parada é outra.

    Carlos desfruta de uma reputação pública de bom gestor, em grande parte construída pela comparação entre suas administrações e os quatro anos da gestão de Micarla de Sousa, que foi sua vice e depois o sucedeu na prefeitura e depois foi por ele sucedida. Os quatro anos do interregno de Micarla, para a sorte de Carlos, situaram-se exatamente no meio do período de 14 anos nos quais ele governou a cidade.

    Contudo, em 2022 ocorreu que ele disputava uma eleição parlamentar, na qual as habilidades de gerenciamento do cotidiano costumam ter menor relevância (reparem sobre isso no exato oposto de Carlos, Natália Bonavides, uma parlamentar com sólidas bases eleitorais que contudo patina ao tentar cativar o eleitor para concorrer a um posto no executivo).

    E ocorreu ainda que 2022 reafirmou a polarização ideológica que marca a política brasileira contemporânea.

    Se de um lado da disputa Rogério Marinho possuía clara identificação com o eleitorado bolsonarista, do outro Carlos foi visto com desconfiança – ou no mínimo aceito com pouco entusiasmo – pelos lulistas. Faltou-lhe emoção em 2022. E de onde virá a mudança em prol de Carlos nesta eleição?

    É fato que Carlos tem se renovado nesta pré-campanha. Saiu da zona de conforto do PDT, onde reinava, e buscou guarida junto a Zenaide Maia e Jaime Calado, no PSD. Partiu para o ataque contra “os planos hegemonistas do PT”, de olho em estancar a sangria dos votos de direita que migram para Paulinho Freire.

    É fato também que a imagem de gestor eficiente das tarefas do município ainda é o maior patrimônio eleitoral de Carlos, é ela quem o sustenta à frente das pesquisas.

    Contudo, entre a falta de uma base de apoio político efetiva e o vazio discursivo, bastara a Carlos Eduardo se apegar à imagem de bom síndico? Torcerá pra que a campanha demore a ganhar as ruas e que os grandes temas da política nacional lhe passem ao largo?

    Não resistindo ao cacoete do presidente Lula, também ele com desaprovação em alta pela terra de Câmara Cascudo, apelemos a uma analogia futebolística: seguirá Carlos Eduardo o exemplo do Botafogo de 2023 ou conseguirá, no sacrifício, manter seu atual desempenho até o fim do campeonato, mesmo com elenco desfalcado e o moral da torcida em baixa? Questões que seguirão abertas ao menos até o fim de agosto.

    Mas, analisando os números frios e as letras quentes, uma coisa é certa: se perder a Zona Norte, Carlos Eduardo perde a eleição.


  • Natália quer Milklei Leite, do PV, como vice, mas vereador recusa

    A pré-candidata à prefeita de Natal pelo PT, Nátalia Bonavides, já tem seu favorito para ocupar a posição de vice na chapa que irá às urnas em 6 de outubro. O nome escolhido pela deputada é o do vereador pelo PV Milklei Leite.

    Pesa a favor do vereador sobretudo sua forte inserção no eleitorado da Zona Norte da capital, onde Natália tem seu pior desempenho nas pesquisas. Natália já vem há muito comentando com petistas que este será um critério decisivo na escolha. Mas também favorece Milklei o fato de que, saindo à majoritária, ele vai liberar uma vaga na chapa proporcional da federação que conta com PT/PV/PCdoB.

    A federação liderada pelo PT deverá eleger quatro vereadores e conta atualmente com cinco mandatários: Brisa Bracchi e Daniel Valença, do PT; Milklei Leite e Herberth Senna, do PV; e Júlia Arruda, do PCdoB.

    Além dos cinco vereadores, disputarão a eleição pela chapa de Natália outros nomes fortes. Janaína Lima terá o apoio de Divaneide Basílio e Mineiro; Samanda Alves conta com toda a estrutura da governadora Fátima Bezerra a seu favor. Isso sem contar com a possibilidade de aparecer um azarão. Aline Juliete seria nossa aposta. Dito isso, ajuda muito tirar um mandatário da mesa na qual há pouca farinha pra muitas bocas.

    Contudo, entretanto, porém…

    Ocorre que na campanha de Natália há muitas pedras no meio do caminho. E essa pedra, no caso particular do desejo de ter Milklei como vice na chapa, parece ser a desconfiança generalizada de que sua candidatura não vingou e não vingará.

    Pois ocorre que, ao que sabemos, o vereador do PV declinou do convite. Prefere a dura disputa pela reeleição que a ingrata esperança de ver Natália eleita. Em vez de ocupar a vice, Milklei trabalha para que o indicado seja o ex-vereador Professor Luís Carlos, do MDB. Assim, Milklei sonha em contar com um importante reforço em suas para sobreviver à chapa da morte na eleição para a Câmara Municipal de Natal em 2024.

    Enquanto isso, seguem Natália e Carlos Eduardo sem um vice pra chamar de seu.




por Angelo Girotto


O Potengi

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  • Álvaro tem razão: 2º turno será entre Paulinho e Natália

    Vantagem de 15,6% sobre o 2º colocado dá a impressão de uma campanha fácil para Carlos Eduardo (PSD), mas Paulinho Freire (União) e Natália Bonavides (PT) têm a seu favor a tendência de uma disputa intensa até 6 de outubro

    Faltando treze semanas para o 1º turno das eleições municipais, a pré-campanha na capital potiguar parece apática. Mas sob a aparência modorrenta, prepara-se uma das disputas mais acirradas pela prefeitura de Natal desde 2004, quando Carlos Eduardo e Micarla de Sousa derrotaram Luiz Almir no 2ª turno por apenas 14 mil votos.

    Como aferido pela pesquisa O Potengi / Ranking de 30 de junho, o líder está a cerca de 5% de alcançar a vitória no 1º turno, mas sua jornada não será fácil.

    Desconsiderando os votos da Zona Norte, a vantagem de Carlos Eduardo para o segundo colocado na pesquisa, o deputado federal Paulinho Freire, despenca de 15% para 8%. A concentração dos votos em Carlos na Zona Norte é tal que para cada dois votos nesta região ele tem apenas um nas demais três zonas da cidade.

    O efeito das chuvas

    As fortes chuvas que antecederam o inverno no RN levaram ao transbordamento de quatro lagoas de captação em Natal, três delas na Zona Norte (Santarém, Panatis e Jardim Primavera) A excessão foi a lagoa São Conrado,  em Nazaré.

    Não à toa, é também na margem setentrional do rio Potengi que se concentra a desaprovação ao prefeito Álvaro Dias. Caso o prefeito queira melhorar seus índices, uma boa pedida é reforçar a atenção dada às obras de ampliação da capacidade de drenagem das lagoas, que já estão em curso.

    Carlos no caminho do Brasil contemporâneo

    O Brasil viveu importantes mudanças no comportamento dos eleitores a partir dos protestos de junho de 2013. Já no ano seguinte, a onda conservadora que ali nasceu quase elege Aécio Neves e derrota Dilma Rousseff (arrisco dizer que, se o 2º turno de 2014 ocorresse uma semana antes ou depois, Aécio sairia vitorioso).

    Da derrota da direita em 2014, e da incapacidade desta em canalizar a crescente revolta popular, emergiu o bolsonarismo. Por seu lado, o lulismo – que é ancorado nos votos dos grotões e nos segmentos de menor renda e escolaridade – avançou em sua rendição ao discurso identitário que (tal qual o bolsonarismo) faz dos costumes sua pauta central.

    Natal enfrenta há décadas graves problemas que ainda carecem de solução, e isso certamente estará na mente dos eleitores em outubro. Contudo, a força da polarização ideológica também se fará sentir, e com força.

    Durante toda a campanha, à direita de Carlos estará Paulinho Freire, que busca atrair o bolsonarismo e reforçar sua liderança nos setores mais moderados da direita e do centro. À sua esquerda, Natália e sua militância, que hegemonizam a esquerda identitária da capital, um segmento que tem grande influência no debate público, sobretudo a partir das redes sociais.

    À medida que a campanha ganhe corpo, esses dois campos (que praticamente dividem hoje o país ao meio) só terão um mercado a explorar, o centro, onde Carlos tenta se equilibrar e resistir.


  • Prefeito Augusto Alves enfrenta pedido de impeachment por crime de responsabilidade

    Rombo nas contas da previdência dos servidores de Tangará já ultrapassa os R$ 9 milhões de reais; desviando os recursos que deveriam ser pagos ao fundo previdenciário, o prefeito interino augusto Alves está agora na iminência de perder o mandato

    O prefeito de Tangará, Augusto Alves, enfrenta agora um pedido de impeachment apresentado à Câmara de Vereadores da cidade sob a alegação de ter cometido crime de responsabilidade.

    Após assumir interinamente a prefeitura, sendo vice do ex-prefeito Dr. Airton (afastado do cargo pela Justiça devido a um processo de interdição levado a cabo por seu filho), Augusto Alves não teria realizado um único pagamento referente aos valores devidos à previdência dos servidores do município.

    “Estamos diante de uma situação alarmante. Se essa dívida não for sanada, os aposentados e pensionistas poderão ficar sem receber seus benefícios num futuro bem próximo”, afirmou Gilson Filho, presidente do sindicato dos servidores em Educação.

    Na última reunião dos conselhos Deliberativo e Fiscal do Tangará Prev, realizada em 24 de maio de 2024, foram discutidos os impactos da falta de repasse das contribuições previdenciárias.

    A ausência de ações concretas para sanar o déficit levou os conselheiros Luiz Carlos de Oliveira e Roberto Luiz da Silva Filho a protocolar um pedido de impeachment contra o prefeito interino.

    A acusação central é que a administração de Augusto Alves não tem realizado os repasses obrigatórios ao fundo de previdência (Tangará Prev).

    Essa prática ilegal resultou em um déficit alarmante que coloca em risco o pagamento dos benefícios dos servidores aposentados e pensionistas, ameacando centenas de famílias.

    O rombo no Tangará Prev já ultrapassa os R$ 9 milhões. Esse déficit significativo é atribuído à falta de repasses tanto na administração atual quanto na anterior, sem qualquer ação concreta de Augusto Alves para resolver o problema.

    Os conselheiros do Tangará Prev estão ainda organizando ações judiciais para pressionar a gestão de Augusto Alves a dar respostas sobre o uso indevido dos recursos previdenciários. Essa mobilização judicial destaca a gravidade da situação e a insatisfação com a atual gestão.

    Impeachment poderá ser votado ainda em julho

    A presidente da Câmara Municipal de Tangará, Ana Viana, conhecida na cidade como Ana de Ilo, tem agora o prazo de três dias para se pronunciar sobre a abertura do processo de cassação do mandato do prefeito interino Augusto Alves. A partir da abertura, Augusto terá até dez dias para apresentar suas alegações. Então o processo se iniciará na Câmara de Vereadores que designará uma comissão para conduzi-lo.

    Em Patu, essa prática está prestes a levar à perda do mandato do prefeito Rivelino Câmara, que enfrenta uma ação popular solicitando seu afastamento imediato por um rombo nas finanças do fundo de previdência que supera os R$ 3 milhões.

    Note-se que o rombo na previdência de Tangará é três superior ao da previdência de Patu. Augusto Alves, que se movimenta para disputar a eleição em outubro, poderá permanecer no cargo até lá.


  • Júlio César usa cargo da prefeitura para cooptar Pastor presidente da Assembleia de Deus em Ceará-Mirim

    O prefeito Júlio César está usando de todas as armas disponíveis para tentar emplacar a candidatura de seu assessor, inclusive algumas bem questionáveis. A mais recente de suas medidas duvidosas foi usar a estrutura da prefeitura para intervir na posição dos religiosos da cidade nesta eleição.

    É o caso da nomeação do filho do  Pastor presidente  da Assembleia de Ceará-Mirim para um cargo na Controladoria Geral do Município.

    Wesley Kaillo Costa Sousa, que é filho do pastor Jairo Kaillo, passou a receber R$ 2.800 mensais.

    Fiéis com quem falamos questionam a atitude do pastor, alegando que a Igreja não foi consultada sobre o apoio ao prefeito e que não veem com bons olhos esse tipo de relação.


  • Zona Norte decidirá futuro político de Carlos Eduardo

    Dádiva e calcanhar de Aquiles de Carlos, Zona Norte será o palco daquela que pode ser a última grande batalha eleitoral dele que foi quatro vezes prefeito da capital

    Os números da pesquisa O Potengi/Ranking divulgados nesta edição nos contam que o futuro do ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD) será decidido pelos cerca de 190 mil eleitores da Zona Norte de Natal.

    Líder em todas as sondagens até agora, Carlos confirmou sua posição ao obter 35,2% das intenções de voto na primeira rodada da série de pesquisas para Natal que o jornal O Potengi realiza em parceria com o instituto Ranking, do Mato Grosso do Sul.

    Zona Norte será decisiva

    Clama por atenção, nesta pesquisa, o expressivo contingente das intenções de voto declaradas a Carlos quem vem da Na Zona Norte de Natal, onde 48,9% dos entrevistados declararam ter a intenção de votar em Carlos Eduardo para prefeito no próximo dia 6 de outubro.

    Há nisso um importante paralelo com 2022, quando Carlos Eduardo enfrentou Rogério Marinho na disputa pelo Senado. Na ocasião, Carlos contava obter uma larga vantagem sobre Rogério na capital para sair vitorioso. Contudo, teve apenas 3.203 votos a mais que o oponente. Ou 0,82%.

    O percentual alcançado por Carlos em Natal, em 2022, foi de 37,19% (apenas dois pontos percentuais acima de seu atual patamar verificado na pesquisa para a prefeitura de Natal, que é de 35,2%). E as consistências entre a situação de Carlos em ambos os pleitos não acabam aí.

    Em 2022, os bairros das 1ª e 69ª zonas eleitorais (que abarcam toda a Zona Norte e os bairros das Rocas, de Santos Reis, da Ribeira, de Petrópolis, da Praia do Meio, de Areia Preta e de Mãe Luiza) responderam por 41,36% dos seus votos. Em 2024, sozinhos, os bairros da Zona Norte respondem por 50,57% das intenções de voto em Carlos!

    Se prova que a Zona Norte de Natal é o bastião do carlismo potiguar, essa concentração verificada pela pesquisa também evidencia que – em contrapartida – a base eleitoral de Carlos encolheu mais de 18% nas outras três zonas da cidade, enquanto se manteve no mesmo patamar se consideradas as quatro regiões.

    Isso é o que dizem os números, mas há ainda outros fatos relevantes que merecem atenção especial ao se tentar analisar a viabilidade eleitoral de Carlos Eduardo nesta eleição municipal.

    A ilusão das pesquisas

    Entre agosto e setembro de 2022, dez das onze pesquisas para o Senado divulgadas no RN davam a vitória para Carlos Eduardo. Nas duas últimas, a vantagem ficou em 8% e 6%, respectivamente.

    O que teria acontecido no mundo invisível da realidade que as pesquisas não captaram? Sem entrar no mérito das limitações que as configurações geográfica e demográfica do RN impõem a pesquisas em nível estadual, arrisco apontar dois fatores que determinaram a derrota de Carlos em 2022 e podem selar seu destino em 2024.

    A força dos prefeitos…

    Muito se falou no impacto corrosivo da declaração do então pré-candidato ao Senado Carlos Eduardo quando disse que os prefeitos do RN estavam com os cofres cheios (e estava errado?). Mas me parece que o fator mais nocivo para Carlos a decorrer da inábil declaração foi um dano colateral.

    Quando se está flertando, o objeto do desejo goza de elogios irrestritos e mimos incontáveis. Mas, uma vez conquistado, muitas vezes sua realidade muda. Fátima operou um cortejo suntuoso para atrair Carlos Eduardo para sua chapa, desarticulando definitivamente a oposição, que esperou demais por Ezequiel Ferreira e Álvaro Dias.

    Uma vez tendo debaixo das asas a liderança que por pouco não a derrota em 2018, Fátima pôde triunfar em sua estratégia brilhante de vencer uma eleição sem disputa. O preço foi o sacrifício da vaga no Senado. E é aí que entra o dano colateral da declaração de Carlos sobre os prefeitos: para levar a cabo o acordo tácito que redundaria na chapa Farinho (Fátima + Marinho) era preciso uma justificativa que permitisse à governadora excluir Carlos dos palanques municipais, nos quais Rogério habilmente se enraizara.

    Carlos partiu para o campo sangrento da luta por votos sem generais nem coronéis; eles estavam todos com Fátima, mas também com Rogério.

    E Carlos parece seguir a mesma trilha em 2024.

    Com apenas um vereador em sua base, e postulando um quinto mandato como prefeito de Natal, ele está praticamente só.

    Apostar na espontaneidade do voto é subestimar fatalmente a importância das redes humanas que formam a decisão final do eleitor.

    A falta de comando e de cavalaria levou à desidratação da campanha de Carlos em 2022. Nada indica que o problema tenha sido superado.

    … e também a dos vereadores

    Não temo afirmar que esta será a eleição mais acirrada da história da Câmara de Vereadores de Natal nesta Nova República.

    As novas regras eleitorais tendem à concentração dos votos em um número menor de candidatos.

    O atual modelo de financiamento das campanhas, baseado em fundos partidário e eleitoral turbinados, reforça o papel dos partidos e, consequentemente, de seus dirigentes.

    É no mínimo temeroso considerar viável entrar em campo sem ter o time completo. Carlos errou ao subestimar a força dos prefeitos. E erra novamente ao repetir o julgamento em relação aos vereadores.

    São os postulantes à vereança aqueles que mais têm a perder nesta eleição. E mais que qualquer outro ator do jogo eleitoral das cidades, são eles que também detêm vínculos mais amplos e mais sólidos com as bases eleitorais. Dos mais de 300 prováveis candidatos a uma cadeira na Câmara de Natal, Carlos não contará com os 40 de praxe. E dentre os já poucos, raros são os que possuem liderança efetiva. A chapa do PSD deverá apenas uma vaga.

    Se Carlos tem uma pedra no meio do seu caminho, é esta. A carência de bases políticas e de apoio de lideranças importantes é o ponto mais frágil de seu projeto – mais até que a escassez de recursos que já se faz sentir.

    Coerência para quê?

    No mundo da política profissional, não devia haver quem realmente leve a sério as objeções a mudanças de posição política. Como disse certa feita o ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti, “quem tem ideia fixa é doido”. Mas para os eleitores leigos, a parada é outra.

    Carlos desfruta de uma reputação pública de bom gestor, em grande parte construída pela comparação entre suas administrações e os quatro anos da gestão de Micarla de Sousa, que foi sua vice e depois o sucedeu na prefeitura e depois foi por ele sucedida. Os quatro anos do interregno de Micarla, para a sorte de Carlos, situaram-se exatamente no meio do período de 14 anos nos quais ele governou a cidade.

    Contudo, em 2022 ocorreu que ele disputava uma eleição parlamentar, na qual as habilidades de gerenciamento do cotidiano costumam ter menor relevância (reparem sobre isso no exato oposto de Carlos, Natália Bonavides, uma parlamentar com sólidas bases eleitorais que contudo patina ao tentar cativar o eleitor para concorrer a um posto no executivo).

    E ocorreu ainda que 2022 reafirmou a polarização ideológica que marca a política brasileira contemporânea.

    Se de um lado da disputa Rogério Marinho possuía clara identificação com o eleitorado bolsonarista, do outro Carlos foi visto com desconfiança – ou no mínimo aceito com pouco entusiasmo – pelos lulistas. Faltou-lhe emoção em 2022. E de onde virá a mudança em prol de Carlos nesta eleição?

    É fato que Carlos tem se renovado nesta pré-campanha. Saiu da zona de conforto do PDT, onde reinava, e buscou guarida junto a Zenaide Maia e Jaime Calado, no PSD. Partiu para o ataque contra “os planos hegemonistas do PT”, de olho em estancar a sangria dos votos de direita que migram para Paulinho Freire.

    É fato também que a imagem de gestor eficiente das tarefas do município ainda é o maior patrimônio eleitoral de Carlos, é ela quem o sustenta à frente das pesquisas.

    Contudo, entre a falta de uma base de apoio político efetiva e o vazio discursivo, bastara a Carlos Eduardo se apegar à imagem de bom síndico? Torcerá pra que a campanha demore a ganhar as ruas e que os grandes temas da política nacional lhe passem ao largo?

    Não resistindo ao cacoete do presidente Lula, também ele com desaprovação em alta pela terra de Câmara Cascudo, apelemos a uma analogia futebolística: seguirá Carlos Eduardo o exemplo do Botafogo de 2023 ou conseguirá, no sacrifício, manter seu atual desempenho até o fim do campeonato, mesmo com elenco desfalcado e o moral da torcida em baixa? Questões que seguirão abertas ao menos até o fim de agosto.

    Mas, analisando os números frios e as letras quentes, uma coisa é certa: se perder a Zona Norte, Carlos Eduardo perde a eleição.


  • Natália quer Milklei Leite, do PV, como vice, mas vereador recusa

    A pré-candidata à prefeita de Natal pelo PT, Nátalia Bonavides, já tem seu favorito para ocupar a posição de vice na chapa que irá às urnas em 6 de outubro. O nome escolhido pela deputada é o do vereador pelo PV Milklei Leite.

    Pesa a favor do vereador sobretudo sua forte inserção no eleitorado da Zona Norte da capital, onde Natália tem seu pior desempenho nas pesquisas. Natália já vem há muito comentando com petistas que este será um critério decisivo na escolha. Mas também favorece Milklei o fato de que, saindo à majoritária, ele vai liberar uma vaga na chapa proporcional da federação que conta com PT/PV/PCdoB.

    A federação liderada pelo PT deverá eleger quatro vereadores e conta atualmente com cinco mandatários: Brisa Bracchi e Daniel Valença, do PT; Milklei Leite e Herberth Senna, do PV; e Júlia Arruda, do PCdoB.

    Além dos cinco vereadores, disputarão a eleição pela chapa de Natália outros nomes fortes. Janaína Lima terá o apoio de Divaneide Basílio e Mineiro; Samanda Alves conta com toda a estrutura da governadora Fátima Bezerra a seu favor. Isso sem contar com a possibilidade de aparecer um azarão. Aline Juliete seria nossa aposta. Dito isso, ajuda muito tirar um mandatário da mesa na qual há pouca farinha pra muitas bocas.

    Contudo, entretanto, porém…

    Ocorre que na campanha de Natália há muitas pedras no meio do caminho. E essa pedra, no caso particular do desejo de ter Milklei como vice na chapa, parece ser a desconfiança generalizada de que sua candidatura não vingou e não vingará.

    Pois ocorre que, ao que sabemos, o vereador do PV declinou do convite. Prefere a dura disputa pela reeleição que a ingrata esperança de ver Natália eleita. Em vez de ocupar a vice, Milklei trabalha para que o indicado seja o ex-vereador Professor Luís Carlos, do MDB. Assim, Milklei sonha em contar com um importante reforço em suas para sobreviver à chapa da morte na eleição para a Câmara Municipal de Natal em 2024.

    Enquanto isso, seguem Natália e Carlos Eduardo sem um vice pra chamar de seu.