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Giro na política: a dureza que é analisar política numa crise como a do RN atual
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Gustavo Negreiros não tá nem aí
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Lula demite Jean Paul Prates da Petrobras e sugere incompetência
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IERNs: Tão distante das promessas
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Blog do Girotto: Reitor Arnóbio diz que prédios dos IERNs não estão preparados para receber cursos do IFRN
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Giro na política: a dureza que é analisar política numa crise como a do RN atual
Quando eclodem graves crises sociais – como certamente é esta em que vivemos hoje em nosso amado RN – os trabalho de veículos como este jornal – que também se dedicam à análise política – fica, digamos, perigoso.
Não se trata exatamente do medo de sofrer ataques ou violência física. Esse risco, infelizmente, recai sobre os repórteres na linha de frente, aqueles que nos trazem as informações em primeira mão. Quem as comenta está menos inseguro.
Risco enorme também correm as pessoas que, não sendo da imprensa, ousam questionar o que acontece. Estão à mercê da retaliação bárbara dos intolerantes, cada vez mais banal.
O risco que nos cabe, aos analistas políticos, é bem menos terrificante. Mas exige também alguma atenção. Falo da patrulha que se forma nessas horas. Não preciso resgatar o diagnóstico de um país polarizado e radicalizado politicamente. Basta ter esse cenário em mente e acrescentar uma crise social que é claramente de contornos também políticos.
Temos dois grandes agrupamentos hoje na análise dos eventos que envolvem o RN. Um busca cobrar caro à governadora Fátima Bezerra por algo que não é de sua inteira responsabilidade. Há aí uma grande desproporção no trato. O outro, segue o caminho não oposto (pois ainda se achou outro a quem pôr a culpa), mas divergente. Trata-se de de por tudo culpar gestões anteriores ou conchavos inimigos que parecem nunca sair de moda.
Nessas horas, fica difícil fazer qualquer análise objetiva, pois tal leitura teria elementos de ambos os polos. Está claro que a maioria está mais preocupada em denunciar aquilo de que diverge do que em prestar atenção naquilo que pode convergir.
Sim, caro leitor, estou dizendo que a culpa também é sua.
É natural que a mídia governista passe pano e a oposicionista bata forte. Talvez seja até saudável. Mas a inexistência de uma análise objetiva e crítica nos dois sentidos, esta é de responsabilidade do público. Se houvesse quem lesse tais análises, certamente haveria uma corrida entre os profissionais para ocupar o novo nicho de mercado.
Sim, acredito na lei da demanda.
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Gustavo Negreiros não tá nem aí
por Girotto
Antipetista, radical, conservador, polêmico, provocador. Estas são algumas das palavras frequentemente usadas para se referir ao jornalista Gustavo Negreiros, autor do badalado blog que leva seu nome. Há também muitos que usam palavras menos lisonjeiras ao se referirem ao paladino do conservadorismo potiguar.
Negreiros chegou para nossa entrevista na exata hora que havíamos combinado, em uma doceria na qual logo demonstrou se sentir bastante à vontade.
Sentar-se ao lado dele em local público, ao menos nesta nossa capital, é uma experiência curiosa. As pessoas que até lhe ignoravam passam a franzir o cenho e mesmo a se inclinar um pouquinho para tentar ouvir o que falamos. Quer gostem ou não de nosso personagem da semana, não há natalense atento que nunca tenha dado uma espiada no blog do Gustavo Negreiros. Qual será o próximo chafurdo, talvez se perguntem enquanto fingem, com certa inépcia, não prestar atenção.
Era 31 de dezembro de 2018. Último dia do único mandato de Robinson Faria como governador do estado. “Tiro 10 dias de folga e depois procuro um emprego”, pensou Gustavo Negreiros, que encerrava ali sua história como servidor público. “Bato na porta da assembleia, da câmara, sei lá, até da prefeitura”, concluiu.
Alguns dias depois, comentou com um amigo sobre a decisão. “Deixa de besteira, que o blog lhe sustenta”, disse o outro. “Eu lhe arrumo o dinheiro pra você segurar os três primeiros meses”, disse ainda, para provar que falava sério.
Mas – embora generosa – a oferta não aceita por Negreiros. “No fim de janeiro eu já havia fechado várias parcerias e o blog estava viabilizado. Esse pessoal está comigo até hoje”, diz.
Enquanto fala, nosso personagem reveza entre olhar para o interlocutor e para o celular. Arrasta dedo sobre a tela, solta o dedo, dá uns cliques e faz uns tantos movimentos rotineiros. “Estou sempre trabalhando”, explica.
Antes de passar a viver do blog, em janeiro de 2019, Negreiros já atuava na imprensa e já mantinha o canal que seria doravante sua profissão principal.
Hoje Gustavo Negreiros divide seus dias entre o blog e o programa do qual participa, na 96 FM. “É o segundo programa de maior audiência do rádio no estado”, conta.
Os números de seu blog talvez sejam até mais impressionantes. Ele me passa seu celular para que eu dê uma olhada nas estatísticas de tráfego do Instagram do blog do Gustavo Negreiros. 38,7 milhões de impressões nos últimos 90 dias. Mais de 3,1 milhões de contas alcançadas – pouca coisa a menos que a população do RN.
“Com as críticas ao PT, ganhei um público fora do estado. O pessoal lê o blog porque quer opinião, então não faz diferença se estou em Natal ou Brasília”, diz.
No site do blog, os acessos frequentam mensalmente a casa dos 3 milhões.
“Amanheci louco, pode escrever aí, fui lá e fiz a merda.” Ele fala de 2012, quando votou num candidato do PT para a prefeitura de Natal, Fernando Mineiro.
Negreiros é conhecido por sua oposição feroz ao petismo, muitas vezes polêmica. “Não sou bolsonarista, de direita, nada disso. Sou conservador sim. Mas não sou fanático por Bolsonaro. Sou conservador? Aí sou mesmo”, explica, e logo admite que é mesmo antipetista. “A esquerda é antidemocrática. É a natureza deles. Querem regular tudo. Tudo o que se faz ou pensa eles querem controlar.”
Quanto à Bolsonaro, reconhece que sua maior virtude foi derrotar o PT e completa: “O grande erro de Bolsonaro foi não ter reconhecido a vitória de Lula logo no dia da eleição. Que teve muita manipulação, teve. Mas esse discursozinho de que as urnas são violáveis, isso é bobagem. Perdeu, pronto, perdeu”. Pergunto se foi o único erro do ex-presidente. Ele ri e gesticula, indicando que foram muitos. “Olha outro. Bolsonaro errou ao confrontar a grande imprensa com cortes de verba. Na vida da gente, temos que reagir quando querem acabar com a gente. Por isso acho que a Globo faz a parte dela [ao defender o lulismo e combater o bolsonarismo].”
Mais que ácido, muitas vezes no limite da inconsequência, Negreiros coleciona detratores e processos. “Já passam de 70 [processos]”, diz. O primeiro cancelamento, relembra, ocorreu comentou que o carnaval de Caicó seria para os excluídos. “Foi um fato social que quis relatar”, diz. Provando que após décadas de democracia no Brasil restou pouco sobre o que legislar, a Câmara de Vereadores de Caicó – por unanimidade – tornou o jornalista persona non grata.
“Errei. Pronto. Fui infeliz. Mas usaram politicamente. Não foi apenas pelo que disse, foi também pra me atingir, pra calar minha boca.” Ele fala da repercussão de suas declarações sobre a ativista ambiental Greta Thunberg, em 2019. “Perdi dois programas e dois patrocinadores. Ah, vai se suicidar, disseram. Mas tirei aquele dia para me lamentar e na manhã seguinte, às seis, já tava feito um louco lutando, me defendendo. E por isso devo ser grato à direita e aos bolsonaristas. Foram eles que me defenderam e me ajudaram a voltar. Falei besteira e pedi desculpas. Pronto.”
O episódio foi o momento baixo da carreira de Gustavo Negreiros. Passados cinco anos, ele ainda lida com as consequências das palavras impensadas, mas parece estar bem com isso, em seu íntimo.
“240 urubus”, diz. Fala dos jornalistas que promoveram intensa campanha contra ele no caso Greta. “Todos eles juntos não têm metade da minha audiência.”
Esta parece ser a barricada de Gustavo Negreiros. Com uma ampla cartela de clientes, ele resume sua liberdade e autonomia em uma frase: “Eu dou audiência”.
“Sou lido pelos que ganham mais, esse é meu público. A pessoa é de direita, tem certo padrão de vida”, diz. Mas haveria tantas pessoas bem de vida no estado que lhe rendessem o público que possui? “Tem muita gente, mas realmente não tantos assim.”
Neste mês de junho, Negreiros lançará seu 2º livro de contos. Os contos que escreve se tornaram febre no estado ao revelar o cotidiano de ambientes públicos. Uma de suas séries mais celebradas é a que trata do Villa Brasil, um conjunto habitacional ao qual o autor conferiu a alcunha de Faixa de Gaza.
“Villa Imperial, com dois L”, explica. “Um pobre não pode comprar casa ali. Mas ainda assim a diferença social entre a Villa e o Porto Brasil é abissal. É só isso que exploro, é uma diferença que é sentida por eles. E os sentimentos que envolvem as pessoas de lá. Falo do que é do meu meio, não vou falar de favela, não conheço o bastante e nem devo ter leitores lá.”
Os apelidos são outra das marcas distintivas do estilo de Negreiros. Enquanto “bola de rir”, o cronista potiguar escreve suas análises da atuação de políticos potiguares. General Girão vira Sargento Pincel; Natália Bonavides, Patricinha Bolivariana; o vereador Daniel Valença, é O Oleoso; Isolda, a Estridente. O catálogo é extenso e eventualmente precisa ser atualizado.
“Eu chamava aquela nulidade de O Derrotadíssimo Mineiro. Mas os fatos são os fatos. Como ele foi eleito em 2022, parei de usar. Aí ele agiu daquela forma no aeroporto e naturalmente surgiu um substituto: o Violento Mineiro.”
Negreiros confessa sentir saudades de alguns de seus personagens. “Eu gostava muito do Risonho e Elegante Antenor Roberto. Era um personagem divertido. Mas agora ele voltou à irrelevância de sempre, e eu não tenho porque escrever sobre esse personagem tão caricato”, diz.
Mais conhecido por seu antipetismo visceral, Negreiros tem revelado também um lado que os petistas – lá no íntimo e em silêncio – devem apreciar: o de crítico social.
Aproxima-se a hora do programa do qual Negreiros compõe a bancada, de segunda a sexta, na 96 FM. Avanço para um tema de especial interesse. Negreiros se consideraria um reformador social? Sobretudo seus contos trazem uma visão ácida e crítica dos costumes e valores da sociedade potiguar. Mas ele logo descarta a ideia.
“Não quero convencer ninguém”, diz. “Escrevo bolando de rir. Pensando na reação do cara quando estiver lendo aquilo. Não vou mudar o mundo com meus valores. Não tenho paixões culturais. Família? Estou no terceiro casamento. Lá vou defender essas coisas? Me interesso mais pela economia.”
“É isso que quero dizer quando falo que um professor de história é mais perigoso para um jovem do que um traficante. Todos esses valores impostos com ar professoral, como verdades absolutas. Não quero nenhuma atividade política. Só quero opinar. Já disse, escrevo bolando de rir”, conclui.
“Detesto cultura alternativa, essa coisa de rústico. Me sinto deslocado”, conta, quando a conversa já vai se encerrando. Gustavo explica que prefere segmentar a vida para ficar perto de quem pensa parecido com ele. “Frequento lugares assim, onde as pessoas são parecidas comigo, pensam parecido comigo.” Pergunto se isso não limita suas experiências e perspectivas. Ele nega.
“Detesto cultura alternativa, essa coisa de rústico. Me sinto deslocado. Não tenho o que fazer nesses ambientes nem gosto das pessoas que estão lá. Prefiro aproveitar meu tempo onde me sinto bem.”
“Dizem que em algum lugar, parece que no Brasil, existe um homem feliz.”
A frase acima é atribuída ao poeta russo Vladimir Maiakovski. Não perguntei se Gustavo lê Maiakovski, sequer julguei necessário.
Gustavo acorda às 4h da manhã e já começa a devorar tudo o que é publicado. Garante que lê todas as milhares de mensagens que recebe diariamente e ainda acompanha todos os canais de notícias. Logo cedo, vai à academia, necessidade de um diabético que quer se manter na linha.
Casado, fala com satisfação e indisfarçado orgulho da esposa e dos filhos. “Tenho uma vida muito feliz. Nunca sonhei em viver como vivo”, conta.
Do nada, Gustavo se levantou e avisou que tinha que sair, o programa na 96 FM começaria em breve. Ainda lhe perguntei se gostaria de conferir a transcrição de suas declarações antes que as publicasse. Já na porta, o sujeito sorridente deu com as mãos, em negativa. Antes de sumir ainda disse “tô nem aí”.
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Lula demite Jean Paul Prates da Petrobras e sugere incompetência
Terminou a queda de braço entre Jean Paul Prates e Rui Costa. Venceu o baiano, que derrubou o carioca/potiguar e indicou sua provável sucessora.
Nesta terça-feira, o presidente Lula comunicou a Jean Paul Prates sua demissão do comando da Petrobras. A decisão foi tomada durante uma reunião no Palácio do Planalto, que contou com a presença dos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.
Segundo informações apuradas pelo Estadão/Broadcast, a justificativa para a demissão de Prates foi a “demora de entrega de promessas”, refletindo a insatisfação do governo com o ritmo de implementação dos projetos da empresa.
Jean Paul Prates, que assumiu a presidência da Petrobras em janeiro de 2023, enfrentou críticas internas pela lentidão na execução de iniciativas estratégicas, especialmente aquelas relacionadas à encomenda de navios aos estaleiros brasileiros. A falta de celeridade na concretização desses projetos foi um dos principais pontos de tensão entre a diretoria da Petrobras e o governo federal.
Para substituir Prates, Lula deve indicar Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A indicação de Chambriard é outra vitória do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
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IERNs: Tão distante das promessas
Em julho de 2021! Foi quando a governadora Fátima Bezerra (PT) anunciou com pompa, em suas redes sociais, a criação de 12 unidades do Instituto Educacional do Rio Grande do Norte (IERNs). Na postagem, Fátima prometeu entregar as escolas até o fim de 2022, ano em que viria a concorrer pela reeleição, saindo vitoriosa já no 1º turno.
O anúncio dizia que seriam investidos R$ 400 milhões no novo projeto – parte do R$ 1 bilhão que Fátima disse na campanha de 2022 ter nos cofres do Estado para investimentos.
Contudo, 2022 passou e, um ano e quatro meses depois, nenhum dos IERNs foi entregue.
Os 12 campi do IERN seriam construídos em Natal, Touros, São José de Mipibu, Tangará, Santana do Matos, Jardim de Piranhas, Campo Grande, Umarizal, Alexandria, São Miguel, Mossoró e Areia Branca.
O projeto dos IERNs fazia parte do Programa Nova Escola Potiguar (PNEP) , mais um dos grandes anúncio feitos pelo governo e deixados de lado. Além das 12 novas escolas, estavam previstas as reformas de tantas outras. Leia na página 14 a atual situação de uma dessas escolas.
Eram 12, agora são 9
No anúncio em suas redes sociais, Fátima Bezerra prometeu que os 12 campi dos IERNs seriam “construídos e mantidos pelo governo do Rio Grande do Norte”. E que eles teriam o mesmo padrão do IFRN.
O tempo passou e, no último dia 12 de março (após não entregar sequer uma unidade dos IERNs), Fátima anunciou – novamente como uma grande conquista – que repassaria três das 12 unidades do IERN para o governo federal.
Não ocasião, o governo fez circular a notícia de que os três campi, que agora pertenceriam ao IFRN, teriam “gestão compartilhada” entre os governos federal e estadual. Mas o fato foi logo desmentido pelo próprio reitor do IFRN, professor José Arnóbio, que declarou a O Potengi que “para que possamos atuar nessas sedes, é preciso a transferência total da nominalidade dos terrenos e estruturas para nossa instituição”.
Dos 12 IERNs prometidos, Fátima não entregou sequer um. E já se desfez de três deles antes mesmo de concluir.
E o prometido “padrão federal”?
Quanto à promessa de abrir escolas no “padrão IFRN”, mais uma vez a propaganda do governo foi enganosa. O fato foi evidenciado também por ocasião da transferência das unidades para o governo federal.
Na entrevista que nos concedeu, o reitor do IFRN se disse “orgulhoso e otimista com a possibilidade de expandir a atual rede do IFRN”, que já conta com 22 campi em todas as regiões do RN. Contudo, salientou que há diversos problemas em relação ao projeto do governo do estado.
Um primeiro aspecto a ser sanado, diz Arnóbio, refere-se às estruturas físicas dos prédios projetados pelo governo do RN para os IERNs. “Por exemplo, em uma avaliação preliminar, vimos que o projeto atual só comporta 3 laboratórios. Necessitamos de 4 laboratórios apenas para o ensino propedêutico”, disse o reitor. (O ensino propedêutico é aquele que engloba as disciplinas da formação regular, excluídas as disciplinas técnicas e profissionalizantes.)
“Não teremos duas classes distintas de escola e de alunos. Isso não é admissível por nós. A comunidade de professores e profissionais do IFRN tem um compromisso inegociável com a oferta de uma educação de excelência para todos os seus alunos. Jamais aceitaremos dividir nossos alunos entre os que têm e os que não têm acesso ao ensino que nos propomos a ofertar”, complementou o professor Arnóbio.
Eram fake, os IERNs?
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Blog do Girotto: Reitor Arnóbio diz que prédios dos IERNs não estão preparados para receber cursos do IFRN
Em entrevista ao Blog do Girotto, o professor José Arnóbio – reitor do IFRN – afirmou que, caso se concretizem os planos de instalação de 3 novos campi da instituição no estado, as unidades serão geridas exclusivamente pelo IFRN.
Arnóbio disse ao blog que não sabe de onde partiu a falsa informação de que haveria nestas 3 unidades um modelo de gestão híbrida, compartilhada entre o IFRN e o governo do estado. “Para que possamos atuar nessas sedes, é preciso a transferência total da nominalidade dos terrenos e estruturas para nossa instituição”, afirmou o reitor.
Estruturas dos IERNs precisarão ser readequadas para os IFRNs
Arnóbio se diz orgulhoso e otimista com a possibilidade de expandir a atual rede do IFRN, que já conta com 22 campi em todas as regiões do RN. Contudo, salienta que ainda é preciso sanar diversos problemas.
Um primeiro aspecto a ser enfrentado, diz Arnóbio, se refere às estruturas físicas dos prédios projetado pelo governo do RN para os IERNs.
“Por exemplo, em uma avaliação preliminar, vimos que o projeto atual só comporta 3 laboratórios. Necessitamos de 4 laboratórios apenas para o ensino propedêutico”, disse o reitor. (O ensino propedêutico é aquele que engloba as disciplinas da formação regular, excluídas as disciplinas técnicas.)
“Não teremos duas classes distintas de escola e de alunos. Isso não é admissível por nós. A comunidade de professores e profissionais do IFRN tem um compromisso inegociável com a oferta de uma educação de excelência para todos os seus alunos. Jamais aceitaremos dividir nossos alunos entre os que têm e os que não têm acesso ao ensino que nos propomos a ofertar”, complementou.
Reitoria construirá diálogo com o MEC por reestruturação do projeto
O projeto do governo federal de assumir 3 unidades dos IERNs que o governo do RN não tem condições de manter foi anunciado no último dia 12, uma terça-feira.
Questionamos o professor Arnóbio sobre a data na qual ele teria sido comunicado da decisão, e ele nos informou que soube que assumiria as 3 novas unidades no dia 8 de março, apenas 4 dias antes do anúncio.
Arnóbio não quis comentar nossos questionamentos sobre a forma aparentemente irresponsável com que os governos federal e estadual deliberaram e anunciaram tal medida. O professor preferiu apenas reafirmar que “o IFRN está radiante com a possibilidade de expandir sua presença para 3 novas e importantes cidades e suas regiões. Faremos de tudo para assegurar que as condições necessárias para isso sejam atendidas”.
Arnóbio aproveitou para comunicar que o IFRN terá, nos próximos dias, conversas com as prefeituras das cidades atendidas e com o governo do RN. Um diálogo com o Ministério da Educação também é esperado para breve.
“Podem confiar que não haverá isso de duas categorias diferentes de IFRN. Nossos alunos terão todos acesso à mesma educação de excelência que ofertamos desde 1909, quando ainda éramos a Escola de Aprendizes Artífices”, disse o reitor do IFRN. E no IFRN a sociedade potiguar apendeu a confiar.
Fonte: Blog do Girotto
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