Em entrevista coletiva no aeroporto de Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez duras críticas à TV Globo pela ausência de repórteres no local, ironizando a cobertura da emissora sobre sua trajetória política. “TV Globo, estou duas horas ao vivo à disposição de vocês. Pode perguntar sobre tudo, ok?”, disparou, ressaltando que estava disponível para responder a qualquer questão.
Com tom provocativo, Bolsonaro afirmou que a emissora nunca lhe dá espaço ao vivo. “Há 10 anos me atacam 24 horas por dia e nunca me dão espaço ao vivo para falar”, afirmou. Em seguida, reforçou sua oferta: “Rede Globo, estou aguardando ao vivo, vocês me acusem. Vamos falar de joia, falar de vacina, falar de golpe, falar de baleia. Tá, Rede Globo? À disposição de vocês.”
A proposta de uma entrevista de duas horas foi seguida por uma garantia de grande audiência: “Pode ter certeza que vão ter a maior audiência da história do Brasil. Duas horas ao vivo ou mais. Me acuse de qualquer coisa”, disse Bolsonaro, sugerindo que a conversa seria um evento histórico para a emissora.
Bolsonaro ironiza ausência de repórter da Globo e oferece entrevista de duas horas: "Vai ser a maior audiência da história da Brasil"https://t.co/OQJ9egyQJF pic.twitter.com/XI8NnG5219
— O Potengi (@OPotengi) March 7, 2025
A crítica de Bolsonaro à Globo não se limitou à ausência na coletiva, mas também à relação tensa que mantém com a emissora, que, segundo ele, teria acesso a informações privilegiadas. “Eu até que perguntei, cadê a Globo? Nunca está aqui. Porque ela tem informação privilegiada também, né? Vazamento é com a Globo”, afirmou, reforçando sua postura desconfiada em relação à cobertura jornalística da emissora.
Negativa de golpe
Na entrevista o ex-presidente também comentou a acusação da PGR. De forma irônica, Bolsonaro sugeriu que a acusação seria absurda: “Eu tramei com o Pateta, com o Pato Donald, com o Mickey Mouse”, disse, referindo-se à sua presença na Flórida no dia 8 de janeiro de 2023, quando ocorreram os ataques em Brasília.
Ele negou envolvimento nos atos de 8 de janeiro e afirmou que não se tratou de um golpe de Estado. “Estou sendo acusado de cinco crimes, mas eu não estava aqui. Mesmo que não fosse golpe, não há golpe contra prédios ou pessoas”, afirmou.
Bolsonaro também defendeu sua escolha de dois comandantes das Forças Armadas para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), destacando que não teria condições de articular um golpe.
Sobre a investigação, ele questionou a “divulgação seletiva” de informações pelo STF, referindo-se a vídeos do depoimento de seu ex-ajudante, o tenente-coronel Mauro Cid. Sua defesa pediu que o caso seja analisado pelo plenário do STF, e não apenas pela 1ª Turma da Corte.
Acusações contra Bolsonaro:
- Organização criminosa armada
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Golpe de Estado
- Dano qualificado ao patrimônio da União
- Deterioração de patrimônio tombado
O STF deve decidir sobre a admissibilidade da denúncia nos próximos meses.
