A Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) recebeu na última terça-feira (18) o resultado da análise microbiológica da água coletada, em 3 de fevereiro, próximo ao Morro do Careca, em Ponta Negra. O laudo confirma que não se trata de esgoto, mas de afloramento do lençol freático, naquele local.
A análise físico/química, realizada pelo Instituto Federal de Educação (IFRN), campus Natal/Central, apresentou de fato a ocorrência de nitrato, característico de oxidação de matéria orgânica há vários anos, tem odor característico, mas não tem presença de coliforme fecal, ou seja de esgoto, disse o supervisor geral de Fiscalização Ambiental da Semurb, Leonardo Almeida.
Esse fenômeno de afloramento de lençol é explicado pelo geógrafo e fiscal ambiental da Semurb, Gustavo Szilagyi. Segundo ele, o litoral potiguar é formado pela junção de barreiras e dunas, que ficam sobrepostas. As dunas atuam como filtros naturais e quando as águas encontram a formação barreiras, que atuam como uma capa impermeável, ela começa a escorrer para o mar, foi o que ocorreu em Ponta Negra. “Comumente iremos observar esses afloramentos após períodos de chuvas intensas, como a que tivemos agora no final de janeiro”, explica ele.
Segundo ele, essa água rica em matéria orgânica já decomposta e que são formadas por nitratos, como a própria análise laboratorial mostrou, gera um odor cítrico característico, muitas vezes, leva as pessoas a deduzir que se trata de um esgoto. “Mas na verdade é apenas água do lençol freático, aflorando na praia, portanto, não gera prejuízo à saúde pública”, afirmou Szilagyi.
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