Na tarde desta terça-feira (25), a Polícia Federal (PF) e a Receita Federal deflagraram a operação Pleonexia em Natal, investigando uma organização criminosa envolvida em fraudes financeiras com promessas de investimentos em energia solar. O grupo atraía investidores de diversas partes do Brasil com a promessa de rendimentos de 4% a 5% ao mês, um valor considerado insustentável, que levantou suspeitas de fraude.
A operação resultou em uma série de apreensões, que incluem 12 carros de luxo, uma lancha, dois jet skis, relógios, joias, uma bola de futebol autografada por Pelé e uma chuteira usada por Messi. A lista de bens de alto padrão revela o desvio de recursos de investidores, com valores que ultrapassam R$ 151 milhões. Além disso, R$ 228 mil em espécie foram encontrados nas residências dos investigados.
A empresa em questão afirmava ter 11 usinas de energia solar com capacidade para gerar mais de 1,2 milhões de kWh por mês, mas a investigação revelou que apenas uma usina estava efetivamente conectada à rede elétrica, gerando apenas uma pequena fração do prometido. A empresa, que não possuía a devida autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), captava recursos de cerca de 6.300 pessoas, espalhadas por 732 cidades do Brasil.
De acordo com a Receita Federal, a maior parte dos valores captados foi desviada para a compra de imóveis, veículos de luxo e outros itens de colecionador. A fraude afetou milhares de pessoas, que acreditavam estar investindo em uma oportunidade legítima.
Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em diferentes estados do país, incluindo Natal, Barueri (SP) e Goiânia (GO). O chefe da organização foi preso preventivamente durante a operação e é apontado como responsável por orquestrar a fraude. Vale destacar que o investigado já possui condenação por tráfico internacional de drogas e responde a processos anteriores relacionados a estelionato, lavagem de dinheiro e crimes contra a economia popular.
O nome da operação, Pleonexia, faz referência ao termo grego que significa “ganância excessiva” ou “ambição desmedida”, refletindo a natureza do golpe que visa obter ganhos financeiros ilícitos à custa de pessoas inocentes.
A Justiça determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 244 milhões em bens dos envolvidos, visando ressarcir as vítimas e cobrir as multas e custas processuais. A operação segue em andamento, com novas diligências sendo realizadas para garantir que os responsáveis pela fraude sejam punidos e os investidores lesados possam ser reparados.