• Com pacote fiscal, Fátima teve coragem de pensar o RN para além de seu mandato

    O pacote fiscal proposto pelo Governo do Rio Grande do Norte, que busca reequilibrar as finanças do Estado, chegou atrasado; mas chegou. A principal medida anunciada é a retomada da alíquota do ICMS para 20% e de forma permanente, a exemplo do que têm feito os estados vizinhos. Outros pontos importantes do pacote são a taxação gradual de carros elétricos, que atualmente são isentos de IPVA, e a extensão de dez para quinze anos do período aplicável do IPVA.

    Muito embora a campanha que reelegeu a governadora Fátima Bezerra tenha se apoiado numa narrativa de o pior já havia passado (em relação às contas do Estado), a verdade que restou após as eleições é a mesma de todos os entes da Federação Brasileira: crise fiscal aguda gerada – sobretudo – pelo descompasso entre as demandas exigidas ao poder público e a capacidade de arrecadação do mesmo.

    O primeiro governo de Fátima deu importantes passos para recuperar financeiramente o RN, o que seu marketing explorou sob o mote de “O melhor vai começar”. Mas a realidade crua dos fatos demonstra que o melhor ainda está muito distante. Ao repôr as folhas salariais dos servidores que estavam atrasadas e implementar medidas como o REFIS, o governo permitiu que se respirasse. Mas tais medidas não bastam para superar nosso quadro fiscal, que reflete uma tendência geral em todo o mundo pelo menos desde a década de 1970.

    Aliado às propostas para incrementar a arrecadação, o governo também anunciou a elaboração de um outro pacote, este voltado para a contenção de gastos e otimização da aplicação dos escassos recursos públicos. Juntas, tais ações demonstram um compromisso real com a saúde financeira do RN e representam uma nova esperança de retomarmos alguma capacidade de investimentos, que possam abrir perspectivas de progresso econômico para os potiguares.

    Fátima adota apresenta seu plano de recuperação fiscal ao final do segundo ano de seu novo mandato à frente do governo. Se enxergarmos o copo meio vazio, diremos que chegou tarde. Mas – sendo franco – a atitude revela coragem e desprendimento inéditos em nossa tradição política. Digo isso porque quem colherá os bons frutos da nova política que se busca implementar serão os futuros governantes, que encontrarão para administrar um Estado em condições muito melhores que as que Fátima recebeu das mãos de Robinson Faria.

    No presente caso, o que surpreende é que governo e oposição fazem o seu o papel. Não é da oposição que devemos cobrar responsabilidade, mas sim do governo. E, pelo que recordo, a oposição sempre tem feito o seu papel de ir contra as ações do governo.

    O que faltava ao RN era coragem em nossos governos para não imitar a oposição e ser afirmativo, ainda que isso exija medidas difíceis de explicar para a população que está habituada a se informar pelo Instagram e WhatsApp.

    O preço político das medidas será pago pela atual governadora, que já enfrenta uma onda de notícias mal-informadas ou simplesmente desinformadas, que nada dizem sobre a necessidade de se fazer algo. Os críticos do pacote apresentado pelo governo Fátima estão de olho nas eleições de 2026. O governo e sua equipe econômica estão olhando para as próximas décadas.


  • Nesta data acontece algo

    Fermentação. Só de ouvir essa palavra, você talvez pense em um pedaço de repolho borbulhante ou num líquido misterioso repousando num canto da cozinha. Mas essa técnica ancestral é muito mais do que isso: é a chave para criar sabores profundos, inesperados e vivos. Para quem acha que fermentados são só uma moda passageira, é bom se preparar. Eles estão ocupando o centro do palco da alta gastronomia, trazendo complexidade a pratos e bebidas que antes pareciam banais.


  • Ailton Medeiros: “O Ministério Público Eleitoral já está em posse das informações de que disponho e deverá apurar”

    Autor de graves denúncias que envolvem “caixa 2” e compra de votos em massa, o jornalista Ailton Medeiros confirma que levou o caso à Justiça.

    Segundo nos informa o jornalista Ailton Medeiros, as denúncias sobre um gigantesco esquema de “caixa 2” na eleição para a Prefeitura de Natal já está no radar do Ministério Público Eleitoral, para onde encaminhou todas as informações que obteve junto a suas fontes.

    “Não posso citar nomes porque não quero levar um processo e também porque preciso proteger minhas fontes. Mas obtive confirmações suficientes para ter certeza dos fatos e me ver obrigado a informar à sociedade sobre o que está acontecendo”, diz Ailton.

    “São R$ 30 milhões de reais. Só um empresário do setor de construção aqui de Natal doou R$ 10 milhões, e outros R$ 5 milhões foram conseguidos por Rogério Marinho junto a empresários e construtores”, revela jornalista.

    “Decidi divulgar esse fato porque a Polícia Federal, o MP ou os eleitores devem fazer algo para impedir que no 2º turno aconteça de novo o que aconteceu no 1º. Eles gastaram uma fortuna para comprar votos de Carlos Eduardo e o tiraram da disputa no dia da votação, com o abuso do poder econômico e dinheiro de ‘caixa 2’”, complementa.


  • Ailton Medeiros: “A campanha de Paulinho comprou muitos votos para tirar Carlos do 2º turno”

    Jornalista teve acesso a fontes que relataram um mecanismo vasto e complexo de compra de votos que teria operado no dia 6 de outubro, em Natal.

    Segundo as informações reveladas nas últimas horas pelo jornalista Ailton Medeiros, o 1º turno da eleição para a Prefeitura de Natal deste ano teria sido resolvido “à base de muito, mas muito dinheiro”. O esquema continuaria operando no 2º turno, para decidir a eleição a favor de Paulinho Freire no próximo dia 27.

    “O esquema de compra de votos foi retomado já na semana passada. São malas de dinheiro sendo distribuídas para as lideranças locais operarem a compra de votos. Principalmente em bairros da Zona Norte, naquela região da Leste, na Oeste. São pessoas que sabem como fazer a compra de votos, candidatos a vereador que pedem recursos para pagar dívidas de campanha, são eles que recebem a grana e distribuem com outras lideranças menores e no varejo, diretamente com eleitores”, disse o jornalista em entrevista a O Potengi.

    Esquema estaria em operação no 2º turno

    “O mesmo modus operandi dos dez últimos dias do 1º turno é o que estão usando desde a semana passada. Estão pagando até pro cara não ir votar, se for eleitor de Natália”, relata Ailton.

    Para Ailton Medeiros, o grande perigo é de “que a eleição em Natal seja decidida pela força do dinheiro, não pelo voto livre”.


  • Natália venceu debate da Band por nocaute já no primeiro round

    O único a encaixar – dos muitos golpes que Paulinho Freire (UB) ensaiou contra sua adversária na noite de ontem – foi referente aos repasses irregulares da saúde estadual para os municípios e entidades conveniadas. Ponto alto de Paulinho, e só.

    A campanha de Paulinho tem explorado no dia de hoje uma suposta agressividade de Natália Bonavides (PT) durante o debate. Natália seguiu o manual de debates no estilo americano – estratégia parecida com o básico do xadrez: ocupe o centro do tabuleiro.

    Mas não foi apenas no tabuleiro que Natália acuou Paulinho. Em sua primeira pergunta, confrontou diretamente o adversário sobre a falsa polêmica da liberação de furtos de celular. Uma fraude intelectual que tem movido ânimos no 2º turno.

    Natália alternou ataques certeiros e concretos, diretamente vinculados à estratégia errática do marketing de Paulinho, com a defesa de sua atuação parlamentar e a exposição de pontos-chave de seu programa.

    Paulinho se apequenou. O conheço e sei que possui atributos intelectuais em muito superiores aos que vem demonstrando nos debates, o que não o salvará aos olhos da maioria dos eleitores, que apenas agora passou a conhecê-lo.

    O próprio Paulinho ficou constrangido quando a mediadora do debate pediu que Natália se afastasse do oponente. Pareceu a tia do colégio protegendo um frágil favorito. Aquela cena ( com o desconforto de Paulinho diante de sua impotência ao tentar defender a narrativa furada de seu marketing) resumiu o debate.

    A Band deveria ter encerrado o confronto já no primeiro round, por questões de humanidade. Foi nocaute técnico dos primeiros 15 segundos às considerações finais. E sobre os pontos do debate de ontem, teremos muito o que falar a semana inteira.


  • Pesquisa Ranking / O Potengi falhou em captar intensificação da migração massiva de votos na última semana

    A pesquisa Ranking/O Potengi divulgada no último sábado ouviu 3 mil eleitores da capital nos dias 1 e 2 de outubro de 2024. Com 36,30% dos votos válidos, Carlos liderava as intenções de voto. O vencedor do 1º turno, Paulinho, apareceu em 3º, com 30,61%.

    Desconsiderando a margem de erro da amostra, que foi de 1,8% para mais ou para menos, temos que nossa pesquisa registrou uma tendência de votação de Paulinho inferior àquela que saiu das urnas no dia 6 de outubro. A distância entre os números que o Ranking verificou entre os eleitores natalenses nos dias 1 e 2  de outubro e votação final de Freire foi 50.148 votos.

    Já Carlos Eduardo apareceu em nossa pesquisa com uma projeção de votos inversamente proporcional à diferença projetada para Paulinho Freire. Abertas as urnas, Carlos teve 45.399 a menos que aqueles projetados pela pesquisa Ranking.

    Há sempre – e temos o dever de admitir – a possibilidade de a pesquisa ter sido ineficiente em capturar o movimento do eleitorado. Contudo, a última pesquisa Ranking / O Potengi para o 1º turno em Natal foi aquela que entrevistou o maior número de eleitores na capital (3 mil), tendo também a menor margem de erro dentre todas as pesquisas registradas, apenas 1,8%.

    Os números da pesquisa divulgada em nosso podcast no dia 6 de outubro mantêm uma tendência consistente com os das aferições anteriores, apontando um relativo crescimento de Paulinho e Natália sobre Carlos Eduardo. Ainda assim, considerando a evolução dos números das pesquisas Ranking, foram mais de 29 mil votos que teriam migrado de Carlos para Paulinho para além da média de migração de votos estabelecida pelas pesquisas Ranking.

    Vamos aos fatos…

    Os votos de Carlos Eduardo

    Carlos Eduardo apareceu em 22 de setembro com 40,57% das intenções de votos na pesquisa Ranking, caindo para na semana seguinte 33,73% e oscilando para 36,30% na última pesquisa. Calculando a média de Carlos nos últimos sete dias, temos que – na margem de erro – o ex-prefeito teria entre 34,2% e 36,8% no dia 2 de outubro.

    Em sete dias, Carlos Eduardo viu suas intenções de voto caírem 13,3% – uma média de 1,9% por dia.

    Portanto, a projeção do Instituto Ranking para o dia 6 de outubro (mantida a tendência estável de suas três últimas pesquisas) seria Carlos ter um piso de 31,6%, contando com a margem de erro de 1,8%.

    Pela projeção da pesquisa Ranking, Carlos teria 122.698 votos no dia 6 de outubro. Ele teve 93.013 – 29.685 votos a menos que o projetado por nossa pesquisa.

    Os votos de Paulinho Freire

    Paulinho Freire, que entre as duas últimas pesquisas Ranking foi de 24,30% para 30,61%, apresentou uma sólida tendência de crescimento na casa 26% em suas intenções de voto no período.

    Pela projeção da tendência de crescimento apontada pela pesquisa Ranking, Paulinho teria no dia 6 de outubro entre 136.459 e 138.961 votos. Ele teve 171.146; foram 32.185 votos a mais que o teto projetado pelo instituto.

    Nossa pesquisa não explica a migração de quase 30 mil votos de Carlos para Paulinho

    PROJEÇÃO DA PESQUISA PARA 6 DE OUTUBRO
    CandidatoVotaçãoProjeção
    Ranking*
    Diferença
    Paulinho Freire (UB)171.146138.961-32.185
    Natália Bonavides (PT)110.483120.3639.880
    Carlos Eduardo (PSD)93.013122.69829.685
    Outros13.6448.114-5.530
    * A projeção apresentada pondera a média das variações nas intenções de voto de Paulinho Freire e Carlos Eduardo nas últimas pesquisas Ranking para a capital, levando em conta a tendência de crescimento/decrescimento apresentada pelo candidatos sobre os quatro dias entre o fim das entrevistas no campo (2 de outubro) e a data da votação.

    Como conclusão direta dos números apresentados, temos que a última pesquisa Ranking / O Potengi para a Prefeitura de Natal falhou em detectar a tendência de migração de mais de 29 mil votos que de Carlos Eduardo teriam partido rumo à cesta de votos de Paulinho Freire.

    Temos que – nos quatro dias que antecederam a votação – nossa pesquisa projetava uma migração massiva de 21 mil votos de Carlos Eduardo para Paulinho Freire. Embora sejam números já impressionantes, o que vimos foram quase 50 mil eleitores realizando esse movimento. Pela crueza dos números que divulgamos, precisamos admitir que a pesquisa não explica 29 mil votos de Paulinho Freire.

    Disso decorrem duas possibilidades que ainda precisam entender melhor. A primeira é que tenhamos sido ineptos ao planejar e conduzir a pesquisa. Adotando como critério a Navalha de Ockham, esta é a possibilidade mais provável.

    A outra, que carece de maior conhecimento sobre o que ocorreu nos bairros de Natal entre os dias 3 e 6 de outubro, é de que neste período algum fator, do tipo que não cabe a uma pesquisa verificar, teria entrado em campo e virado quase 30 mil votos, mirando diretamente o eleitorado de Carlos Eduardo e o excluindo do 2º turno. É improvável, pelo que podemos afirmar e comprovar, que isso tenha acontecido. Não se viu a campanha de Paulinho Freire nas ruas, sequer no dia da votação.

    O que nos resta é tentar entender melhor o ocorrido e por ora admitir nosso erro, pelo qual pedimos desculpas a nossos leitores.

    As pesquisas Ranking para o 1º turno em Natal

    O jornal O Potengi registrou quatro pesquisas para o 1º turno na capital potiguar. Confira os resultados abaixo.


  • Apenas Ranking, Qualitá e Veritá acertaram Natália no 2º turno em Natal

    A eleição para a Prefeitura de Natal em 1º turno foi marcada pela guerra de pesquisas. Cada candidato adotou como verdadeira aquela que melhor o apresentava. Abertas as urnas, é hora de avaliar o desempenho dos diferentes institutos e dar aos eleitores informações confiáveis de como julgar agentes e metodologias que merecem credibilidade.

    O resultado final, com a passagem de Paulinho Freire e Natália Bonavides para o 2º turno desmoronou as previsões da grande maioria dos institutos, inclusive do parceiro deste jornal, o Ranking Brasil, que projetava Carlos e Natália no 2º turno.

    Das onze pesquisas analisadas, oito erraram a segunda colocação da candidata petista Natália Bonavides. As exceções foram Ranking, Qualitá e Veritá.

    Confira abaixo o que cada um dos onze institutos previram para a votação de Natália em comparação com o resultado das urnas.

    Natália Bonavides (PT) – Votação: 28,45%
    INSTITUTOPrevisãoDiferençaPeríododas Entrevistas
    Veritá28,86%0,41%27/09 a 01/10
    Qualitá29,44%0,99%01/10
    TCM/TSDois25,93%-2,52%26 a 30/09
    Ranking Brasil31,00%2,55%01-03/10
    Quaest25,00%-3,45%04-05/10
    Seta/Blog do BG31,90%3,45%30/09 a 01/10
    DataVero24,55%-3,90%02 a 04/10
    Consult23,40%-5,05%27 a 30/09
    AtlasIntel34,60%6,15%29/09 a 04/10
    Futura21,50%-6,95%03/10
    Exatus19,16%-9,29%01-02/10

  • Natal elege 29 vereadores para nova legislatura; confira os eleitos

    Com uma fragorosa votação de Robson Carvalho, Câmara de Vereadores de Natal teve renovação de mais de 50%.

    Vereadores eleitos em 2024

    • Robson Carvalho (União Brasil) – 9.785 votos
    • Eriko Jácome (PP) – 8.819 votos votos
    • Daniel Valença (PT) – 8.249 votos
    • Irapoã (Republicanos) – 7.760 votos
    • Daniel Rendall (Republicanos) – 7.417 votos
    • Thabatta Pimenta (PSOL) – 7.085 votos
    • Brisa (PT) – 6.877 votos
    • Herberth Sena (PV) – 6.709 votos
    • Camila Araújo (União Brasil) – 6.563 votos
    • Nina Souza (União Brasil) – 6.127 votos
    • Tércio Tinôco (União Brasil) – 5.707 votos
    • Léo Souza (Republicanos) – 5.435 votos
    • Kleber Fernandes (Republicanos) – 5.334 votos
    • Matheus Faustino (União Brasil) – 5.195 votos
    • Samanda (PT) – 5.189 votos
    • Aldo Clemente (PSDB) – 5.113 votos
    • Preto Aquino (Podemos) – 4.959 votos
    • Tárcio de Eudiane (União Brasil) – 4.692 votos
    • Subtenente Eliabe (PL) – 4.224 votos
    • Luciano Nascimento (PSD) – 4.214 votos
    • Eribaldo Medeiros (Rede) – 4.135 votos
    • Hermes Câmara (Cidadania) – 4.022 votos
    • Cláudio Custódio (PP) – 3.939 votos
    • Pedro Henrique (PP) – 3.728 votos
    • Daniel Santiago (PP) – 3.721 votos
    • João Batista Torres (DC) – 3.565 votos
    • Anne Lagartixa (Solidariedade) – 3.518 votos
    • Tony Henrique (PL) – 3.206 votos
    • Fulvio (Solidariedade) – 3.086 votos

  • Carlos vence último debate entre candidatos à Prefeitura de Natal, realizado na noite de ontem

    Reprodução do YouTube.

    Carlos Eduardo (PSD) teve o melhor desempenho entre os quatro candidatos presentes ao debate de ontem à noite, na Inter TV Cabugi. Seguro e bem informado, ele se valeu da experiência de ter sido quatro vezes prefeito da capital e desmontou com facilidade as narrativas que os marqueteiros das campanhas adversárias armaram para colocá-lo em situações difíceis que pudessem ser exploradas em cortes para as redes sociais.

    Prova disso foi o momento mais controverso da atuação de Carlos no debate, a tensão entre ele e Paulinho Freire, que está sendo divulgada como uma confusão do porte das arengas de Marçal e Datena. O exagero na exploração deste fato isolado e até insignificante mostra que Carlos não caiu nas ciladas.

    Paulinho Freire tem sido punido em todos os debates por um marketing anacrônico, apegado a soluções mágicas e a um discurso que só reverbera nos cafés de Petrópolis. Suando às bicas e muito nervoso, ele sentiu – já no primeiro bloco – que a estratégia traçada para o confronto contra Carlos falhou. Levou várias invertidas e quase tudo o que disse sobre o adversário acabou recaindo sobre o próprio Paulinho.

    Natália, que teve o melhor pessoal em todos os demais debates, também mostrou certo nervosismo nesta oportunidade. Ainda que tenha mantido a qualidade e a comunicação direta que marcam seu marketing de campanha, não esteve no mesmo nível de suas aparições anteriores. Muito disso se deve, creio, ao surpreendente desempenho de Carlos no debate, que frustrou a expectativa geral de que ele cometeria erros fatais a serem explorados na reta final.

    Já Rafael Motta, embora ainda em crise de identidade e afetado por maneirismos, teve sua melhor participação em um debate (e mesmo entre as entrevistas que concedeu) neste ano. Encerra sua discreta participação na eleição com dignidade.


  • Fabrízia lidera com 52,6%, enquanto Serrinha tem 37,8% na corrida para prefeito de São Pedro, aponta Ranking Brasil

    A mais recente pesquisa do Instituto Ranking Brasil para a cidade de São Pedro (RN) revela que Fabrízia (MDB) lidera as intenções de voto para a prefeitura, com 52,6% das citações na pesquisa estimulada. Serrinha (Podemos) aparece na segunda posição com 37,8%. Já 8,6% dos eleitores não souberam ou não responderam, e 1% declarou voto em branco ou nulo.

    Sobre a Pesquisa

    A pesquisa foi encomendada pelo portal O Potengi e ouviu 500 eleitores, no dia 28 de setembro, com uma margem de erro de 4,3 pontos percentuais para mais ou para menos e nível de confiança de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número RN-08688/2024.





por Angelo Girotto


O Potengi

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  • Com pacote fiscal, Fátima teve coragem de pensar o RN para além de seu mandato

    O pacote fiscal proposto pelo Governo do Rio Grande do Norte, que busca reequilibrar as finanças do Estado, chegou atrasado; mas chegou. A principal medida anunciada é a retomada da alíquota do ICMS para 20% e de forma permanente, a exemplo do que têm feito os estados vizinhos. Outros pontos importantes do pacote são a taxação gradual de carros elétricos, que atualmente são isentos de IPVA, e a extensão de dez para quinze anos do período aplicável do IPVA.

    Muito embora a campanha que reelegeu a governadora Fátima Bezerra tenha se apoiado numa narrativa de o pior já havia passado (em relação às contas do Estado), a verdade que restou após as eleições é a mesma de todos os entes da Federação Brasileira: crise fiscal aguda gerada – sobretudo – pelo descompasso entre as demandas exigidas ao poder público e a capacidade de arrecadação do mesmo.

    O primeiro governo de Fátima deu importantes passos para recuperar financeiramente o RN, o que seu marketing explorou sob o mote de “O melhor vai começar”. Mas a realidade crua dos fatos demonstra que o melhor ainda está muito distante. Ao repôr as folhas salariais dos servidores que estavam atrasadas e implementar medidas como o REFIS, o governo permitiu que se respirasse. Mas tais medidas não bastam para superar nosso quadro fiscal, que reflete uma tendência geral em todo o mundo pelo menos desde a década de 1970.

    Aliado às propostas para incrementar a arrecadação, o governo também anunciou a elaboração de um outro pacote, este voltado para a contenção de gastos e otimização da aplicação dos escassos recursos públicos. Juntas, tais ações demonstram um compromisso real com a saúde financeira do RN e representam uma nova esperança de retomarmos alguma capacidade de investimentos, que possam abrir perspectivas de progresso econômico para os potiguares.

    Fátima adota apresenta seu plano de recuperação fiscal ao final do segundo ano de seu novo mandato à frente do governo. Se enxergarmos o copo meio vazio, diremos que chegou tarde. Mas – sendo franco – a atitude revela coragem e desprendimento inéditos em nossa tradição política. Digo isso porque quem colherá os bons frutos da nova política que se busca implementar serão os futuros governantes, que encontrarão para administrar um Estado em condições muito melhores que as que Fátima recebeu das mãos de Robinson Faria.

    No presente caso, o que surpreende é que governo e oposição fazem o seu o papel. Não é da oposição que devemos cobrar responsabilidade, mas sim do governo. E, pelo que recordo, a oposição sempre tem feito o seu papel de ir contra as ações do governo.

    O que faltava ao RN era coragem em nossos governos para não imitar a oposição e ser afirmativo, ainda que isso exija medidas difíceis de explicar para a população que está habituada a se informar pelo Instagram e WhatsApp.

    O preço político das medidas será pago pela atual governadora, que já enfrenta uma onda de notícias mal-informadas ou simplesmente desinformadas, que nada dizem sobre a necessidade de se fazer algo. Os críticos do pacote apresentado pelo governo Fátima estão de olho nas eleições de 2026. O governo e sua equipe econômica estão olhando para as próximas décadas.


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  • Nesta data acontece algo

    Fermentação. Só de ouvir essa palavra, você talvez pense em um pedaço de repolho borbulhante ou num líquido misterioso repousando num canto da cozinha. Mas essa técnica ancestral é muito mais do que isso: é a chave para criar sabores profundos, inesperados e vivos. Para quem acha que fermentados são só uma moda passageira, é bom se preparar. Eles estão ocupando o centro do palco da alta gastronomia, trazendo complexidade a pratos e bebidas que antes pareciam banais.


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  • Ailton Medeiros: “O Ministério Público Eleitoral já está em posse das informações de que disponho e deverá apurar”

    Autor de graves denúncias que envolvem “caixa 2” e compra de votos em massa, o jornalista Ailton Medeiros confirma que levou o caso à Justiça.

    Segundo nos informa o jornalista Ailton Medeiros, as denúncias sobre um gigantesco esquema de “caixa 2” na eleição para a Prefeitura de Natal já está no radar do Ministério Público Eleitoral, para onde encaminhou todas as informações que obteve junto a suas fontes.

    “Não posso citar nomes porque não quero levar um processo e também porque preciso proteger minhas fontes. Mas obtive confirmações suficientes para ter certeza dos fatos e me ver obrigado a informar à sociedade sobre o que está acontecendo”, diz Ailton.

    “São R$ 30 milhões de reais. Só um empresário do setor de construção aqui de Natal doou R$ 10 milhões, e outros R$ 5 milhões foram conseguidos por Rogério Marinho junto a empresários e construtores”, revela jornalista.

    “Decidi divulgar esse fato porque a Polícia Federal, o MP ou os eleitores devem fazer algo para impedir que no 2º turno aconteça de novo o que aconteceu no 1º. Eles gastaram uma fortuna para comprar votos de Carlos Eduardo e o tiraram da disputa no dia da votação, com o abuso do poder econômico e dinheiro de ‘caixa 2’”, complementa.


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  • Ailton Medeiros: “A campanha de Paulinho comprou muitos votos para tirar Carlos do 2º turno”

    Jornalista teve acesso a fontes que relataram um mecanismo vasto e complexo de compra de votos que teria operado no dia 6 de outubro, em Natal.

    Segundo as informações reveladas nas últimas horas pelo jornalista Ailton Medeiros, o 1º turno da eleição para a Prefeitura de Natal deste ano teria sido resolvido “à base de muito, mas muito dinheiro”. O esquema continuaria operando no 2º turno, para decidir a eleição a favor de Paulinho Freire no próximo dia 27.

    “O esquema de compra de votos foi retomado já na semana passada. São malas de dinheiro sendo distribuídas para as lideranças locais operarem a compra de votos. Principalmente em bairros da Zona Norte, naquela região da Leste, na Oeste. São pessoas que sabem como fazer a compra de votos, candidatos a vereador que pedem recursos para pagar dívidas de campanha, são eles que recebem a grana e distribuem com outras lideranças menores e no varejo, diretamente com eleitores”, disse o jornalista em entrevista a O Potengi.

    Esquema estaria em operação no 2º turno

    “O mesmo modus operandi dos dez últimos dias do 1º turno é o que estão usando desde a semana passada. Estão pagando até pro cara não ir votar, se for eleitor de Natália”, relata Ailton.

    Para Ailton Medeiros, o grande perigo é de “que a eleição em Natal seja decidida pela força do dinheiro, não pelo voto livre”.


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  • Natália venceu debate da Band por nocaute já no primeiro round

    O único a encaixar – dos muitos golpes que Paulinho Freire (UB) ensaiou contra sua adversária na noite de ontem – foi referente aos repasses irregulares da saúde estadual para os municípios e entidades conveniadas. Ponto alto de Paulinho, e só.

    A campanha de Paulinho tem explorado no dia de hoje uma suposta agressividade de Natália Bonavides (PT) durante o debate. Natália seguiu o manual de debates no estilo americano – estratégia parecida com o básico do xadrez: ocupe o centro do tabuleiro.

    Mas não foi apenas no tabuleiro que Natália acuou Paulinho. Em sua primeira pergunta, confrontou diretamente o adversário sobre a falsa polêmica da liberação de furtos de celular. Uma fraude intelectual que tem movido ânimos no 2º turno.

    Natália alternou ataques certeiros e concretos, diretamente vinculados à estratégia errática do marketing de Paulinho, com a defesa de sua atuação parlamentar e a exposição de pontos-chave de seu programa.

    Paulinho se apequenou. O conheço e sei que possui atributos intelectuais em muito superiores aos que vem demonstrando nos debates, o que não o salvará aos olhos da maioria dos eleitores, que apenas agora passou a conhecê-lo.

    O próprio Paulinho ficou constrangido quando a mediadora do debate pediu que Natália se afastasse do oponente. Pareceu a tia do colégio protegendo um frágil favorito. Aquela cena ( com o desconforto de Paulinho diante de sua impotência ao tentar defender a narrativa furada de seu marketing) resumiu o debate.

    A Band deveria ter encerrado o confronto já no primeiro round, por questões de humanidade. Foi nocaute técnico dos primeiros 15 segundos às considerações finais. E sobre os pontos do debate de ontem, teremos muito o que falar a semana inteira.


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