No dia 10 de março, às 15h, a Câmara Municipal de Natal será palco de um importante debate sobre a mobilidade ativa na cidade. A Audiência Pública sobre Mobilidade Ativa, proposta pelo presidente da Comissão de Transportes, Vereador Léo Souza, visa discutir soluções para a crescente demanda de infraestrutura para ciclistas e pedestres, além de cobrar mais segurança nas ruas para quem usa a bicicleta como meio de transporte e lazer.
A mobilização é especialmente urgente após a morte trágica do médico oftalmologista Araken Britto, atropelado por um caminhão enquanto praticava ciclismo com amigos no bairro Tirol, em Natal, no dia 24 de fevereiro de 2025. O acidente, que aconteceu por volta das 5h40 na avenida Salgado Filho, chocou a comunidade e trouxe à tona a urgência de medidas de segurança para quem escolhe a bicicleta como meio de transporte e lazer. Durante a audiência, grupos de ciclistas, como o Ciclo Comitê Popular e a Massa Crítica, estarão presentes para reivindicar ações concretas do poder público. Eles pretendem entregar uma carta aos vereadores com propostas detalhadas para melhorar o sistema cicloviário de Natal.
A luta por mais segurança e infraestrutura
Daniel Souza, conhecido como Russo, da coordenação do Ciclo Comitê Popular, destaca a importância da audiência pública, que é uma oportunidade para colocar em pauta as necessidades urgentes da classe. Em entrevista, Russo detalhou o cenário atual para os ciclistas da cidade e como a infraestrutura cicloviária ainda deixa a desejar, especialmente nas zonas Norte, Oeste e Leste de Natal, áreas onde a demanda por espaços seguros para pedalar é ainda maior.
“Infelizmente, as ciclovias e ciclo-rotas existentes não atendem à real necessidade dos trabalhadores que utilizam a bicicleta para se deslocar. A Zona Norte e a Zona Oeste, por exemplo, estão desassistidas. Precisamos de mais estruturas, com maior segurança, para quem usa a bicicleta no cotidiano”, explica Russo.
Segundo ele, uma das bandeiras levantadas pelo Ciclo Comitê Popular é a criação de um plano municipal de mobilidade ativa, que inclua ciclistas, pedestres e outros meios de transporte não motorizados. “Queremos um processo participativo, com a população levantando suas pautas e propondo soluções para melhorar o uso da bicicleta na cidade”, completou.
A voz dos ciclistas e a luta por política pública
Durante a campanha eleitoral de 2024, o Ciclo Comitê Popular se empenhou em sensibilizar candidatos sobre as necessidades dos ciclistas. Russo revelou que a campanha de Paulinho Freire não demonstrou interesse em dialogar com os ativistas.
