Durante audiência pública promovida pelo vereador Daniel Valença (PT), o servidor Marconi Damasceno, auxiliar de grupo da Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SENSU), fez duras críticas à proposta de reajuste salarial apresentada pela Prefeitura de Natal. Para ele, o percentual de 12,88% oferecido aos servidores representa um “tapa na cara” da categoria.
Damasceno lembrou que os servidores acumulam perdas salariais superiores a 120% desde 2010 e afirmou que o reajuste proposto é insuficiente diante do cenário de defasagem. “Essa proposta de 12,88%, desculpe a expressão, é um tapa na cara de todos os servidores deste município”, disse.
Além da crítica à Prefeitura, o servidor direcionou ataques à postura do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Natal (Sinsenat), especialmente ao seu presidente, J. Neto. Segundo ele, a atuação da atual direção sindical tem sido marcada por alinhamento político com o Executivo, o que compromete a defesa dos direitos da categoria.
“J. Neto é simplesmente um correligionário de Álvaro Dias e Paulinho Freire. Disputou eleição pelo PP, partido da base aliada, e agora se apresenta como sindicalista, mas atua como um braço do governo”, denunciou Marconi, ao criticar a ausência de mobilização sindical efetiva contra o que chamou de “achatamento salarial”.
O servidor também apontou que a direção do sindicato negociou com a gestão municipal sem consultar os trabalhadores por meio de assembleia. “Era para ter vindo à base, unificado com os demais sindicatos. Mas preferiram negociar com o patrão a portas fechadas”, completou.
Damasceno destacou ainda que, durante o processo eleitoral, o prefeito Paulinho Freire e sua esposa, a atual secretária de Assistência Social, Nina Souza, assinaram uma carta-compromisso com oito pautas voltadas à valorização dos servidores públicos. O documento previa, entre outros pontos, a implementação de planos de carreira, progressões automáticas e reajustes dignos.
“No primeiro dia de governo, vetaram as gratificações e progressões. Ele também prometeu valorização aos agentes patrimoniais, mas o que entregou foi um auxílio-alimentação de R$ 10 para quem trabalha 24 horas. Isso é desrespeito com quem está na linha de frente”, denunciou.
Ao final, Damasceno convocou a categoria à mobilização. “Se aceitarmos isso, só nos resta a greve. Precisamos paralisar a cidade e mostrar que não vamos aceitar essa negociata entre Paulinho Freire e o presidente do Sinsenat”, concluiu.