Pessoas do RN e da Paraíba são denunciados por envolvimento com a Máfia Italiana em lavagem de dinheiro



Nove pessoas foram acusadas - Foto: Reprodução Nove pessoas foram acusadas – Foto: Reprodução




O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta terça-feira, 17 de setembro, três italianos e seis brasileiros por envolvimento com crimes relacionados à organização criminosa internacional e lavagem de dinheiro para a máfia italiana. A denúncia é um desdobramento da Operação Arancia, que investigou uma ramificação da Cosa Nostra, uma das maiores organizações mafiosas da Itália, com atuação comprovada no Brasil, especialmente no Rio Grande do Norte e na Paraíba.

A Operação Arancia revelou uma rede de lavagem de dinheiro que operava no Brasil através de empresas de fachada e “laranjas” para ocultar lucros provenientes de atividades criminosas como tráfico de drogas, extorsão e homicídio. De acordo com o MPF, o grupo criminoso estabeleceu uma estrutura complexa no Brasil, movimentando milhões de reais e utilizando pessoas sem lastro financeiro compatível para dissimular o capital ilícito.

As investigações apontam que o esquema resultou na lavagem de pelo menos R$ 300 milhões (cerca de cinquenta milhões de euros) desde 2009. No entanto, as autoridades italianas estimam que o valor total dos ativos envolvidos possa ultrapassar 500 milhões de euros, equivalente a mais de R$ 3 bilhões. Entre os investimentos identificados estão um restaurante de luxo em Natal (RN), apartamentos em Cabedelo e uma casa em um resort em Bananeiras, ambos na Paraíba, além de um grande loteamento residencial em Extremoz (RN), todos financiados com lucros provenientes de crimes na Itália.

O MPF também solicitou à Justiça a manutenção da prisão preventiva dos três líderes italianos da máfia identificados. Dois deles já se encontram em custódia: Giuseppe Calvaruso, na Itália, e Pietro Lagodana, no Presídio Estadual de Alcaçuz, no RN. Giuseppe Bruno, o terceiro italiano, foi preso no Brasil durante a Operação Arancia em agosto deste ano. Nesta terça-feira, a segunda turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) negou um pedido de Habeas Corpus para Giuseppe Bruno, que continuará preso aguardando julgamento.

A denúncia inclui também seis brasileiros, acusados de integrar a organização em diversos períodos, incluindo companheiras dos líderes italianos. O caso tramita na 14ª Vara da Justiça Federal no Rio Grande do Norte, sob o número 0810121-29.2022.4.05.8400.

A Operação Arancia, deflagrada em 13 de agosto, contou com a execução de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em três estados brasileiros: Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Piauí. Simultaneamente, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo coordenou buscas na Itália e na Suíça, mobilizando mais de cem agentes financeiros italianos.

A Equipe Conjunta de Investigação (ECI), formada pelo MPF, Polícia Federal, Procuradoria de Palermo e polícia italiana, com apoio da Eurojust, desempenhou um papel crucial na operação. A Secretaria de Cooperação Internacional do MPF coordenou a formação da equipe, em conformidade com a Convenção de Palermo, principal instrumento global no combate ao crime organizado transnacional.


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O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta terça-feira, 17 de setembro, três italianos e seis brasileiros por envolvimento com crimes relacionados à organização criminosa internacional e lavagem de dinheiro para a máfia italiana. A denúncia é um desdobramento da Operação Arancia, que investigou uma ramificação da Cosa Nostra, uma das maiores organizações mafiosas da Itália, com atuação comprovada no Brasil, especialmente no Rio Grande do Norte e na Paraíba.

A Operação Arancia revelou uma rede de lavagem de dinheiro que operava no Brasil através de empresas de fachada e “laranjas” para ocultar lucros provenientes de atividades criminosas como tráfico de drogas, extorsão e homicídio. De acordo com o MPF, o grupo criminoso estabeleceu uma estrutura complexa no Brasil, movimentando milhões de reais e utilizando pessoas sem lastro financeiro compatível para dissimular o capital ilícito.

As investigações apontam que o esquema resultou na lavagem de pelo menos R$ 300 milhões (cerca de cinquenta milhões de euros) desde 2009. No entanto, as autoridades italianas estimam que o valor total dos ativos envolvidos possa ultrapassar 500 milhões de euros, equivalente a mais de R$ 3 bilhões. Entre os investimentos identificados estão um restaurante de luxo em Natal (RN), apartamentos em Cabedelo e uma casa em um resort em Bananeiras, ambos na Paraíba, além de um grande loteamento residencial em Extremoz (RN), todos financiados com lucros provenientes de crimes na Itália.

O MPF também solicitou à Justiça a manutenção da prisão preventiva dos três líderes italianos da máfia identificados. Dois deles já se encontram em custódia: Giuseppe Calvaruso, na Itália, e Pietro Lagodana, no Presídio Estadual de Alcaçuz, no RN. Giuseppe Bruno, o terceiro italiano, foi preso no Brasil durante a Operação Arancia em agosto deste ano. Nesta terça-feira, a segunda turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) negou um pedido de Habeas Corpus para Giuseppe Bruno, que continuará preso aguardando julgamento.

A denúncia inclui também seis brasileiros, acusados de integrar a organização em diversos períodos, incluindo companheiras dos líderes italianos. O caso tramita na 14ª Vara da Justiça Federal no Rio Grande do Norte, sob o número 0810121-29.2022.4.05.8400.

A Operação Arancia, deflagrada em 13 de agosto, contou com a execução de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em três estados brasileiros: Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Piauí. Simultaneamente, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo coordenou buscas na Itália e na Suíça, mobilizando mais de cem agentes financeiros italianos.

A Equipe Conjunta de Investigação (ECI), formada pelo MPF, Polícia Federal, Procuradoria de Palermo e polícia italiana, com apoio da Eurojust, desempenhou um papel crucial na operação. A Secretaria de Cooperação Internacional do MPF coordenou a formação da equipe, em conformidade com a Convenção de Palermo, principal instrumento global no combate ao crime organizado transnacional.




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