Parte das obras de requalificação no Centro Histórico de Natal foram embargadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) devido a uma descoberta arqueológica. De acordo com o Iphan, os itens encontrados, que datam dos séculos XVII a XIX, estão sendo catalogados e analisados para preservar o patrimônio histórico da região.
Durante escavações para a instalação de uma nova tubulação na Rua João Pessoa e Praça Padre João Maria, foram encontrados diversos artefatos, incluindo um cachimbo holandês, azulejos decorados, fragmentos de vasos ingleses e até vestígios de ossos. A área em questão é tombada, e a paralisação das obras foi imediata após o Iphan identificar a presença desses itens históricos.
“Sabemos da importância das obras, mas elas começaram sem o devido licenciamento e acompanhamento do Iphan. Recebemos denúncias de moradores sobre escavações que estavam destruindo artefatos arqueológicos”, explicou João Gentil, superintendente do Iphan/RN.
A intervenção na obra foi documentada em um relatório de vistoria elaborado pelo Iphan. A Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (STTU), responsável pela obra, está colaborando com o Iphan na catalogação do material arqueológico e discutindo a metodologia para prosseguir com a obra.
“Ainda estamos definindo como a metodologia de escavação será conduzida. Vamos decidir se continuaremos escavando ou se finalizaremos a parte superior das obras e retornaremos para realizar uma prospecção arqueológica mais detalhada posteriormente”, afirmou Newton Filho, engenheiro da STTU.
A etapa atual da obra, que está orçada em R$ 2,4 milhões, está temporariamente suspensa, mas a Prefeitura de Natal prevê a conclusão do projeto até o fim do ano, respeitando as diretrizes estabelecidas pelo Iphan.
O Iphan e a STTU estão trabalhando juntos para garantir que o patrimônio histórico seja devidamente preservado, enquanto a obra é ajustada para atender às exigências arqueológicas. A descoberta ressalta a importância de cuidados na execução de projetos em áreas com relevância histórica e cultural, garantindo que o passado de Natal seja preservado para as futuras gerações.