O empresário e político Henrique Alves, ex-deputado federal, anunciou sua renúncia à presidência da Tribuna do Norte em um gesto de repúdio à censura sofrida pelo jornalista Heitor Gregório. A decisão de Henrique Alves veio após a polêmica envolvendo críticas do jornalista ao atual prefeito de Natal, Paulinho Freire, e a reação pública de Flávio Azevedo, proprietário do jornal.
Azevedo, amigo pessoal de Paulinho Freire, demonstrou desconforto com as críticas de Gregório ao prefeito e sugeriu que o jornalista não deveria se manifestar negativamente sobre o político. Este episódio levantou questões sobre a liberdade de expressão e a independência da imprensa, principalmente em relação à interferência de interesses pessoais e políticos no trabalho jornalístico.
Em sua carta de renúncia, Henrique Alves explicou sua decisão afirmando que a censura ao jornalista era uma afronta ao verdadeiro jornalismo. “É com tristeza que renuncio à presidência desta Tribuna. A única atitude que poderia tomar em reação à repugnante censura a um profissional de comunicação, como Heitor Gregório, respeitado e correto. Convidado à Tribuna há 10 anos, sempre honrou o jornalismo, sem prejudicar, injuriar ou desrespeitar ninguém. Agora, foi impelido a sair de forma agressiva e desproporcional. Assim, ficarei em paz com minha consciência e meus ‘ancestrais’, que tanto fizeram para que a Tribuna do Norte chegasse aos 75 anos”, escreveu Alves.

O gesto de Henrique Alves foi acompanhado de um agradecimento do jornalista Heitor Gregório, que expressou sua eterna gratidão ao político por seu apoio incondicional ao longo dos anos. Em uma publicação nas redes sociais, Gregório agradeceu a Alves: “Obrigado, obrigado, obrigado. Mais um gesto, entre tantos outros. Você, que me levou, e nunca sequer fez algum comentário, qualquer que seja, a respeito de algo que eu tenha postado. São poucos seres humanos, iguais a você. MINHA ETERNA GRATIDÃO por tudo.“
Até o momento, Heitor Gregório não fez declarações adicionais sobre o ocorrido, mas o caso continua a gerar discussões intensas sobre o papel da mídia e a independência jornalística, tanto nas redes sociais quanto nos bastidores políticos locais.