Descoberta de pegadas de dinossauro por cientista da UFRN



Imagem Foto: Laboratório de Palentologia e Paloecologia/UFRN




Um grupo de cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) fez uma descoberta significativa na região de Sousa, na Paraíba. Um conjunto único de pegadas de dinossauro foi encontrado na bacia do Rio do Peixe, datando de pelo menos 125 milhões de anos atrás. As pegadas pertencem a um dinossauro do grupo dos Titanosauriformes, conhecidos por seus pescoços longos e corpos imensos.

A descoberta começou em 2022, quando estudantes de Geologia da UFRN encontraram marcas de um grande dinossauro no “Vale dos Dinossauros”, no oeste da Paraíba. A professora de Paleontologia Aline Ghilardi investigou o local e confirmou a importância das pegadas, identificando-o como um novo sítio paleontológico. A análise detalhada foi conduzida pela mestranda Zarah Gomes, orientanda de Ghilardi.

A pesquisa, publicada na revista Historical Biology, revelou sete pegadas com cerca de 70 centímetros de diâmetro, atribuídas a um dinossauro gigante. Além dessas, foram encontradas outras cinco marcas de animais pré-históricos ainda não identificados. O conjunto de pegadas foi classificado como um novo iconogênero e iconespécie, denominado Sousatitanosauripus robsoni. O nome faz uma homenagem a Robson Araújo Marques, conhecido como “o velho do rio” e o grande “guardião do Vale dos Dinossauros”.

A preservação das pegadas por milhões de anos é atribuída ao processo de sedimentação. Gomes explicou que as pegadas foram formadas em arenito fino, um ambiente úmido semelhante a uma planície de inundação, e subsequentemente cobertas por outros sedimentos que garantiram sua preservação. O intemperismo do local trouxe as pegadas à superfície.

Os pesquisadores não conseguiram associar as pegadas a uma espécie específica já conhecida, mas apenas ao grupo mais amplo dos Titanosauriformes. O animal que deixou as pegadas tinha aproximadamente 3,3 metros de altura até o quadril e entre 12 e 15 metros de comprimento, com pescoço e cauda longos. As pegadas indicam que o animal não tinha garras nas patas, e que havia uma diferença de tamanho entre as pegadas das “mãos” e dos “pés”.

Essas características sugerem que o dinossauro estava em um estágio intermediário na evolução dos Titanosauriformes, que, ao longo do tempo, perderam garras e desenvolveram passadas mais largas para sustentar corpos maiores. A descoberta acrescenta novos insights sobre a evolução e a diversidade dos dinossauros na era Mesozoica.


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A descoberta começou em 2022, quando estudantes de Geologia da UFRN encontraram marcas de um grande dinossauro no “Vale dos Dinossauros”, no oeste da Paraíba. A professora de Paleontologia Aline Ghilardi investigou o local e confirmou a importância das pegadas, identificando-o como um novo sítio paleontológico. A análise detalhada foi conduzida pela mestranda Zarah Gomes, orientanda de Ghilardi.

A pesquisa, publicada na revista Historical Biology, revelou sete pegadas com cerca de 70 centímetros de diâmetro, atribuídas a um dinossauro gigante. Além dessas, foram encontradas outras cinco marcas de animais pré-históricos ainda não identificados. O conjunto de pegadas foi classificado como um novo iconogênero e iconespécie, denominado Sousatitanosauripus robsoni. O nome faz uma homenagem a Robson Araújo Marques, conhecido como “o velho do rio” e o grande “guardião do Vale dos Dinossauros”.

A preservação das pegadas por milhões de anos é atribuída ao processo de sedimentação. Gomes explicou que as pegadas foram formadas em arenito fino, um ambiente úmido semelhante a uma planície de inundação, e subsequentemente cobertas por outros sedimentos que garantiram sua preservação. O intemperismo do local trouxe as pegadas à superfície.

Os pesquisadores não conseguiram associar as pegadas a uma espécie específica já conhecida, mas apenas ao grupo mais amplo dos Titanosauriformes. O animal que deixou as pegadas tinha aproximadamente 3,3 metros de altura até o quadril e entre 12 e 15 metros de comprimento, com pescoço e cauda longos. As pegadas indicam que o animal não tinha garras nas patas, e que havia uma diferença de tamanho entre as pegadas das “mãos” e dos “pés”.

Essas características sugerem que o dinossauro estava em um estágio intermediário na evolução dos Titanosauriformes, que, ao longo do tempo, perderam garras e desenvolveram passadas mais largas para sustentar corpos maiores. A descoberta acrescenta novos insights sobre a evolução e a diversidade dos dinossauros na era Mesozoica.




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