Cerca de mil postos de combustíveis no Brasil estão sob o controle de organizações criminosas, de acordo com dados revelados nesta quarta-feira (5) pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. A informação foi divulgada durante a abertura da primeira reunião do Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado, realizada em Brasília.
O encontro teve como foco principal o enfrentamento da atuação de grupos criminosos no setor de combustíveis, uma questão que, segundo Lewandowski, tem se tornado cada vez mais relevante para o governo. O controle da distribuição de combustíveis, afirmou o ministro, tem aumentado significativamente em todo o país.
“Além dos postos de combustíveis, organizações criminosas controlam refinarias de petróleo e de etanol. Esse é um problema bastante sério e ocorre não só no Brasil, preciso dizer, ocorre no mundo todo”, declarou Lewandowski durante sua fala.
Outro ponto destacado pelo ministro foi o uso do setor de combustíveis no processo de lavagem de dinheiro. Lewandowski afirmou que a criminalidade organizada está migrando de atividades ilegais para operações aparentemente legais, o que torna a fiscalização ainda mais desafiadora. “É uma característica da criminalidade organizada hoje. Ela está migrando da ilegalidade para legalidade. Ela está lavando dinheiro, sobretudo fazendo essas operações serem supostamente legais”, explicou o ministro.
A reunião também contou com a participação de representantes de diversos órgãos responsáveis pela investigação e repressão ao crime organizado, como o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o secretário especial da Receita Federal, Robson Barreirinha. Juntos, eles discutirão estratégias para combater a presença crescente do crime no setor de combustíveis e as implicações desse controle para a economia e segurança pública no país.