O anúncio, no último dia 10, da assinatura de contrato entre a Azevedo & Travassos Petróleo (ATP) e a canadense Petro-Victory Energy (PVE) com a empresa Brava Energia S.A. para aquisição de 13 campos de produção de petróleo no RN acendeu um alerta nos petroleiros do Estado.
Apesar das concessões serem para campos “irrelevantes, com produção de 250 barris por dia”, como afirma o coordenador-geral do SINDIPETRO-RN, Marcos Brasil, o temor é que outra pequena empresa adquira importantes polos de extração de petróleo e gás natural onshore (em terra) e não tenham capacidade financeira de investir para aumentar a produção.
“Nossa proposta é que se a Brava vender, a Petrobras deve comprar, porque se for outra empresa pequena que compre, não vai conseguir investir para aumentar a produção e a gente vai ficar aqui pequeno ou até parar”, disse Marcos Brasil, em contato com O Potengi.
O sindicato busca unir a classe política potiguar para que a Petrobras volte a investir no RN. Nas últimas semanas, houve audiências com parlamentares e prefeitos de diversos municípios na tentativa de consolidar uma agenda que vise a retomada de investimentos no Estado da maior empresa do Brasil.
O SINDIPETRO-RN também propõe investimentos em energias renováveis. A Petrobras prevê no seu Plano Estratégico 2025-2029 investimentos de US$ 5,7 bilhões (cerca de R$ 30 bilhões) em fontes limpas, como energia eólica, solar e hidrogênio verde. O Sindicato sugere que parte desse montante seja destinado ao RN.
De acordo com o coordenador-geral do SINDIPETRO-RN, toda sociedade potiguar se beneficiaria com o retorno da Petrobras aos polos que tiveram a venda concluída em 2023 pela empresa.
“É importante que a Petrobras invista, porque no setor petróleo a cada R$ 1 bilhão investidos, gera 5 mil empregos. Então, se a Petrobras investir R$ 1 bilhão por ano no Rio Grande do Norte em 5 anos, a gente vai gerar 15 mil empregos. Essas empresas pequenas não têm esse nível para investir. E R$ 1 bilhão e meio para a Petrobras é pouco, mas para essas empresas pequenas como a Brava, é um dinheiro que elas não têm. Aí fica estagnado o setor petróleo, não gera emprego e diminui a produção.
A Petrobras informou ao sindicato que está atenta às oportunidades e avalia a compra de futuras concessões. Segundo Marcos Brasil, há a informação de que um grupo de trabalho da empresa está analisando a viabilidade de compra da Bacia Potiguar. Contudo a empresa presidida por Magda Chambriard não comenta o assunto publicamente.