PF encontra evidências de atrito entre militares e Rogério Marinho por rejeição a golpe



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Documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) no curso das investigações sobre a suposta trama golpista envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro trouxeram à tona um conflito interno dentro do bolsonarismo. Entre as anotações de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e agora delator, está a frase que evidencia o ressentimento da ala militar radical com o senador Rogério Marinho (PL-RN), atual líder da oposição no Senado: “Ressentimento com a parte política da direita: Rogério Marinho.”

Conforme relatos, a insatisfação de militares radicais com Marinho começou em dezembro de 2022, quando o recém-eleito senador tentou afastar o entorno de Bolsonaro de iniciativas que levassem a uma ruptura democrática. Marinho defendia paciência e planejamento, sugerindo que Bolsonaro poderia retornar ao poder em 2026 pela via eleitoral.

Na época, Marinho estava diretamente envolvido em articulações com Bolsonaro, enquanto buscava apoio para sua candidatura à presidência do Senado, eleição que acabou perdendo para Rodrigo Pacheco (PSD) no início de 2023. Apesar da proximidade com o ex-presidente, sua postura moderada desagradou a ala mais extremista, que esperava uma posição mais alinhada aos planos de ruptura.

Marinho teria argumentado que o PT enfrentaria dificuldades para governar e que a direita deveria se preparar para capitalizar a insatisfação popular e retomar o poder por meio do voto.

Os bastidores revelados pelas anotações

As anotações, parte das delações de Mauro Cid, foram encontradas pela PF e revelam detalhes das perguntas feitas ao ex-ajudante de ordens durante seu acordo de colaboração. Entre os trechos destacados, estão:

  • “Perguntaram muito do Gen Mário [General Mario Fernandes, preso na operação por suposto plano para matar Lula e Alexandre de Moraes].”
  • “AM [Alexandre de Moraes] é ‘birrento’. Ele não ia soltar o Sérgio Cordeiro [ex-assessor de Bolsonaro]. Meu advogado é que teve que intervir.”
  • “Ressentimento com a parte política da direita: Rogério Marinho.”
  • “Perguntaram sobre o Flávio B [Flávio Bolsonaro]: aliviou.”
  • “Não falou nada sobre os Gen Heleno e BN [Braga Netto].”
  • “GBN [General Braga Netto] não é golpista, estava com pensamento democrático de transparência das urnas.”

A Polícia Federal apontou: “O contexto do documento é grave e revela que, possivelmente, foram feitas perguntas a Mauro Cid sobre o conteúdo do acordo de colaboração realizado por este em sede policial, as quais foram respondidas pelo próprio”.

Rogério Marinho, que foi um dos ministros de maior destaque no governo Bolsonaro, enfrenta agora críticas de uma ala militar que esperava dele mais alinhamento com propostas radicais. Sua postura moderada, porém, reforça seu perfil como articulador político de longo prazo, voltado para estratégias eleitorais.

Ao assumir a liderança da oposição no Senado, Marinho tentou consolidar sua posição como uma voz firme contra o governo Lula, mas as tensões internas no bolsonarismo refletem as dificuldades de manter coesa uma base política tão diversa.




O Potengi

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PF encontra evidências de atrito entre militares e Rogério Marinho por rejeição a golpe



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Documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) no curso das investigações sobre a suposta trama golpista envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro trouxeram à tona um conflito interno dentro do bolsonarismo. Entre as anotações de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e agora delator, está a frase que evidencia o ressentimento da ala militar radical com o senador Rogério Marinho (PL-RN), atual líder da oposição no Senado: “Ressentimento com a parte política da direita: Rogério Marinho.”

Conforme relatos, a insatisfação de militares radicais com Marinho começou em dezembro de 2022, quando o recém-eleito senador tentou afastar o entorno de Bolsonaro de iniciativas que levassem a uma ruptura democrática. Marinho defendia paciência e planejamento, sugerindo que Bolsonaro poderia retornar ao poder em 2026 pela via eleitoral.

Na época, Marinho estava diretamente envolvido em articulações com Bolsonaro, enquanto buscava apoio para sua candidatura à presidência do Senado, eleição que acabou perdendo para Rodrigo Pacheco (PSD) no início de 2023. Apesar da proximidade com o ex-presidente, sua postura moderada desagradou a ala mais extremista, que esperava uma posição mais alinhada aos planos de ruptura.

Marinho teria argumentado que o PT enfrentaria dificuldades para governar e que a direita deveria se preparar para capitalizar a insatisfação popular e retomar o poder por meio do voto.

Os bastidores revelados pelas anotações

As anotações, parte das delações de Mauro Cid, foram encontradas pela PF e revelam detalhes das perguntas feitas ao ex-ajudante de ordens durante seu acordo de colaboração. Entre os trechos destacados, estão:

  • “Perguntaram muito do Gen Mário [General Mario Fernandes, preso na operação por suposto plano para matar Lula e Alexandre de Moraes].”
  • “AM [Alexandre de Moraes] é ‘birrento’. Ele não ia soltar o Sérgio Cordeiro [ex-assessor de Bolsonaro]. Meu advogado é que teve que intervir.”
  • “Ressentimento com a parte política da direita: Rogério Marinho.”
  • “Perguntaram sobre o Flávio B [Flávio Bolsonaro]: aliviou.”
  • “Não falou nada sobre os Gen Heleno e BN [Braga Netto].”
  • “GBN [General Braga Netto] não é golpista, estava com pensamento democrático de transparência das urnas.”

A Polícia Federal apontou: “O contexto do documento é grave e revela que, possivelmente, foram feitas perguntas a Mauro Cid sobre o conteúdo do acordo de colaboração realizado por este em sede policial, as quais foram respondidas pelo próprio”.

Rogério Marinho, que foi um dos ministros de maior destaque no governo Bolsonaro, enfrenta agora críticas de uma ala militar que esperava dele mais alinhamento com propostas radicais. Sua postura moderada, porém, reforça seu perfil como articulador político de longo prazo, voltado para estratégias eleitorais.

Ao assumir a liderança da oposição no Senado, Marinho tentou consolidar sua posição como uma voz firme contra o governo Lula, mas as tensões internas no bolsonarismo refletem as dificuldades de manter coesa uma base política tão diversa.


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