A vergonhosa lanterna no Ideb



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Imagem Francisco Eduardo
Na propaganda oficial do governo Fátima, a educação do RN prospera e as obras são entregues. Acima, o cabeçalho do encarte de 12 páginas que o governo patrocinou no Novo Jornal, em 30 de outubro de 2023. Coincidentemente, a diretora de redação do veículo é casada com o secretário de Comunicação do Estado, que é seu maior anunciante.

O Rio Grande do Norte virou destaque nacional com a vergonhosa posição de pior educação do Brasil no ranking do Ideb. E, embora a pandemia iniciada em 2020 tenha afetado a educação em todo o país, os números mostram que o RN se destacou negativamente.

Entre 2019 e 2021, em uma escala que vai até 10, a média nacional do Ideb para o ensino médio se manteve em 4,2. No mesmo período, o ensino médio da rede estadual do RN caiu de 3,2 para 2,8 – e com isso se tornou o pior entre os 27 estados brasileiros.


O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) avalia a qualidade do ensino em todo o país e é realizado pelo governo federal a cada dois anos. O cálculo é baseado nas taxas de aprovação e de abandono escolar e no desempenho dos estudantes, através do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e do Censo Escolar. Os dados atuais são de 2021. A avaliação de 2023 tem publicação prevista para o próximo dia 28 de junho.


O desempenho do RN no 3º ano do governo Fátima representou um retrocesso de 15 anos, levando o estado de volta aos patamares de 2009, quando também tiramos 2,8 no Ideb.

Na ocasião da divulgação dos dados, o então secretário da Educação, Getúlio Marques, disse à imprensa que o resultado foi distorcido, devido à política de aprovação automática aplicada por outros estados. Seu argumento explica que essa política somente foi adotada em nosso estado no ano de 2020, e não em 2021. Isso nos deixaria abaixo de outros que teriam tido rendimento menor no vetor de aprendizagem mas que, pelo índice de 100% de aprovação, teriam superado o RN.

Contudo, mesmo sem essa diferença da aprovação automática, o Ideb do Rio Grande do Norte pode ser — pasmem — na realidade bem pior. Isso porque muitas escolas públicas do estado não apresentaram dados do Saeb e, portanto, não contaram para o cálculo do Ideb.

O resultado do Saeb de 2023, por exemplo, traz estatísticas de 217 escolas estaduais. Se considerarmos o fato de que o Rio Grande do Norte tem hoje quase 600 escolas em sua rede estadual, vemos que mais da metade de nossas escolas estaduais sequer foram avaliadas pelo Ideb.

Precisaríamos crer que a inclusão das centenas de escolas que estão fora das estatísticas melhoraria o cenário da educação potiguar (seriam, ironicamente, as melhores escolas do estado as que não conseguiram enviar seus dados?). A defesa do governo trata-se, infelizmente, apenas de um exercício de fé, nada mais que uma narrativa que busca encobrir o indisfarçável: a educação pública do RN se tornou a pior do Brasil.








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A vergonhosa lanterna no Ideb



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Na propaganda oficial do governo Fátima, a educação do RN prospera e as obras são entregues. Acima, o cabeçalho do encarte de 12 páginas que o governo patrocinou no Novo Jornal, em 30 de outubro de 2023. Coincidentemente, a diretora de redação do veículo é casada com o secretário de Comunicação do Estado, que é seu maior anunciante.

O Rio Grande do Norte virou destaque nacional com a vergonhosa posição de pior educação do Brasil no ranking do Ideb. E, embora a pandemia iniciada em 2020 tenha afetado a educação em todo o país, os números mostram que o RN se destacou negativamente.

Entre 2019 e 2021, em uma escala que vai até 10, a média nacional do Ideb para o ensino médio se manteve em 4,2. No mesmo período, o ensino médio da rede estadual do RN caiu de 3,2 para 2,8 – e com isso se tornou o pior entre os 27 estados brasileiros.


O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) avalia a qualidade do ensino em todo o país e é realizado pelo governo federal a cada dois anos. O cálculo é baseado nas taxas de aprovação e de abandono escolar e no desempenho dos estudantes, através do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e do Censo Escolar. Os dados atuais são de 2021. A avaliação de 2023 tem publicação prevista para o próximo dia 28 de junho.


O desempenho do RN no 3º ano do governo Fátima representou um retrocesso de 15 anos, levando o estado de volta aos patamares de 2009, quando também tiramos 2,8 no Ideb.

Na ocasião da divulgação dos dados, o então secretário da Educação, Getúlio Marques, disse à imprensa que o resultado foi distorcido, devido à política de aprovação automática aplicada por outros estados. Seu argumento explica que essa política somente foi adotada em nosso estado no ano de 2020, e não em 2021. Isso nos deixaria abaixo de outros que teriam tido rendimento menor no vetor de aprendizagem mas que, pelo índice de 100% de aprovação, teriam superado o RN.

Contudo, mesmo sem essa diferença da aprovação automática, o Ideb do Rio Grande do Norte pode ser — pasmem — na realidade bem pior. Isso porque muitas escolas públicas do estado não apresentaram dados do Saeb e, portanto, não contaram para o cálculo do Ideb.

O resultado do Saeb de 2023, por exemplo, traz estatísticas de 217 escolas estaduais. Se considerarmos o fato de que o Rio Grande do Norte tem hoje quase 600 escolas em sua rede estadual, vemos que mais da metade de nossas escolas estaduais sequer foram avaliadas pelo Ideb.

Precisaríamos crer que a inclusão das centenas de escolas que estão fora das estatísticas melhoraria o cenário da educação potiguar (seriam, ironicamente, as melhores escolas do estado as que não conseguiram enviar seus dados?). A defesa do governo trata-se, infelizmente, apenas de um exercício de fé, nada mais que uma narrativa que busca encobrir o indisfarçável: a educação pública do RN se tornou a pior do Brasil.


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