A partir de 10 de abril, turistas provenientes dos Estados Unidos, Austrália e Canadá precisarão apresentar visto para entrar no Brasil. A decisão foi anunciada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e segue o princípio da reciprocidade: o Brasil passará a exigir vistos de cidadãos desses países, pois esses mesmos países já impõem a exigência para os brasileiros.
Embora a medida tenha sido anunciada ainda em 2023, sua implementação foi adiada várias vezes. Agora, o governo afirma que não há previsão de novo adiamento, mesmo em um cenário de tensões diplomáticas globais. A decisão ocorre pouco após declarações de Donald Trump defender políticas de restrições e tarifas com base na reciprocidade.
Em seu primeiro discurso no Congresso americano desde o início do seu mandato, na última terça-feira (4), Trump criticou países como o Brasil, alegando que eles aplicam tarifas mais altas que os Estados Unidos, o que ele considera injusto. “Agora é a nossa vez de retribuir”, afirmou, citando o Brasil, além de países como a União Europeia, China, Índia, México e Canadá.
A exigência de visto para turistas dos três países tem gerado controvérsias dentro do Brasil. Muitos setores ligados ao turismo, como empresários e operadores turísticos, expressaram preocupação com o impacto que a medida pode ter na economia. A medida pode reduzir o número de turistas que visitam o Brasil, afetando diretamente a geração de empregos no setor.
Além disso, a decisão tem sido alvo de críticas na oposição. O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) apresentou um projeto de decreto legislativo em 2023, que está em regime de urgência na Câmara dos Deputados, buscando derrubar o decreto do governo. Para ele, a exigência de vistos pode prejudicar milhões de brasileiros que dependem do turismo para garantir seu sustento. Em sua visão, o governo brasileiro deveria pressionar os outros países a retirar a exigência de visto para os brasileiros, ao invés de adotar a mesma medida.
Por outro lado, o governo brasileiro defende que a medida visa corrigir um desequilíbrio nas relações internacionais, uma vez que o Brasil há anos exige vistos de cidadãos de outros países, enquanto os turistas de nações como os EUA, Austrália e Canadá entram no país sem qualquer tipo de restrição.
*Com informações de “O Tempo”
