Yialorisá Ticiane de Osun: o Candomblé como herança espiritual







Localizado no bairro Dom Jaime Câmara, zona leste de Mossoró, o terreiro da iyalorisá Ticiane de Osun vem de linhagem matriarcal, “o ilê ase omo binrin obá tem início na casa de Ogum da minha avó sanguínea, a iyalorisá Terezinha do Ogum. Por conta de sua idade ela não toca mais a casa hoje em dia. A casa tem raiz de Ketu, e tendo a missão de cuidadora, num espaço ainda não próprio, continuei a missão do orixá com muito amor,” afirma a mãe de santo.

Com 19 filhos, o ilê da casa continua firme pela bênção de Ogum e Oxum, trabalhando na construção de um espaço maior.

De raiz Candomblé nação Ketu, as giras do terreiro ocorrem geralmente aos domingos. A casa tem funções fechadas no decorrer da semana.

Ticiane fala sobre a organização, “o terreiro conta comigo, como a sacerdote iyalorisá, duas ekedjis que são cuidadoras e mães espirituais, que assumem quando estou ausente, um ogã, que é responsável pelo atabaque da casa, uma iyalase responsável pela cozinha, dofonos mais velhos que auxiliam no cuidado dos mais novos. É muito trabalho árduo, coletivo e divido de acordo com as habilidades dos filhos.”

Sobre o contexto social da religiosidade afro-ameríndia, a yialorisá diz que com a popularização dos meios de massa digitais muitas pessoas passaram a conhecer e simpatizar pelas religiões afro-ameríndias, contudo, ainda há muito preconceito contra as religiões.

“A religião de matriz africana sempre foi popular, e sempre foi vista como uma opção de ajuda espiritual, independente da classe. É uma religião que sofre com muito preconceito por vim do povo negro escravizado. Ainda vejo muitos de nossos membros sentirem medo de usar nossas roupas e nossas guias porque, infelizmente, terreiros continuam sendo queimados, essa é uma realidade”, expressa Ticiane.


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Localizado no bairro Dom Jaime Câmara, zona leste de Mossoró, o terreiro da iyalorisá Ticiane de Osun vem de linhagem matriarcal, “o ilê ase omo binrin obá tem início na casa de Ogum da minha avó sanguínea, a iyalorisá Terezinha do Ogum. Por conta de sua idade ela não toca mais a casa hoje em dia. A casa tem raiz de Ketu, e tendo a missão de cuidadora, num espaço ainda não próprio, continuei a missão do orixá com muito amor,” afirma a mãe de santo.

Com 19 filhos, o ilê da casa continua firme pela bênção de Ogum e Oxum, trabalhando na construção de um espaço maior.

De raiz Candomblé nação Ketu, as giras do terreiro ocorrem geralmente aos domingos. A casa tem funções fechadas no decorrer da semana.

Ticiane fala sobre a organização, “o terreiro conta comigo, como a sacerdote iyalorisá, duas ekedjis que são cuidadoras e mães espirituais, que assumem quando estou ausente, um ogã, que é responsável pelo atabaque da casa, uma iyalase responsável pela cozinha, dofonos mais velhos que auxiliam no cuidado dos mais novos. É muito trabalho árduo, coletivo e divido de acordo com as habilidades dos filhos.”

Sobre o contexto social da religiosidade afro-ameríndia, a yialorisá diz que com a popularização dos meios de massa digitais muitas pessoas passaram a conhecer e simpatizar pelas religiões afro-ameríndias, contudo, ainda há muito preconceito contra as religiões.

“A religião de matriz africana sempre foi popular, e sempre foi vista como uma opção de ajuda espiritual, independente da classe. É uma religião que sofre com muito preconceito por vim do povo negro escravizado. Ainda vejo muitos de nossos membros sentirem medo de usar nossas roupas e nossas guias porque, infelizmente, terreiros continuam sendo queimados, essa é uma realidade”, expressa Ticiane.




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