A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) conquistou, no início de dezembro, o registro definitivo de um jogo educativo desenvolvido para auxiliar enfermeiros no atendimento a pacientes com estomias intestinais. Denominado Estomagame, o aplicativo foi criado pelas pesquisadoras Luana Souza Freitas e Isabelle Katherinne Fernandes Costa e visa aprimorar a assistência à saúde por meio de uma tecnologia educativa inovadora.
A estomia intestinal é um procedimento cirúrgico que cria uma abertura no abdômen para a eliminação de fezes e pode ser temporária ou permanente. Diante da complexidade do atendimento a esses pacientes, o Estomagame foi idealizado para capacitar profissionais e acadêmicos de enfermagem, utilizando a metodologia de serious games – jogos digitais com recursos visuais e dinâmicas interativas focadas na aprendizagem.
Como funciona o Estomagame
No jogo, o usuário assume o papel de um enfermeiro em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), prestando atendimento a pacientes com estomias intestinais. Durante as partidas, os jogadores realizam atividades que simulam situações reais, como:
- Higiene e cuidados com a ostomia e a pele periestomal;
- Troca de bolsas coletoras e indicação do modelo adequado;
- Orientações sobre alimentação e prevenção de complicações;
- Aspectos emocionais e sociais relacionados à adaptação dos pacientes;
- Direitos e políticas públicas de amparo à pessoa com estomia.
O objetivo do jogo é proporcionar uma educação permanente que fortaleça a atuação dos profissionais na atenção primária, melhorando a qualidade do cuidado prestado.
Proteção jurídica e reconhecimento
O Estomagame foi registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), garantindo às autoras a segurança jurídica e a titularidade sobre o programa de computador. A proteção segue as regras da Lei de Direito Autoral (Lei nº 9.610/1998) e da Lei de Software (Lei nº 9.609/1998), com validade de 50 anos a partir do ano seguinte à sua publicação.
Além de representar um marco na pesquisa e inovação tecnológica, o registro também é um avanço na valorização do trabalho acadêmico e na promoção de práticas educativas mais eficazes no campo da saúde. Segundo a tese vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, o projeto demonstra como as tecnologias podem transformar o acolhimento e o atendimento de pacientes em situações delicadas.
Com o registro oficializado, o Estomagame se consolida como uma ferramenta estratégica para a capacitação de enfermeiros e um exemplo de como a tecnologia pode ser usada para promover um atendimento mais humanizado e eficiente na saúde pública.