O Rio Grande do Norte registrou o maior volume de receita turística de sua história em 2024, alcançando R$ 11,3 bilhões. Contudo, o desempenho expressivo convive com um desafio estrutural: a limitação na aviação civil, que restringe o potencial de crescimento do setor no estado. Os dados são de estudo inédito divulgado pelo Instituto Fecomércio RN.

Apesar do resultado recorde, a participação potiguar no total da receita turística nacional ficou em 1,02%, posicionando o estado na 17ª colocação nacional e na 5ª entre os estados nordestinos – atrás de Bahia, Pernambuco, Ceará e Alagoas. A análise aponta que os três primeiros colocados na região possuem a vantagem de serem hubs aéreos regionais, fator que impulsiona seu desempenho.

O transporte corresponde a apenas 11,6% da participação no turismo potiguar, percentual consideravelmente inferior às médias do Nordeste (20,7%) e do Brasil (25,6%). Esse dado reflete diretamente a reduzida atividade de transporte aéreo de passageiros no estado. O estudo identifica como urgente a ampliação da malha aérea do aeroporto de Natal e a reabertura do aeroporto de Mossoró, atualmente fechado para obras de ampliação.

O turismo no estado mantém forte concentração geográfica, com o litoral respondendo por 84,95% da receita total. Tibau do Sul emerge como caso notável: o turismo representa 58,46% da economia local, situando-o entre os dez municípios mais dependentes do setor em todo o país. Natal, por sua vez, consolida-se como a capital nordestina onde o turismo tem maior peso na economia local (11,84%), com R$ 6,6 bilhões em receita registrada em 2024.