O secretário de Saúde de Natal, Geraldo Pinho, afirmou que a gestão do prefeito Paulinho Freire herdou uma “dívida grande” da administração anterior do ex-prefeito Álvaro Dias, o que limita a capacidade de investimentos da pasta. Em entrevista à Rádio Jovem Pan Natal, o secretário reconheceu que assumiu a Secretaria Municipal de Saúde com débitos que somavam quase R$ 75 milhões, conforme publicações no Diário Oficial do Município em fevereiro.
A maior dívida, de aproximadamente R$ 13,6 milhões, refere-se a serviços prestados pela Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed) em outubro de 2024. Pinho afirmou que a atual gestão vem realizando repasses regulares, tendo quitado oito competências em oito meses, e negociou com prestadores e fornecedores para estabelecer previsibilidade de pagamentos.
A situação ocorre em meio a uma crise no atendimento de saúde na capital, decorrente de uma disputa judicial entre a SMS e a Coopmed envolvendo a prestação de serviços nas Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Pronto Atendimento. Duas novas empresas, Justiz e Proseg, assumiram os serviços médicos após vencerem edital de contratação emergencial, mas enfrentam dificuldades para formar escalas completas devido à redução nos valores repassados aos profissionais.
Paralelamente, a Prefeitura sofreu revés judicial com a suspensão da terceirização da gestão das quatro UPAs de Natal, após decisão que apontou falta de estudos aprofundados sobre as vantagens do modelo e ausência de dados objetivos que sustentem a decisão. O secretário manteve a defesa da terceirização, argumentando que o modelo “tira o engessamento da máquina pública” e prometeu buscar conciliação com os órgãos de controle.
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