O secretário municipal de Saúde de Natal, Geraldo Pinho, anunciou nesta terça-feira (2) que irá apresentar uma denúncia ao Ministério Público contra o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed-RN). Ele acusou a entidade de orquestrar uma paralisação de profissionais no mesmo dia em que começou a vigorar o contrato emergencial com duas novas empresas para prestação de serviços médicos na rede municipal.
De acordo com Pinho, médicos estariam sendo coagidos a não furar o movimento grevista. O secretário afirmou que reuniu provas, incluindo prints e registros de conversas, que comprovariam tentativas de assédio e ameaças contra profissionais que desejassem trabalhar nas novas empresas contratadas, Justiz e Proseg.
O movimento coincidiu com o fim do vínculo da Cooperativa dos Médicos do RN (Coopmed-RN), que prestava serviços ao município desde junho de 2023 sem contrato formal. Pinho destacou que a atual gestão repassou quase R$ 90 milhões à cooperativa por meio de pagamentos indenizatórios, sem base contratual.
O secretário afirmou que a transição para as novas empresas já seria complexa devido ao tamanho da rede municipal – que inclui 60 unidades básicas de saúde –, mas foi agravada pela paralisação. Segundo ele, não houve interrupção total dos serviços, mas o movimento criou dificuldades operacionais.
Em nota oficial, o Sinmed-RN defendeu que a paralisação tem como motivação principal a exigência de concurso público, reajuste remuneratório, pagamento de salários atrasados e garantia de direitos trabalhistas, além de questionar as novas contratações.
O contrato emergencial com as novas empresas tem valor de R$ 208 milhões e vigência de 12 meses, incluindo procedimentos como consultas de neurocirurgia.
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