Um estudo recente elaborado pelo Centro de Estudos de Desenvolvimento do Nordeste, vinculado à Fundação Getúlio Vargas, revelou que o Rio Grande do Norte é o estado nordestino que mais reduziu a extrema pobreza no pós-pandemia. Em 2023, a taxa de extrema pobreza no estado despencou para 6,3% da população, a menor entre os nove estados da região. Esse resultado representa uma significativa queda de 56,9% em comparação a 2021, quando 301.555 pessoas saíram dessa condição mais grave de pobreza.
Segundo o estudo, que utiliza dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE, em 2019 havia 422.336 pessoas vivendo em extrema pobreza no RN. Esse número aumentou para 530.017 em 2021, ano mais crítico da pandemia no Brasil. No entanto, em 2023, o estado conseguiu reduzir esse contingente para 228,4 mil pessoas, alcançando o menor nível da série histórica da pesquisa iniciada em 2012.
O levantamento atribui grande parte dessa redução ao Bolsa Família turbinado, implementado em março do ano passado pelo governo federal. Em 2023, o programa destinou R$ 3,4 bilhões a famílias em situação de vulnerabilidade social no Rio Grande do Norte. Além disso, os municípios potiguares receberam R$ 3,7 bilhões do Tesouro Nacional via Fundo de Participação (FPM).
As políticas estaduais também desempenharam um papel crucial nessa conquista. Desde o início da gestão da governadora Fátima Bezerra, o estado tem direcionado esforços para programas que melhoram as condições de vida da população de baixa renda. Um exemplo é o investimento de R$ 60,1 milhões pela Agência de Fomento do RN em financiamentos especiais para pequenos empreendedores, incluindo agricultores familiares, pescadores e marisqueiras.
No setor agrícola, iniciativas como o Programa de Compra Governamentais (Pecafes), distribuição de sementes e assistência técnica têm fortalecido as cadeias produtivas e incentivado a formalização dos pequenos empreendimentos rurais. Atualmente, 80% dos estabelecimentos agropecuários no RN são caracterizados como agricultura familiar.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar, Alexandre Lima, ressalta que esse conjunto de medidas colocou o Rio Grande do Norte à frente na redução da extrema pobreza em comparação com outras unidades da federação.
Com essas estratégias integradas e investimentos direcionados, o estado conseguiu não apenas mitigar os efeitos da pandemia, mas também promover um ambiente mais favorável ao desenvolvimento econômico e social, refletindo diretamente na melhoria da qualidade de vida da população mais vulnerável.