A defasagem salarial dos professores da rede municipal de Natal atingiu um patamar alarmante, chegando a 63% nos últimos seis anos. O alerta foi feito pela vereadora Samanda Alves (PT) durante a sessão desta quarta-feira (26), quando ela expôs o impacto da falta de reajustes adequados sobre a categoria.

Segundo a parlamentar, entre 2019 e 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulou uma alta de 39,69%, mas os professores municipais receberam um reajuste de apenas 22%, ampliando a perda do poder de compra. “Isso significa que um docente que recebia R$ 5 mil em 2019 deveria ganhar hoje R$ 9.130, mas recebe apenas R$ 6.150. A defasagem real nos salários da categoria já chega a 63%”, destacou Samanda

A situação dos professores municipais se agrava ainda mais quando comparada à dos docentes da rede estadual, que tiveram um reajuste acumulado superior a 90% no mesmo período. Além disso, Samanda Alves ressaltou que a arrecadação do município praticamente dobrou nos últimos anos — saltando de R$ 2,4 bilhões para R$ 4,7 bilhões —, sem que isso tenha se refletido na valorização dos profissionais da educação.

“A receita cresceu de forma expressiva, mas os professores continuam sendo deixados para trás. Estamos falando de profissionais que enfrentam salas de aula superlotadas, infraestrutura precária e salários cada vez mais desvalorizados. Isso compromete diretamente a qualidade do ensino”, afirmou a vereadora.

Samanda Alves cobrou do prefeito Paulinho Freire uma postura mais efetiva na resolução do problema. Ela saudou a recente sinalização da gestão para negociar com a categoria, mas enfatizou que a situação se arrasta há anos sem uma solução concreta.

Além do reajuste salarial, a parlamentar também denunciou a falta de investimentos em infraestrutura escolar e espaços esportivos públicos, apontando que a negligência do poder público tem prejudicado a qualidade do ensino e o desenvolvimento dos alunos.