A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), detida em uma penitenciária na Itália, participou por videoconferência de uma audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara nesta quarta-feira (10). A reunião marcou o início da análise do processo que pode confirmar a perda de seu mandato, e foi marcada por trocas de acusações entre Zambelli e o hacker Walter Delgatti.
Ambos foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à prisão pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em decisão que já transitou em julgado. Delgatti participou da audiência diretamente do presídio de Tremembé, onde cumpre pena, enquanto Zambelli obteve autorização da Justiça italiana para participar remotamente da penitenciária feminina de Rebibbia, nos arredores de Roma.
Durante a audiência, Delgatti afirmou que a invasão aos sistemas do CNJ ocorreu a pedido da deputada e que ele teria se hospedado em sua residência em Brasília, acusando Zambelli de exercer “comando direto sobre os crimes”. A deputada rebateu as acusações, classificando Delgatti como “mitomaníaco” e questionando sua sanidade mental, com referência ao uso de medicamentos para tratamento de TDAH.
Zambelli fugiu para a Itália antes de a condenação do Supremo se tornar definitiva, o que levou à sua inclusão na lista de procurados da Interpol. Em julho, foi presa nos arredores de Roma e aguarda decisão sobre processo de extradição. A Câmara dos Deputados precisa dar aval à perda de seu mandato, sendo necessário o apoio de pelo menos 257 deputados para a cassação. A parlamentar encontra-se licenciada do cargo até 2 de outubro deste ano.
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