Por favor, pare agora!



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Olá, queridos! Como vão?

Eu, particularmente, tenho pensado em como eu vou. Vocês pensam nisso? Avaliam, de tempos em tempos, como estão e como está a cabeça de vocês? Já adianto que é um ótimo exercício para se conhecer, o ato de avaliar como está se sentindo, como vem passando os dias, o que vem lhe alegrando ou afligindo.

Eu, como falei, tenho pensado bastante nisso nesses últimos dias. Não lembro se já comentei aqui antes, mas minha cabeça tende a ser muito inquieta, em seu modo normal. Ultimamente está bem mais agitada. Ansiedade. Isso eu sei.

Sei também que minha ansiedade é algo crônico, que não vou me livrar dela. Sei que temos de aprender a conviver juntas. Muito mais eu que ela, já que foi ela quem impôs sua presença e se recusa me deixar. Carência? Talvez. (Sim, eu acredito que minha ansiedade seja carente, não eu).

Mas, isso é o de menos. Há muito tempo fiz as pazes com essa situação e comecei a conhecê-la melhor. Hoje, eu sei de quais formas ela se manifesta, quais gatilhos a fazem vir à superfície da minha mente, já caótica, de quais ferramentas preciso lançar mão a cada vez que isso acontece e o que fazer quando o aumento dela chega a virar uma crise.

Algo pelo qual sou muito grata de poder fazer é a terapia. Ela me ajuda bastante com isso. Mas, o que mais me ajudou nesse relacionamento forçado com minha ansiedade foi eu ter parado para observar tudo. Tudo mesmo. Observar quando ela vem e o porquê. Observar o que funciona para diminuir o nível que chega a incomodar. Observar a mim mesma.

Eu já percebi, por exemplo, que tem crises de ansiedade que não vão me deixar agitada, não aparentemente. Nessas crises eu fico bastante introspectiva, o que para quem me vê de fora é estranho, mas a cabeça está um turbilhão de pensamentos.

Pode até parecer que estou triste, às vezes dá vontade de chorar, perco ânimo de fazer tudo. A única coisa que me ajuda a sair dessa crise é ficar sozinha, em silêncio, no meu canto, debaixo do lençol, talvez assistir algo completamente diverso da minha realidade e dormir. Sempre acordo melhor depois de cuidar de mim dessa forma. Sei bem que não adianta forçar de querer me animar. Sei bem qual gatilho me deixa nesse estado. Sei que dura, no máximo, um dia.

Outro tipo de crise que tenho é quando me percebo pensando, fazendo, vivendo em uma velocidade além do saudável. Tudo quero antecipar, não consigo esperar para as coisas tomarem seu tempo, fico ansiosa com compromissos e horários, por vezes acho que serão desmarcados, esquecidos. O que é muito comum, especialmente na vida adulta que levamos. Trabalho, amigos, família, tudo tem seu tempo, não o nosso.

Quando eu digo que fico acelerada, é acelerada mesmo. Outro dia eu tinha combinado de encontrar uma amiga, no fim da tarde, percebi que de manhã já estava esperando que ela me confirmasse se daria certo ou não, sendo que ela já tinha confirmado.

Pensei em sair na hora que ia sair que caminho que ia fazer vai chover não vai não vou de sandalinha aberta bota tênis não vai chover melhor prevenir mas o dia hoje pode mudar como daquela outra vez poxa aquele dia foi muito divertido preciso sair com aquele pessoal de novo ela ainda não confirmou o horário e eu já me arrumando mas ela ia confirmar pra que se ela já disse antes que tava tudo certo minha bolsa será que eu fechei a janela volta conferir ai essa meia não fica bem com esse tênis acho que segunda-feira eu vou marcar aquele médico preciso parar de faltar na academia preciso cobrar retorno daquele cliente preciso beber água ai tenho que fazer ultrassom pra ver essa pedra no rim elevador chegou não lembro se eu abasteci o carro no carro eu vejo entrei no carro o que era mesmo que eu ia ver eita tô atrasada

Assim mesmo. Sem pontos. Sem pausas. Esses pensamentos todos em segundos.

No fim das contas, a amiga estava no local marcado e na hora marcada. Não choveu. Eu marquei de sair com o pessoal. Eu marquei o médico. O cliente deu retorno. Fiz a ultrassom. O carro tinha gasolina. Cheguei na hora marcada também.

A questão não é que eu não saiba lidar com todas as variáveis e imprevistos que possam acontecer na nossa vida. O que acontece é que, quando fico nessa velocidade, meu racional trava e eu sou só ansiedade. Como disse, já me acostumei a viver com ela. Já sou acostumada a ter pensamento acelerado. Mas quando ele fica acelerado demais assim, é sinal que estou em crise e preciso parar.

Quando me preocupo demais com o mundo exterior é sinal de que meu interior está precisando de atenção. Não tem a ver com o outro. A amiga, o médico, o cliente, a chuva. Tudo isso é, como sempre foi. Meu olhar que está desregulado pelo excesso de ansiedade.

Quando me percebo acelerada, quando percebo que estou recebendo muito mais estímulos externos do que estou dando conta, quando vejo que só consigo ajustar minhas coisas pelos horários e decisões alheias a mim, sei que é hora de olhar para dentro.

É hora de parar. Respirar. Esperar. Esperar o quê? Nada. Só esperar. Para quem pratica, a meditação é uma excelente opção nessas horas. Oração também faz maravilhas. A ideia central é parar e se observar.

Nem sempre eu descubro o que desencadeou essas crises de pensamento acelerado além do normal meu acelerado. Mas, sempre que paro para olhar para dentro, consigo desacelerar. E sempre, sempre, saio da experiência me conhecendo mais um pouco. O que, para mim, já é uma vitória incrível.

Eu gosto muito de gente. Adoro interagir com pessoas. Aproveito todas as interações interpessoais que posso para observar como reajo, se gosto, se não gosto, se fico confortável, se concordo, ou não. O outro é um excelente canal de aprendizado. E vamos combinar que nós já convivemos com pessoas, nos observando dessa forma ou não. Melhor aproveitar para se estudar ante essas interações, não acham?

Agora, observar a você com você mesmo, realmente parar e olhar para dentro, isso é de uma riqueza de conhecimento que não tem fim. Se aquietar e deixar vir os pensamentos. Curtir aquele momento de introspecção. Pode ter certeza que algo novo sobre si sempre se aprende.

Pode experimentar escrever também. Papel, caneta e tudo que quiser sair de dentro de você. Confia em mim, isso ajuda demais. A essa altura do texto já acalmei, e muito, a aceleração excessiva dos meus pensamentos. Conversando com vocês e praticando o que sugeri. Acredito que essa foi a primeira transmissão ao vivo do meu processo de controle de ansiedade que fiz. Até onde essa crise acelerada deixou. Até onde se pode chamar isso de ao vivo.

Enfim, espero que, independente do que seja que cause pensamentos acelerados em vocês, do que incomode, do que tire do eixo, que consigam parar o suficiente para respirar e olhar para dentro. Por mais que não pareça, todas as respostas que precisamos estão lá. A não ser que você esteja buscando a resposta de uma questão para uma prova para a qual não estudou. Aí, eu sinto muito, mas não posso ajudar.

Espero que percebam, assim como eu consigo perceber quando paro, que mesmo que em determinado momento tudo pareça depender do que tem fora, pessoas, eventos, situações, a verdade é que tudo que precisamos está a uma olhada para dentro de distância.

E aí, vamos parar? Vamos olhar para dentro e buscar tudo isso?

Até a próxima!



Por favor, pare agora!






Olá, queridos! Como vão?

Eu, particularmente, tenho pensado em como eu vou. Vocês pensam nisso? Avaliam, de tempos em tempos, como estão e como está a cabeça de vocês? Já adianto que é um ótimo exercício para se conhecer, o ato de avaliar como está se sentindo, como vem passando os dias, o que vem lhe alegrando ou afligindo.

Eu, como falei, tenho pensado bastante nisso nesses últimos dias. Não lembro se já comentei aqui antes, mas minha cabeça tende a ser muito inquieta, em seu modo normal. Ultimamente está bem mais agitada. Ansiedade. Isso eu sei.

Sei também que minha ansiedade é algo crônico, que não vou me livrar dela. Sei que temos de aprender a conviver juntas. Muito mais eu que ela, já que foi ela quem impôs sua presença e se recusa me deixar. Carência? Talvez. (Sim, eu acredito que minha ansiedade seja carente, não eu).

Mas, isso é o de menos. Há muito tempo fiz as pazes com essa situação e comecei a conhecê-la melhor. Hoje, eu sei de quais formas ela se manifesta, quais gatilhos a fazem vir à superfície da minha mente, já caótica, de quais ferramentas preciso lançar mão a cada vez que isso acontece e o que fazer quando o aumento dela chega a virar uma crise.

Algo pelo qual sou muito grata de poder fazer é a terapia. Ela me ajuda bastante com isso. Mas, o que mais me ajudou nesse relacionamento forçado com minha ansiedade foi eu ter parado para observar tudo. Tudo mesmo. Observar quando ela vem e o porquê. Observar o que funciona para diminuir o nível que chega a incomodar. Observar a mim mesma.

Eu já percebi, por exemplo, que tem crises de ansiedade que não vão me deixar agitada, não aparentemente. Nessas crises eu fico bastante introspectiva, o que para quem me vê de fora é estranho, mas a cabeça está um turbilhão de pensamentos.

Pode até parecer que estou triste, às vezes dá vontade de chorar, perco ânimo de fazer tudo. A única coisa que me ajuda a sair dessa crise é ficar sozinha, em silêncio, no meu canto, debaixo do lençol, talvez assistir algo completamente diverso da minha realidade e dormir. Sempre acordo melhor depois de cuidar de mim dessa forma. Sei bem que não adianta forçar de querer me animar. Sei bem qual gatilho me deixa nesse estado. Sei que dura, no máximo, um dia.

Outro tipo de crise que tenho é quando me percebo pensando, fazendo, vivendo em uma velocidade além do saudável. Tudo quero antecipar, não consigo esperar para as coisas tomarem seu tempo, fico ansiosa com compromissos e horários, por vezes acho que serão desmarcados, esquecidos. O que é muito comum, especialmente na vida adulta que levamos. Trabalho, amigos, família, tudo tem seu tempo, não o nosso.

Quando eu digo que fico acelerada, é acelerada mesmo. Outro dia eu tinha combinado de encontrar uma amiga, no fim da tarde, percebi que de manhã já estava esperando que ela me confirmasse se daria certo ou não, sendo que ela já tinha confirmado.

Pensei em sair na hora que ia sair que caminho que ia fazer vai chover não vai não vou de sandalinha aberta bota tênis não vai chover melhor prevenir mas o dia hoje pode mudar como daquela outra vez poxa aquele dia foi muito divertido preciso sair com aquele pessoal de novo ela ainda não confirmou o horário e eu já me arrumando mas ela ia confirmar pra que se ela já disse antes que tava tudo certo minha bolsa será que eu fechei a janela volta conferir ai essa meia não fica bem com esse tênis acho que segunda-feira eu vou marcar aquele médico preciso parar de faltar na academia preciso cobrar retorno daquele cliente preciso beber água ai tenho que fazer ultrassom pra ver essa pedra no rim elevador chegou não lembro se eu abasteci o carro no carro eu vejo entrei no carro o que era mesmo que eu ia ver eita tô atrasada

Assim mesmo. Sem pontos. Sem pausas. Esses pensamentos todos em segundos.

No fim das contas, a amiga estava no local marcado e na hora marcada. Não choveu. Eu marquei de sair com o pessoal. Eu marquei o médico. O cliente deu retorno. Fiz a ultrassom. O carro tinha gasolina. Cheguei na hora marcada também.

A questão não é que eu não saiba lidar com todas as variáveis e imprevistos que possam acontecer na nossa vida. O que acontece é que, quando fico nessa velocidade, meu racional trava e eu sou só ansiedade. Como disse, já me acostumei a viver com ela. Já sou acostumada a ter pensamento acelerado. Mas quando ele fica acelerado demais assim, é sinal que estou em crise e preciso parar.

Quando me preocupo demais com o mundo exterior é sinal de que meu interior está precisando de atenção. Não tem a ver com o outro. A amiga, o médico, o cliente, a chuva. Tudo isso é, como sempre foi. Meu olhar que está desregulado pelo excesso de ansiedade.

Quando me percebo acelerada, quando percebo que estou recebendo muito mais estímulos externos do que estou dando conta, quando vejo que só consigo ajustar minhas coisas pelos horários e decisões alheias a mim, sei que é hora de olhar para dentro.

É hora de parar. Respirar. Esperar. Esperar o quê? Nada. Só esperar. Para quem pratica, a meditação é uma excelente opção nessas horas. Oração também faz maravilhas. A ideia central é parar e se observar.

Nem sempre eu descubro o que desencadeou essas crises de pensamento acelerado além do normal meu acelerado. Mas, sempre que paro para olhar para dentro, consigo desacelerar. E sempre, sempre, saio da experiência me conhecendo mais um pouco. O que, para mim, já é uma vitória incrível.

Eu gosto muito de gente. Adoro interagir com pessoas. Aproveito todas as interações interpessoais que posso para observar como reajo, se gosto, se não gosto, se fico confortável, se concordo, ou não. O outro é um excelente canal de aprendizado. E vamos combinar que nós já convivemos com pessoas, nos observando dessa forma ou não. Melhor aproveitar para se estudar ante essas interações, não acham?

Agora, observar a você com você mesmo, realmente parar e olhar para dentro, isso é de uma riqueza de conhecimento que não tem fim. Se aquietar e deixar vir os pensamentos. Curtir aquele momento de introspecção. Pode ter certeza que algo novo sobre si sempre se aprende.

Pode experimentar escrever também. Papel, caneta e tudo que quiser sair de dentro de você. Confia em mim, isso ajuda demais. A essa altura do texto já acalmei, e muito, a aceleração excessiva dos meus pensamentos. Conversando com vocês e praticando o que sugeri. Acredito que essa foi a primeira transmissão ao vivo do meu processo de controle de ansiedade que fiz. Até onde essa crise acelerada deixou. Até onde se pode chamar isso de ao vivo.

Enfim, espero que, independente do que seja que cause pensamentos acelerados em vocês, do que incomode, do que tire do eixo, que consigam parar o suficiente para respirar e olhar para dentro. Por mais que não pareça, todas as respostas que precisamos estão lá. A não ser que você esteja buscando a resposta de uma questão para uma prova para a qual não estudou. Aí, eu sinto muito, mas não posso ajudar.

Espero que percebam, assim como eu consigo perceber quando paro, que mesmo que em determinado momento tudo pareça depender do que tem fora, pessoas, eventos, situações, a verdade é que tudo que precisamos está a uma olhada para dentro de distância.

E aí, vamos parar? Vamos olhar para dentro e buscar tudo isso?

Até a próxima!


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