A Polícia Civil do Rio de Janeiro desmontou um plano de ataque terrorista que tinha como alvo o megashow da cantora Lady Gaga, realizado no último sábado (3), na Praia de Copacabana. Segundo o secretário da corporação, delegado Felipe Curi, a operação evitou “um mal muito maior” e impediu a concretização de atentados que poderiam ter resultado em tragédia.
A ação foi deflagrada de forma simultânea em diversos endereços, e desarticulou um grupo de ao menos oito pessoas que, de acordo com as investigações, pretendia usar coquetéis molotov e explosivos improvisados durante a apresentação.
“O que estava em curso eram ataques terroristas planejados. Conseguimos impedir que algo trágico acontecesse durante o evento”, afirmou Curi em coletiva neste domingo (4).
Entre os investigados, um suspeito localizado em Macaé (RJ) chamou atenção das autoridades por declarações extremas. Em conversas monitoradas pela polícia, ele acusava Lady Gaga de promover “rituais satanistas” e dizia que realizaria um ritual próprio durante o show, “matando uma criança” no meio do público.
“Ele dizia que a cantora era satanista e que ele iria fazer um ritual satanista também, matando uma criança durante o show”, revelou Curi.
O grupo também mantinha discurso de ódio direcionado à comunidade LGBTQIA+ e utilizava redes sociais para incitar a violência e recrutar jovens. Para a Polícia Civil, o show de Lady Gaga foi escolhido como alvo por representar diversidade, liberdade de expressão e grande visibilidade.
A operação contou com apoio de delegacias especializadas e forças de outros estados. A ação se antecipou aos atos, evitando qualquer incidente durante o evento que reuniu 2,1 milhões de pessoas, segundo a Riotur.
Show transcorreu sem incidentes
Apesar das ameaças, o show aconteceu em clima de celebração e emoção. Lady Gaga apresentou sucessos como Shallow, Bad Romance e faixas do novo álbum Mayhem, além de dedicar mensagens à comunidade LGBTQIA+.
A cantora usou um figurino com as cores da bandeira do Brasil e, após o evento, publicou uma mensagem nas redes sociais: “Nada poderia ter me preparado para o sentimento que tive durante o show de ontem à noite. O orgulho e a alegria absolutos que senti ao cantar para o povo do Brasil. Jamais esquecerei esse momento.”
A Polícia Civil afirmou que as investigações continuam e que os envolvidos poderão responder por terrorismo, incitação ao crime e outros delitos. Segundo o delegado Carlos Oliveira, a legislação antiterrorismo brasileira permite responsabilização mesmo por atos preparatórios: “Você não precisa esperar ele jogar o coquetel molotov. Ele demonstrou intenção, articulação com outras pessoas, e isso já configura crime”.
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