O Sagrado em O Pequeno Príncipe – Uma Jornada Espiritual




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6 respostas para “O Sagrado em O Pequeno Príncipe – Uma Jornada Espiritual”

  1. Avatar de Aureci Bezerra
    Aureci Bezerra

    Grande Wagner, que preciosidade sua visão acerca do Sagrado em O Pequeno Príncipe…

  2. Avatar de Margot Marie
    Margot Marie

    Nunca havia pensado sobre essa perspectiva. Muito linda e salutar a sua leitura. Obrigada pela partilha!

  3. Avatar de Rosinaldo de Luna
    Rosinaldo de Luna

    Li a obra há muito tempo, na juventude, não havia nunca olhado sob essa ótica. Um excelente texto, uma profunda e reveladora análise. Além de que a escrita do Claudio Wagner é um deleite. Obrigado por compartilhar amigo.

  4. Avatar de droversointeru
    droversointeru

    I have been absent for a while, but now I remember why I used to love this blog. Thanks , I’ll try and check back more frequently. How frequently you update your website?

  5. I like this blog so much, saved to my bookmarks. “Respect for the fragility and importance of an individual life is still the mark of an educated man.” by Norman Cousins.

  6. Avatar de tlovertonet

    I have read some good stuff here. Definitely worth bookmarking for revisiting. I wonder how much effort you put to create such a magnificent informative web site.

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O Sagrado em O Pequeno Príncipe – Uma Jornada Espiritual





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Em 2009, concluí o curso de Ciência da Religião pela UERN. O tema da minha monografia foi “O Sagrado na Obra O Pequeno Príncipe”. Com o passar do tempo, já distante da conclusão da graduação, decidi revisitar esse tema, agora em forma de uma breve resenha, que compartilho com vocês, na esperança de que apreciem a leitura.
O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, é uma obra repleta de simbolismos que transcendem o campo literário, revelando traços do sagrado presentes em diversas tradições religiosas. O deserto, o poço e o encantamento do protagonista pelas estrelas são elementos que dialogam com o Budismo, o Cristianismo, o Islã e o Judaísmo, tecendo uma narrativa que celebra o invisível e o transcendente.
O deserto, espaço de solidão e encontro consigo mesmo, remete às provações espirituais. No Cristianismo, evoca o êxodo de Moisés e o jejum de Jesus, momentos de purificação e preparação espiritual. No Islã, o deserto é o lugar da revelação a Maomé. No Judaísmo, simboliza o caminho rumo à Terra Prometida. Já no Budismo, representa o vazio necessário à iluminação, como na meditação de Buda. Assim, quando o Pequeno Príncipe se encontra perdido no deserto, ele, como os místicos de todas essas tradições, descobre ali a essência da vida, no silêncio e na simplicidade.
O poço, que surge como um milagre em meio ao árido cenário, simboliza vida e sabedoria. No Cristianismo, remete ao poço de Jacó, onde Jesus oferece a “água viva” (João 4:14). No Islã, a água é um dom divino, como o poço de Zamzam, fonte sagrada de Meca. No Judaísmo, os poços são lugares de encontro e revelação, como no episódio de Rebeca e Isaac. Para o Budismo, a água pura simboliza a claridade mental. Quando o Pequeno Príncipe bebe do poço, não sacia apenas a sede física, mas também a sede espiritual, num verdadeiro rito de renascimento.
Por fim, o encantamento do Pequeno Príncipe pelas estrelas, sobretudo em sua despedida, carrega uma poderosa ideia de transcendência. No Cristianismo, as estrelas representam os justos que brilham eternamente (Daniel 12:3). No Islã, são sinais da grandeza de Allah (Alcorão 86:1-3). No Judaísmo, a Estrela de Davi é símbolo de proteção divina. No Budismo, a luz das estrelas evoca a iluminação e a libertação do ciclo do sofrimento. A promessa do Pequeno Príncipe, de que estará em uma estrela, não sugere um fim, mas uma passagem para o eterno, unindo-se ao cosmos sagrado.
Assim, O Pequeno Príncipe revela-se uma obra atemporal, em que o deserto, o poço e as estrelas são vestígios do divino, convidando o leitor a enxergar — como ensina a raposa — “com o coração”. O sagrado, em suas múltiplas formas, habita essa narrativa encantadora, mostrando que o essencial é, verdadeiramente, invisível aos olhos.

Claudio Wagner — Professor, Cientista da Religião e Historiador


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  1. Avatar de Aureci Bezerra
    Aureci Bezerra

    Grande Wagner, que preciosidade sua visão acerca do Sagrado em O Pequeno Príncipe…

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    Margot Marie

    Nunca havia pensado sobre essa perspectiva. Muito linda e salutar a sua leitura. Obrigada pela partilha!

  3. Avatar de Rosinaldo de Luna
    Rosinaldo de Luna

    Li a obra há muito tempo, na juventude, não havia nunca olhado sob essa ótica. Um excelente texto, uma profunda e reveladora análise. Além de que a escrita do Claudio Wagner é um deleite. Obrigado por compartilhar amigo.

  4. Avatar de droversointeru
    droversointeru

    I have been absent for a while, but now I remember why I used to love this blog. Thanks , I’ll try and check back more frequently. How frequently you update your website?

  5. I like this blog so much, saved to my bookmarks. “Respect for the fragility and importance of an individual life is still the mark of an educated man.” by Norman Cousins.

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