O Brasil é o país do futebol?

Para muitos o Brasil é o país do futebol, mas os números não mostram isso. A recente pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha apontou que 23% (48,89 milhões) dos entrevistados dizem não ter uma equipe de coração. Ou seja, quase um quarto da população brasileira não se interessa por futebol, quantidade que supera o Flamengo, maior…


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Para muitos o Brasil é o país do futebol, mas os números não mostram isso. A recente pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha apontou que 23% (48,89 milhões) dos entrevistados dizem não ter uma equipe de coração. Ou seja, quase um quarto da população brasileira não se interessa por futebol, quantidade que supera o Flamengo, maior torcida do país, que tem 19% dos torcedores brasileiros.

A pesquisa ouviu 2.004 pessoas com mais de 16 anos entre os dias 5 e 7 de novembro, em 113 municípios brasileiros.

Quando o assunto é média de público nos estádios, o Campeonato Brasileiro fica na quinta posição, atrás da Alemanha, Inglaterra, Espanha e Itália.

Na atual temporada, a média de público da Série A do Campeonato Brasileiro foi de 25.773 torcedores por partida. A maior média de público do Brasileirão ocorreu em 2023, quando tivemos 26.519 pagantes por jogo.

Enquanto isso, na temporada 2023-2024, a Bundesliga, principal competição de futebol da Alemanha, vendeu cerca de 20,7 milhões de ingressos, um aumento de 5% em relação à temporada anterior.

A venda total de ingressos na primeira divisão foi de 11.925.726, com uma média de 38.973 ingressos por partida. Na segunda divisão, as vendas totais de ingressos foram de 8.811.550, com uma média de 28.796 ingressos por partida.

A qualidade técnica dos jogos é um dos fatores do sucesso de público do campeonato alemão, mas não podemos descartar a questão da organização e da segurança nos estádios. A atmosfera nos estádios alemães é de festa e não de guerra, e isso leva às famílias aos jogos da competição.

A Alemanha e o Brasil possuem realidades sociais bem distintas. É possível adquirir ingressos na faixa de 20 euros, o que é muito barato para um alemão, pois o salário mínimo é de 1,584 euros, mas a média do trabalhador alemão gira em torno de 4.400 euros por mês.

É claro que não é possível atrair público sem grandes equipes e bons jogadores. Além da questão da segurança e acessibilidade aos estádios, a entidade que organiza as competições nacionais poderia adotar o sistema de “carnê” que é usado na Alemanha, com preço dentro da nossa realidade; e observar os horários das partidas, pois é muito complicado a ida do torcedor para as partidas que iniciam por volta das 22h.

No Brasil, o torcedor só enche o estádio se seu time estiver bem. Com a construção das arenas para a Copa do Mundo de 2014, o futebol ficou elitizado e os gritos de incentivos vindos da arquibancada praticamente desapareceram. Muitos torcedores vão aos jogos com intuito de tirar selfies para postar nas redes sociais e/ou mostrar para os amigos que fizeram parte daquele espetáculo.

Na verdade, o brasileiro gosta mesmo é de ganhar. O futebol é só um detalhe. Aliás, é detalhe qualquer esporte, desde que o vencedor seja um compatriota. Ayrton Senna é a maior prova disso. O piloto elevou a nossa autoestima carente. Depois de sua morte trágica, a Fórmula 1 perdeu audiência no país por causa da falta de vitórias dos pilotos brasileiros que sucederam Senna.

Então veio o fenômeno Gustavo Kuerten. Os brasileiros diziam gostavam muito de tênis, mas não conheciam a história de Maria Ester Bueno, uma estrela de Wimbledon nos anos 50. No auge de Guga, o tênis virou febre no país. Quando Guga abandonou as quadras, o amor dos brasileiros pelo tênis foi junto.

Diante dos fatos supracitados, o Brasil é mesmo o país do futebol ou o brasileiro gosta mesmo é de ganhar?





O Potengi

Portal de Notícias e Conteúdos do Rio Grande do Norte



O Brasil é o país do futebol?

Para muitos o Brasil é o país do futebol, mas os números não mostram isso. A recente pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha apontou que 23% (48,89 milhões) dos entrevistados dizem não ter uma equipe de coração. Ou seja, quase um quarto da população brasileira não se interessa por futebol, quantidade que supera o Flamengo, maior torcida do país, que tem 19% dos torcedores brasileiros.

A pesquisa ouviu 2.004 pessoas com mais de 16 anos entre os dias 5 e 7 de novembro, em 113 municípios brasileiros.

Quando o assunto é média de público nos estádios, o Campeonato Brasileiro fica na quinta posição, atrás da Alemanha, Inglaterra, Espanha e Itália.

Na atual temporada, a média de público da Série A do Campeonato Brasileiro foi de 25.773 torcedores por partida. A maior média de público do Brasileirão ocorreu em 2023, quando tivemos 26.519 pagantes por jogo.

Enquanto isso, na temporada 2023-2024, a Bundesliga, principal competição de futebol da Alemanha, vendeu cerca de 20,7 milhões de ingressos, um aumento de 5% em relação à temporada anterior.

A venda total de ingressos na primeira divisão foi de 11.925.726, com uma média de 38.973 ingressos por partida. Na segunda divisão, as vendas totais de ingressos foram de 8.811.550, com uma média de 28.796 ingressos por partida.

A qualidade técnica dos jogos é um dos fatores do sucesso de público do campeonato alemão, mas não podemos descartar a questão da organização e da segurança nos estádios. A atmosfera nos estádios alemães é de festa e não de guerra, e isso leva às famílias aos jogos da competição.

A Alemanha e o Brasil possuem realidades sociais bem distintas. É possível adquirir ingressos na faixa de 20 euros, o que é muito barato para um alemão, pois o salário mínimo é de 1,584 euros, mas a média do trabalhador alemão gira em torno de 4.400 euros por mês.

É claro que não é possível atrair público sem grandes equipes e bons jogadores. Além da questão da segurança e acessibilidade aos estádios, a entidade que organiza as competições nacionais poderia adotar o sistema de “carnê” que é usado na Alemanha, com preço dentro da nossa realidade; e observar os horários das partidas, pois é muito complicado a ida do torcedor para as partidas que iniciam por volta das 22h.

No Brasil, o torcedor só enche o estádio se seu time estiver bem. Com a construção das arenas para a Copa do Mundo de 2014, o futebol ficou elitizado e os gritos de incentivos vindos da arquibancada praticamente desapareceram. Muitos torcedores vão aos jogos com intuito de tirar selfies para postar nas redes sociais e/ou mostrar para os amigos que fizeram parte daquele espetáculo.

Na verdade, o brasileiro gosta mesmo é de ganhar. O futebol é só um detalhe. Aliás, é detalhe qualquer esporte, desde que o vencedor seja um compatriota. Ayrton Senna é a maior prova disso. O piloto elevou a nossa autoestima carente. Depois de sua morte trágica, a Fórmula 1 perdeu audiência no país por causa da falta de vitórias dos pilotos brasileiros que sucederam Senna.

Então veio o fenômeno Gustavo Kuerten. Os brasileiros diziam gostavam muito de tênis, mas não conheciam a história de Maria Ester Bueno, uma estrela de Wimbledon nos anos 50. No auge de Guga, o tênis virou febre no país. Quando Guga abandonou as quadras, o amor dos brasileiros pelo tênis foi junto.

Diante dos fatos supracitados, o Brasil é mesmo o país do futebol ou o brasileiro gosta mesmo é de ganhar?



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