A nota em que o Partido dos Trabalhadores (PT) emitiu na segunda-feira, 29, em que defende a reeleição do ditador venezuelano Nicolás Maduro, anula o discurso de golpe propagado pela legenda.
Na nota o PT chama a eleição ocorrida na Venezuela no último domingo, 28, de “uma jornada pacífica, democrática e soberana”. A sigla ainda aponta que a calamidade econômica e social que assola o país é “em grande medida causados por sanções ilegais”.
A defesa da reeleição de Maduro, num pleito flagrantemente fraudulento, de completa desigualdade de forças, em que a oposição participou de um processo eleitoral em que a vida de seus políticos e militantes esteve sob risco constante, evidencia o quanto o petismo está apartado da ojeriza popular que a ditadura de Maduro tem no Brasil.
A nota enterra o discurso de golpe que o PT tanto enfatiza, o do impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016, e desmoraliza a posição da agremiação quanto a afirmar que a invasão bolsonarista na Praça dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, foi uma tentativa golpista.
Quem apoia uma eleição fraudada, não pode apontar golpe de ninguém.
Confira a nota da Executiva Nacional do partido:
O PT saúda o povo venezuelano pelo processo eleitoral ocorrido no domingo, dia 28 de julho de 2024, em uma jornada pacífica, democrática e soberana.
Temos a certeza de que o Conselho Nacional Eleitoral, que apontou a vitória do presidente Nicolás Maduro, dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela.
Importante que o presidente Nicolás Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais.
O PT seguirá vigilante para contribuir, na medida de suas forças, para que os problemas da América Latina e Caribe sejam tratados pelos povos da nossa região, sem nenhum tipo de violência e ingerência externa.