O julgamento do policial militar Pedro Inácio Araújo de Maria, acusado do feminicídio da estudante Zaira Dantas Silveira Cruz em 2019, foi interrompido abruptamente nesta terça-feira (3) após os advogados de defesa deixarem o plenário. A decisão forçou o Tribunal de Justiça a suspender o júri popular e a marcar nova data para continuidade do processo.
O incidente ocorreu no Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal, quando o júri se preparava para ouvir as testemunhas de defesa. A sessão havia retomado às 9h10 com o depoimento das últimas três testemunhas da acusação. Com a saída da equipe jurídica do réu, a 2ª Vara Criminal deverá agora reagendar todo o andamento processual, que originalmente seguiria até sexta-feira (6).
O caso, que remonta ao Carnaval de 2019, quando Zaira foi encontrada morta em Caicó, teve o processo transferido para a capital potiguar a pedido da defesa, que alegou impossibilidade de júri imparcial no Seridó devido à grande repercussão do crime. O volumoso processo, com 7 mil páginas, previa 22 depoimentos, incluindo o do próprio acusado.
Em observância ao sigilo judicial e para preservação da dignidade da vítima, o acesso ao plenário restringe-se a familiares das partes envolvidas. A suspensão adia a fase crucial de debates entre acusação e defesa, que só ocorreria após a oitiva de todas as testemunhas.
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