O Conselho Deliberativo do Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD) decidiu, nesta semana, que o Brasil adotará o padrão ATSC 3.0 para as futuras transmissões de TV digital, conhecido como TV 3.0. A recomendação foi aprovada por unanimidade e encaminhada ao Ministério das Comunicações, que já planeja a implementação para 2025.
O novo padrão promete transformar radicalmente o modo como o conteúdo televisivo é produzido, transmitido e consumido. Segundo o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, “Esta é uma das revoluções mais esperadas do setor. A nova geração de TV digital integrará o conteúdo transmitido pelo serviço de radiodifusão à internet, criando novos modelos de negócios e empregos”.
O ATSC 3.0 permitirá a combinação da televisão com a internet, possibilitando uma experiência mais interativa e personalizada. A mudança também abrirá portas para novas oportunidades no mercado de produção de conteúdo, afetando desde grandes redes como Globo e SBT até influenciadores e criadores independentes.
Fases de implementação
De acordo com o secretário de Comunicação Social Eletrônica, Wilson Diniz, a implementação do novo sistema ocorrerá em duas fases. Inicialmente, os brasileiros precisarão usar conversores para adaptar seus aparelhos antigos ao novo padrão. Em um segundo momento, novas televisões com receptores integrados para o ATSC 3.0 estarão disponíveis.
O governo ainda não definiu se os conversores serão fornecidos gratuitamente ou vendidos aos consumidores. “Como a vida útil das TVs tem uma carga ainda a ser cumprida, entendemos que no começo vamos ter que ter um receptor que faça a conversão desses sinais”, declarou Diniz.
O que é a TV 3.0?
A TV 3.0 representa uma evolução em relação à TV digital atual, oferecendo transmissões em até 8K e áudio imersivo como o Dolby Atmos. A nova tecnologia permitirá a personalização do conteúdo com base em perfis de telespectadores, além de integrar plataformas de streaming e possibilitar o acesso a conteúdos em dispositivos móveis com alta qualidade.
Raymundo Barros, diretor de tecnologia e estratégia da Globo, explica que a experiência de assistir TV 3.0 será “logada”, semelhante ao que acontece na internet hoje. Isso significa que os espectadores precisarão se identificar para acessar conteúdos, o que permitirá uma personalização mais precisa.
Integração com Web 3.0 e Blockchain
A TV 3.0 também se prepara para uma integração com a Web 3.0 e a tecnologia blockchain. Com isso, a distribuição de conteúdo pode se tornar mais descentralizada, e contratos inteligentes poderão automatizar pagamentos e distribuição de royalties. A blockchain ajudará a garantir a transparência e autenticidade do conteúdo, e os espectadores poderão ser recompensados por sua interação com a programação.
Essa evolução representa uma fusão de diversas formas de mídia em uma plataforma única, prometendo um ambiente mais interativo e sob demanda para os consumidores.
A transição para o novo padrão exigirá a substituição de televisores ou o uso de conversores, o que pode representar um desafio para muitos brasileiros. No entanto, a promessa de uma experiência de visualização mais rica e personalizada pode compensar esse custo, oferecendo uma visão do futuro da televisão e da mídia.
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