O presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol, José Vanildo da Silva, foi eleito para novo mandato e ficará no cargo até o fim de 2030. A assembleia foi realizada no dia 19 de novembro, na sede da entidade, e a chapa encabeçada pelo dirigente foi aclamada pelos clubes profissionais e ligas filiadas. O mandato atual de Vanildo iria até o fim de 2026.
Federações esportivas possuem autonomia nos termos do art. 217, da Constituição e tem natureza jurídica de associação sem fins lucrativos, bem como seus dirigentes são eleitos pelos seus associados, nos termos do estatuto da entidade.
Cabe ressaltar que a FNF possui 16 ligas filiadas, as quais seus votos têm o mesmo peso dos clubes filiados. Diante disso, os dirigentes dos clubes profissionais não são os únicos culpados por tal aberração.
Ao concluir o mandato em 2030, José Vanildo completará 24 anos à frente da entidade. Nos últimos 33 anos, a FNF teve apenas três presidentes, sendo que, em julho de 2005, após 13 anos na presidência da FNF, Nilson Gomes foi destituído por causa de uma série de irregularidades encontradas durante a sua administração.
Em dezembro de 2005, Alexandre Cavalcanti assumiu a presidência da FNF, mas por problemas de saúde renunciou ao cargo em abril de 2007. Desde então, Zé Vanildo passou a comandar os destinos do futebol do RN.
Desde que José Vanildo assumiu o comando da FNF, o Campeonato Potiguar teve média de público superior a 2 mil pagantes apenas em 2023, quando a média foi de 2.156 pagantes por jogo. Fruto de um regulamento confuso, o campeonato potiguar de 2024 teve média de 1.183 pagantes por partida. Apenas o América “não pagou” para jogar.
No seu discurso no último dia 4 de novembro, o Presidente da FNF enalteceu o crescimento do futebol potiguar, coisa que só existe na cabeça dele e de seus bajuladores. Os bajuladores defendem seus interesses pessoais em detrimento do crescimento do futebol local.
Em 2008, a FNF ocupava a 12a posição no Ranking das Federações da CBF, sendo que atualmente, o RN é o 14° colocado, com a tendência de ser ultrapassado em 2025 pelo Amazonas.
É leviano culpar a direção da FNF pelo desempenho pífio dos nossos clubes nas competições nacionais, pois a entidade não é a responsável pelas montagens dos elencos.
Os regulamentos e fórmulas de disputas de competições da FNF são mirabolantes, o que dificulta a compreensão do torcedor. Apesar disso, a federação conta com o “amém” dos dirigentes dos clubes.
Com salário pago pela CBF, cujo valor chega a ultrapassar R$ 50 mil/mês, o ocupante da cadeira de presidente não abre mão do cargo. Como podemos observar, os dois últimos presidentes da federação que deixaram o cargo foram forçados a largar o osso.
Além do salário do Presidente da FNF, a CBF faz repasse de R$ 100 mil/mês para o fomento do futebol local. Os repasses da CBF não são as únicas fontes de receita da entidade. A FNF cobra 8% da renda bruta dos jogos do estadual e da Copa do Nordeste; e de 5% das partidas das competições nacionais.
Outra fonte de receita da federação são as taxas por ela cobradas, as quais vão desde a transferência interestadual de atletas (R$ 1.500) até conversão em SAF (R$ 120 mil).
A administração da FNF não é a única responsável pelo péssimo momento do futebol do RN. Não podemos isentar os dirigentes dos clubes de tal responsabilidade.
As competições das categorias de base organizadas pela FNF são um faz de conta. Elas existem, mas não servem para dar minutagem aos jovens atletas precisam, haja vista que elas duram cerca de 50 dias.
Resta saber se o futebol do RN conseguirá sobreviver a mediocridade da administração de Zé Vanildo.