As pesquisas Ipec, Datafolha, Atlas e Genial/Quaest que saíram nas últimas semanas mostrando queda na aprovação do governo Lula (PT), demonstram que a esquerda está desorientada sobre o Brasil que Lula administra em seu 3º mandato.
A esquerda perdeu a batalha das narrativas nas redes sociais, onde o bolsonarismo é um ecossistema que viceja em larga escala. O estilo de comunicação que o Partido dos Trabalhadores (PT) quer operar, o institucional, já não dá mais conta de defender um governo em pleno domínio da direita nas diversas plataformas de mídia digital.
Outro ponto é a baixa tolerância dos brasileiros com declarações que reverberam as posições da esquerda. Num Brasil ainda escaldado por delírios conspiratórios de direita, falas polêmicas não tem mais o mesmo grau de paciência que tinham nos governos anteriores de Lula e o 1º de Dilma Rousseff.
A isso, ainda tem o problema com os evangélicos, que pode se tornar crônico. Os evangélicos são mais organizados do que os católicos, que tendem ao PT, e constituem uma imensa massa de brasileiros na base da pirâmide social, em que a visão tradicional da esquerda de classe social não dá conta de atrair uma massa que dialoga sua vida diretamente com a religião, campo minado para o PT.
Outro problema, em vias de se tornar crônico, estar em o progressismo dialogar com a miríade de trabalhadores informais, que nos anos Bolsonaro se aproximaram da direita. A linguagem trabalhista tradicional não se conecta com o tipo de labor desempenhado por essa multidão informal.
Se continuar como está, periga Lula buscar reeleição, e mesmo sentado na cadeira presidencial, disputar em um cenário altamente polarizado como foi em 2022.