A sessão desta terça-feira (9) na Câmara Municipal de Natal foi marcada por um embate direto e inflamado entre as vereadoras Camila Araújo (União Brasil) e Samanda Alves (PT). O centro da discussão foi a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e as acusações que pesam contra ele.
Durante fala no plenário, Camila Araújo afirmou que os atos de 8 de janeiro têm sido tratados de forma injusta e que Bolsonaro não pode ser chamado de ladrão. “Podem até tentar dizer que é uma trama golpista, mas nunca irão chamar Bolsonaro de ladrão”, disse. Ela criticou a falta de punições a manifestantes de esquerda em 2016 e defendeu anistia aos presos do 8 de janeiro.
A resposta veio na sequência, com Samanda Alves contestando diretamente a fala da colega. “Bolsonaro é um ladrão de joias, de relógio. É um matador também. Além de ter matado muitas pessoas na Covid, ele estava participando de um complô para assassinar o presidente da República e um ministro do STF”, afirmou a petista, citando as investigações recentes que envolvem o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Samanda ainda criticou o uso da religião para justificar discursos políticos. “Não vou me calar aqui como cristã e aceitar que se use o nome de Deus em vão para defender um bandido”, completou.
Camila voltou à tribuna para rebater as acusações, ironizando a referência ao presidente Lula como “descondenado” e acusando a governadora Fátima Bezerra (PT) de corrupção na compra de respiradores durante a pandemia. “Se existe alguém aqui genocida, é Fátima Bezerra, porque não chegaram respiradores e potiguares morreram por falta de assistência”, disse.
O embate revelou mais uma vez o clima de polarização política na Câmara de Natal, com discursos cada vez mais acalorados e confrontos diretos entre as parlamentares da base governista e da oposição.