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  • Expectativa pela diplomação de Daniel Rendall e Irapoã Nóbrega; Felipe Alves pode ganhar mandato

    Expectativa pela diplomação de Daniel Rendall e Irapoã Nóbrega; Felipe Alves pode ganhar mandato

    Marcada para amanhã, a diplomação dos vereadores eleitos de Natal traz grande suspense para dois candidatos que conquistaram seu primeiro mandato: Daniel Rendall e Irapoã Nóbrega, ambos do partido Republicanos (REP).

    Investigados por suspeitas de abuso de poder político e coação eleitoral, os eleitos Daniel Rendall e Irapoã Nóbrega (Republicanos) correm o risco de não ser diplomados.

    Caso a diplomação seja impedida pela Justiça, o partido Republicanos perderia uma das quatro cadeiras que conquistou em outubro, devido a anulação dos votos de ambos. Com isso, o primeiro suplente do partido, Peixoto, conquistaria o mandato. Já a segunda vaga seria redistribuída para o União Brasil e ficaria com Felipe Alves.

    Entenda o caso

    Daniel Rendall foi eleito com 7.417 votos, sendo o quinto mais votado na cidade, e anteriormente atuou como diretor na Secretaria de Educação. Irapoã Nóbrega, ex-secretário de Serviços Urbanos, obteve 7.760 votos, destacando-se entre os eleitos pelo Republicanos.

    Os vereadores eleitos de Natal pelo partido Republicanos, Daniel Rendall e Irapoã Nóbrega, estão sob investigação por suspeitas de abuso de poder político e coação eleitoral durante as eleições municipais de 2024.

    As investigações, conduzidas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), resultaram em operações de busca e apreensão realizadas em 6 de dezembro de 2024. Na ocasião, o MPE, com apoio da Polícia Militar, cumpriu mandados de busca e apreensão em órgãos da Prefeitura de Natal, incluindo as secretarias de Educação (SME), Serviços Urbanos (Semsur), Trabalho e Assistência Social (Semtas) e a Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico (Arsban).

    Nas ações, foram coletadas evidências relacionadas às suspeitas de que servidores públicos teriam sido coagidos a apoiar as candidaturas de Daniel Rendall e Irapoã Nóbrega, sob ameaça de demissão ou exoneração.

    Daniel Rendall e Irapoã Nóbrega declararam ter sido surpreendidos pela operação e afirmaram que aguardariam acesso aos detalhes das acusações para se manifestarem adequadamente. A Prefeitura de Natal informou estar à disposição para colaborar com as investigações e ressaltou a importância de esclarecer todas as denúncias recebidas durante o período eleitoral.

    O que é a diplomação

    Diplomação é o ato pelo qual a Justiça Eleitoral atesta que o candidato ou a candidata foi efetivamente eleito ou eleita pelo povo e, por isso, está apto ou apta a tomar posse no cargo. A entrega dos diplomas ocorre depois de terminado o pleito, apurados os votos e passados os prazos de questionamento e de processamento do resultado das eleições. No caso das Eleições Municipais, os diplomas são assinados e entregues pelo presidente da junta eleitoral do município, que é o juiz eleitoral da zona.

    Segundo o Código Eleitoral (art. 215, parágrafo único), no diploma devem constar o nome do candidato, a indicação da legenda sob a qual concorreu, o cargo para o qual foi eleito ou a sua classificação como suplente, e, facultativamente, outros dados a critério do juiz ou do tribunal.

  • Em nota, Prefeitura de Natal politiza investigações e tenta desviar o foco para o Governo do Estado

    Sem responder adequadamente às graves denúncias apuradas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) por abuso de poder político durante as eleições municipais de 2024, a Prefeitura de Natal aproveitou uma nota do Poder Executivo para recomendar que o MPE que “todas as denúncias recebidas durante o período eleitoral sejam igualmente esclarecidas, inclusive as que foram feitas em relação ao uso da máquina pública em órgãos da administração estadual”.

    O ato – que é ato oficial da Administração Pública – revela a enorme confusão que há em nossa gestão entre o público e o privado. Ao usar um comunicado oficial da Prefeitura para atacar o Governo do Estado e tentar desviar o foco das práticas imputadas a sua gestão, o prefeito Álvaro Dias (REP) incorre naquilo que seu críticos cansaram de salientar: a prática coronelista de quem administra a cidade como se fosse uma de suas fazendas, visando aos próprios interesses e desrespeitando os ritos democráticos.

    Do que se trata

    Na manhã desta quarta-feira (6), o Ministério Público Eleitoral, por meio do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), deflagrou uma operação em órgãos da Prefeitura de Natal para investigar denúncias de abuso de poder político durante as eleições municipais de 2024.  

    A ação teve como alvos principais os vereadores eleitos Daniell Rendall e Irapoã Nóbrega Azevedo de Oliveira, ambos do partido Republicanos, acusado de coagir servidores públicos a apoiar suas campanhas eleitorais sob ameaça de demissão ou exoneração. Rendall ocupava o cargo de diretor de Recursos Humanos na Secretaria Municipal de Educação (SME), enquanto Irapoã era titular da Secretaria de Serviços Urbanos (Semsur), antes de se candidatarem.  

    Os promotores, acompanhados de policiais, cumpriram mandados de busca e apreensão em quatro órgãos da Prefeitura: as secretarias de Educação (SME), Serviços Urbanos (Semsur), Trabalho e Assistência Social (Semtas) e a Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico (Arsban). Na SME, computadores e documentos foram apreendidos nas salas relacionadas às atividades de Daniell Rendall e outros servidores citados nas denúncias.  

    Além disso, a operação revelou um histórico de suspeitas de irregularidades eleitorais na Prefeitura de Natal. Em outubro, Victor Diógenes, diretor técnico da Arsban, foi exonerado após ser acusado de assédio eleitoral. Ele teria cobrado votos de funcionários terceirizados e comissionados para Paulinho Freire, candidato pelo União Brasil. Apesar da exoneração, Diógenes foi renomeado ao mesmo cargo em novembro, após o fim do pleito.  

    Em nota, a Prefeitura de Natal declarou que está à disposição para colaborar com as investigações. O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), por sua vez, ainda não confirmou oficialmente a operação.  

    A investigação amplia o alcance de denúncias de abuso de poder político na gestão municipal, trazendo à tona suspeitas de práticas que comprometem a integridade do processo eleitoral em Natal.

    Nota da Prefeitura de Natal

    Com relação à operação de busca e apreensão realizada nesta sexta-feira (6) dentro da investigação por suposto abuso de poder político em alguns órgãos do Município, a Prefeitura do Natal informa que, mesmo não possuindo maiores informações, está à disposição para contribuir e esclarecer aos responsáveis legais quaisquer pontos que se fizerem necessários. 

    A Prefeitura entende que o Ministério Público está cumprindo seu papel. Espera, também, que todas as denúncias recebidas durante o período eleitoral sejam igualmente esclarecidas, inclusive as que foram feitas em relação ao uso da máquina pública em órgãos da administração estadual, como PGE e Secretaria de Segurança Pública do Governo do Estado, também acusados de cometer assédio eleitoral.

  • Isaac da Casca se despede da ALRN destacando legado e trajetória de superação

    Isaac da Casca se despede da ALRN destacando legado e trajetória de superação

    Na sessão plenária desta quinta-feira (28), a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte se despediu do deputado estadual Isaac da Casca (MDB), que encerrou seu período de 121 dias de mandato exercido em substituição ao deputado Adjuto Dias, licenciado por motivos de saúde e interesses particulares. Com um discurso marcado por gratidão, superação e compromisso com o estado, Isaac refletiu sobre sua trajetória e destacou os resultados alcançados durante seu breve, mas intenso, período na Casa.

    “Cumpro hoje um momento de despedida nesta Casa com sentimento de gratidão e dever cumprido. Ao lado dos meus colegas e com o apoio da minha equipe, tive a honra de representar o povo do RN, especialmente minha cidade, Mossoró, e toda a região Oeste e Costa Branca Salineira”, afirmou Isaac, que apresentou 15 Projetos de Lei e 34 requerimentos no período.

    O parlamentar enfatizou sua luta pela valorização da cajucultura, setor estratégico para a economia potiguar. “A produção de caju é um dos pilares da agricultura no RN, e precisa de apoio para se expandir, gerando emprego e renda para nossos produtores”, destacou.

    Com uma história de vida inspiradora, Isaac relembrou seu passado como ex-dependente químico e trabalhador do ramo da casca da castanha. “Deus me deu uma nova vida. Sou fruto de uma casa de recuperação e da Assembleia de Deus de Mossoró. Da situação de rua, tive a oportunidade de trabalhar com a casca da castanha, que leva calor e energia às indústrias. Hoje, levo com orgulho o nome de Isaac da Casca”, declarou emocionado.

    Os deputados Hermano Morais (PV), Francisco do PT, Divaneide Basílio (PT), Isolda Dantas (PT), Coronel Azevedo (PL), Cristiane Dantas (SDD), Taveira Junior (União) e Vivaldo Costa (PV) elogiaram a atuação do parlamentar, ressaltando sua dedicação e compromisso com o povo potiguar.

  • ALRN debate os desafios do Plano Nacional de Educação em audiência pública

    ALRN debate os desafios do Plano Nacional de Educação em audiência pública

    Por iniciativa do mandato dos deputados Divaneide Basílio (PT) e Francisco do PT, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte promove nesta quinta-feira (28), às 14h, audiência pública para debater “O Plano Nacional de Educação: uma política que estrutura a educação brasileira”. A audiência será realizada no auditório Cortez Pereira, sede do parlamento.

    “Esse plano é essencial para garantir uma educação de qualidade e socialmente referenciada, promovendo a equidade social e respondendo às demandas de uma sociedade em transformação. A aplicação do PNE nos estados, Distrito Federal e municípios é crucial para garantir um sistema educacional inclusivo e de qualidade”, afirmou o parlamentar.

    Francisco defende que é necessário que a sociedade civil, especialmente as organizações e profissionais da educação, esteja bem informada sobre suas diretrizes e participe ativamente de sua implementação.

    O Novo Plano Nacional de Educação (PNE), que entrará em vigor em janeiro de 2025, resulta de uma ampla consulta à sociedade civil, com a participação de mais de 4 mil pessoas de diversos setores, e abrange 18 metas que vão da Educação Infantil ao Ensino Superior e Educação Profissional.

    O PNE também aborda a luta contra as desigualdades sociais, propondo uma educação que vai além das competências técnicas, buscando uma formação integral e promovendo a justiça social. “Sem essa mudança de paradigma, o modelo educacional atual continuará a perpetuar a exclusão e a desqualificação da força de trabalho”, justifica Francisco.

  • Deputados debatem sobre pacote do Governo e mudança na escala de trabalho

    Deputados debatem sobre pacote do Governo e mudança na escala de trabalho

    O deputado estadual Gustavo Carvalho (PSDB) criticou, no horário das lideranças partidárias, na sessão desta quarta-feira (13), o projeto do Governo do Estado que retoma a alíquota de 20% para cobrança do ICMS, reduzida para 18% no final do ano passado. “O Governo não tomou nenhuma medida de equilíbrio fiscal desde que assumiu”, disse o parlamentar, rebatendo a decisão do Executivo de aumentar o imposto em 2%. Para o deputado, empresas poderão quebrar e preços serem elevados no mercado. Gustavo criticou o pacote de medidas que será votado na Casa, mas concordou com a taxação para carros elétricos, ressaltando que estes só são adquiridos por quem tem dinheiro.

    Seguindo com a pauta discutida por Gustavo Carvalho, o deputado Hermano Morais (PV) defendeu uma discussão ampla sobre o assunto antes de ser votado, ouvindo categorias do serviço público e especialistas em Tributação, como o secretário Carlos Eduardo Xavier que hoje é presidente do Confaz, o Conselho Nacional de Política Fazendária. “Tem muita informação desencontrada, muita controvérsia”, disse o deputado, lembrando que o reajuste aprovado hoje para a categoria da segurança, só poderá ser aplicado com a receita do estado ‘voltando ao patamar de 2022’, quando a alíquota do ICMS já era de 20%.

    A deputada Eudiane Macedo (PV) agradeceu aos pares a votação que lhe elegeu para uma cadeira na mesa diretora da Assembleia no próximo biênio, e discorreu sobre a PEC que modifica a escala 6×1 dos trabalhadores brasileiros. “Essa escala de trabalho é desumana. Você trabalhar seis dias e folgar apenas um, não sobra tempo para a família, não sobra tempo para os filhos”, disse Eudiane, que disse conhecer bem essa realidade porque trabalhou em supermercado boa parte de sua vida.

    A deputada explicou que a nova proposta quer reduzir a jornada semanal de trabalho de 44 para 36 horas, mantendo o limite de oito horas diárias. “Penso que esse diálogo é importante para encontrarem uma solução para que os trabalhadores sejam beneficiados sem que penalize as empresas. Com a aprovação da PEC, os trabalhadores teriam mais tempo para se dedicar à família, aos estudos e ao descanso, medidas que contribuem diretamente para a saúde física e mental”, concluiu Eudiane, lembrando que a escala 4×3 defendida pela PEC é uma tendência em vários lugares do mundo.

  • Diretoria Legislativa da ALRN participa de Congresso realizado em Santa Catarina

    Diretoria Legislativa da ALRN participa de Congresso realizado em Santa Catarina

    A Diretoria Legislativa da ALRN participou, nos dias 7 e 8 de novembro, do Congresso de Direito Constitucional e Legislativo, realizado pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC), na cidade de Florianópolis, em comemoração aos 35 anos de sua Constituição Estadual.

    A comitiva técnica participante do evento, sob direção de Tatiana Mendes Cunha – Diretora Legislativa, foi composta pelos servidores Amanda Miranda, Gabriela Rossiter, Klauss Nardy e Luighi Ferrer, além do Coordenador de Suporte Legislativo, Gustavo Brito, que ministrou a palestra “Processo Legislativo nas Constituições Estaduais em Perspectiva Comparada com a Constituição Federal: Protagonismo do parlamento e Relevância da Produção Legislativa”.

    Durante o Congresso, foram discutidos temas de grande relevância para o Direito Constitucional e Legislativo, com destaque para as palestras “A Constituição Federal e o Brasil de Hoje” – ministrada pelo ex-presidente Michel Temer; “A Contribuição do Legislativo na Prevenção à Violência Contra a Mulher” – ministrada pela Dra. Alice Bianchini e “As Competências Legislativas Estaduais: Perspectivas e Desafios” – ministrada pelo Consultor Legislativo do Senado Federal, Dr. João Trindade.

    “Os painéis promoveram debates de considerável importância para o desenvolvimento do conhecimento jurídico, com abordagem interdisciplinar e presença de grandes juristas, contribuindo com a qualificação permanente e continuada dos servidores envolvidos e, em última análise, com a qualidade do serviço prestado pela Diretoria Legislativa desta Casa”, afirmou a Diretora Legislativa, Tatiana Mendes Cunha.

  • Escola da ALRN forma nova turma de pós-graduação em Gestão Pública

    A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN) celebrou, na tarde desta quarta-feira (6), a certificação de 41 alunos da pós-graduação em Gestão Pública, em uma cerimônia realizada no auditório Cortez Pereira, na sede do Legislativo potiguar. Organizado pela Escola da Assembleia, o evento marcou a conclusão de mais uma etapa de qualificação de profissionais para o setor público, com a pós-graduação em Gestão Pública, reforçando o compromisso da instituição com a formação de gestores capacitados a atuar com maior eficiência e profissionalismo na administração estadual.

    “Nossa alegria é muito grande. A gestão, em si, é um desafio porque depende de todos os níveis do Governo. Responder com qualidade é sempre muito difícil e, por isso, a oferta desse curso é tão importante para a sociedade potiguar. É o motivo pelo qual o presidente da Assembleia, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB), tem priorizado tanto a expansão do curso pela Escola da Assembleia”, disse o diretor da Escola, José Bezerra Marinho.

    Com essa nova turma, que iniciou a especialização em agosto de 2022, a Escola da Assembleia chega à sua 7ª turma de formandos em Gestão Pública, totalizando 249 alunos beneficiados ao longo dos anos. Desde a criação do curso, em 2014, a Escola da ALRN tem investido consistentemente em cursos de pós-graduação para servidores e cidadãos potiguares, ofertando uma formação de excelência que prepara gestores para os desafios e demandas do setor público.

    Os ciclos anteriores da especialização em Gestão Pública certificaram, em diferentes períodos, diversas turmas: entre 2014 e 2017, foram formados 73 alunos; entre 2015 e 2018, 14 alunos; entre 2017 e 2019, mais 45 alunos concluíram o curso; entre 2018 e 2021, 27 alunos foram certificados; e, entre 2019 e 2022, outros 49 alunos finalizaram a formação.

    “Essa turma nos dá muita alegria e vemos a disposição com que todos irão atuar nos órgãos dos governos e também na iniciativa privada, que precisa dessa expertise”, disse o diretor da Escola da ALRN, afirmando ainda que a pós-graduação em Gestão Pública da Escola da ALRN desempenha um papel fundamental na capacitação de líderes comprometidos com a transparência e eficiência na administração pública.

    Falando em nome dos pós-graduandos, Carlos Magno Godeiro enalteceu a iniciativa da Assembleia Legislativa, através da Escola da ALRN, de capacitar servidores e pessoas de todas as regiões do Rio Grande do Norte. O orador disse que todos que participaram da pós-graduação têm a dimensão da importância do curso oferecido e do quanto eles sairão mais capacitados para o mercado.

    “Aceitamos o desafio de voar e assim trilharemos nosso caminho. Que a Escola alce voos ainda maiores. Quero agradecer à Casa, ao presidente Ezequiel e a todos da Escola. Faltam-me palavras para agradecer. Que sigamos firmes em nossos propósitos, pois vocês, caros colegas, são as únicas pessoas que sabem o que podem ser, fazer e sonhar”, enfatizou Carlos Magno.

    Representando os parlamentares, a deputada Terezinha Maia (PL) destacou a importância do curso. Ela estudou Gestão Pública e acredita que, após o período de estudos, houve um estímulo para fazer ainda mais na atividade pública. “É um certificado muito importante e, com certeza, vocês saem estimulados a serem ainda melhores profissionais, que farão a diferença por onde passarem. Desejo muita sorte e que grandes oportunidades apareçam para que façam valer todo esse esforço”, disse a deputada.

  • Com pacote fiscal, Fátima teve coragem de pensar o RN para além de seu mandato

    Com pacote fiscal, Fátima teve coragem de pensar o RN para além de seu mandato

    O pacote fiscal proposto pelo Governo do Rio Grande do Norte, que busca reequilibrar as finanças do Estado, chegou atrasado; mas chegou. A principal medida anunciada é a retomada da alíquota do ICMS para 20% e de forma permanente, a exemplo do que têm feito os estados vizinhos. Outros pontos importantes do pacote são a taxação gradual de carros elétricos, que atualmente são isentos de IPVA, e a extensão de dez para quinze anos do período aplicável do IPVA.

    Muito embora a campanha que reelegeu a governadora Fátima Bezerra tenha se apoiado numa narrativa de o pior já havia passado (em relação às contas do Estado), a verdade que restou após as eleições é a mesma de todos os entes da Federação Brasileira: crise fiscal aguda gerada – sobretudo – pelo descompasso entre as demandas exigidas ao poder público e a capacidade de arrecadação do mesmo.

    O primeiro governo de Fátima deu importantes passos para recuperar financeiramente o RN, o que seu marketing explorou sob o mote de “O melhor vai começar”. Mas a realidade crua dos fatos demonstra que o melhor ainda está muito distante. Ao repôr as folhas salariais dos servidores que estavam atrasadas e implementar medidas como o REFIS, o governo permitiu que se respirasse. Mas tais medidas não bastam para superar nosso quadro fiscal, que reflete uma tendência geral em todo o mundo pelo menos desde a década de 1970.

    Aliado às propostas para incrementar a arrecadação, o governo também anunciou a elaboração de um outro pacote, este voltado para a contenção de gastos e otimização da aplicação dos escassos recursos públicos. Juntas, tais ações demonstram um compromisso real com a saúde financeira do RN e representam uma nova esperança de retomarmos alguma capacidade de investimentos, que possam abrir perspectivas de progresso econômico para os potiguares.

    Fátima adota apresenta seu plano de recuperação fiscal ao final do segundo ano de seu novo mandato à frente do governo. Se enxergarmos o copo meio vazio, diremos que chegou tarde. Mas – sendo franco – a atitude revela coragem e desprendimento inéditos em nossa tradição política. Digo isso porque quem colherá os bons frutos da nova política que se busca implementar serão os futuros governantes, que encontrarão para administrar um Estado em condições muito melhores que as que Fátima recebeu das mãos de Robinson Faria.

    No presente caso, o que surpreende é que governo e oposição fazem o seu o papel. Não é da oposição que devemos cobrar responsabilidade, mas sim do governo. E, pelo que recordo, a oposição sempre tem feito o seu papel de ir contra as ações do governo.

    O que faltava ao RN era coragem em nossos governos para não imitar a oposição e ser afirmativo, ainda que isso exija medidas difíceis de explicar para a população que está habituada a se informar pelo Instagram e WhatsApp.

    O preço político das medidas será pago pela atual governadora, que já enfrenta uma onda de notícias mal-informadas ou simplesmente desinformadas, que nada dizem sobre a necessidade de se fazer algo. Os críticos do pacote apresentado pelo governo Fátima estão de olho nas eleições de 2026. O governo e sua equipe econômica estão olhando para as próximas décadas.

  • Natália venceu debate da Band por nocaute já no primeiro round

    Natália venceu debate da Band por nocaute já no primeiro round

    O único a encaixar – dos muitos golpes que Paulinho Freire (UB) ensaiou contra sua adversária na noite de ontem – foi referente aos repasses irregulares da saúde estadual para os municípios e entidades conveniadas. Ponto alto de Paulinho, e só.

    A campanha de Paulinho tem explorado no dia de hoje uma suposta agressividade de Natália Bonavides (PT) durante o debate. Natália seguiu o manual de debates no estilo americano – estratégia parecida com o básico do xadrez: ocupe o centro do tabuleiro.

    Mas não foi apenas no tabuleiro que Natália acuou Paulinho. Em sua primeira pergunta, confrontou diretamente o adversário sobre a falsa polêmica da liberação de furtos de celular. Uma fraude intelectual que tem movido ânimos no 2º turno.

    Natália alternou ataques certeiros e concretos, diretamente vinculados à estratégia errática do marketing de Paulinho, com a defesa de sua atuação parlamentar e a exposição de pontos-chave de seu programa.

    Paulinho se apequenou. O conheço e sei que possui atributos intelectuais em muito superiores aos que vem demonstrando nos debates, o que não o salvará aos olhos da maioria dos eleitores, que apenas agora passou a conhecê-lo.

    O próprio Paulinho ficou constrangido quando a mediadora do debate pediu que Natália se afastasse do oponente. Pareceu a tia do colégio protegendo um frágil favorito. Aquela cena ( com o desconforto de Paulinho diante de sua impotência ao tentar defender a narrativa furada de seu marketing) resumiu o debate.

    A Band deveria ter encerrado o confronto já no primeiro round, por questões de humanidade. Foi nocaute técnico dos primeiros 15 segundos às considerações finais. E sobre os pontos do debate de ontem, teremos muito o que falar a semana inteira.

  • Pesquisa Ranking / O Potengi falhou em captar intensificação da migração massiva de votos na última semana

    Pesquisa Ranking / O Potengi falhou em captar intensificação da migração massiva de votos na última semana

    A pesquisa Ranking/O Potengi divulgada no último sábado ouviu 3 mil eleitores da capital nos dias 1 e 2 de outubro de 2024. Com 36,30% dos votos válidos, Carlos liderava as intenções de voto. O vencedor do 1º turno, Paulinho, apareceu em 3º, com 30,61%.

    Desconsiderando a margem de erro da amostra, que foi de 1,8% para mais ou para menos, temos que nossa pesquisa registrou uma tendência de votação de Paulinho inferior àquela que saiu das urnas no dia 6 de outubro. A distância entre os números que o Ranking verificou entre os eleitores natalenses nos dias 1 e 2  de outubro e votação final de Freire foi 50.148 votos.

    Já Carlos Eduardo apareceu em nossa pesquisa com uma projeção de votos inversamente proporcional à diferença projetada para Paulinho Freire. Abertas as urnas, Carlos teve 45.399 a menos que aqueles projetados pela pesquisa Ranking.

    Há sempre – e temos o dever de admitir – a possibilidade de a pesquisa ter sido ineficiente em capturar o movimento do eleitorado. Contudo, a última pesquisa Ranking / O Potengi para o 1º turno em Natal foi aquela que entrevistou o maior número de eleitores na capital (3 mil), tendo também a menor margem de erro dentre todas as pesquisas registradas, apenas 1,8%.

    Os números da pesquisa divulgada em nosso podcast no dia 6 de outubro mantêm uma tendência consistente com os das aferições anteriores, apontando um relativo crescimento de Paulinho e Natália sobre Carlos Eduardo. Ainda assim, considerando a evolução dos números das pesquisas Ranking, foram mais de 29 mil votos que teriam migrado de Carlos para Paulinho para além da média de migração de votos estabelecida pelas pesquisas Ranking.

    Vamos aos fatos…

    Os votos de Carlos Eduardo

    Carlos Eduardo apareceu em 22 de setembro com 40,57% das intenções de votos na pesquisa Ranking, caindo para na semana seguinte 33,73% e oscilando para 36,30% na última pesquisa. Calculando a média de Carlos nos últimos sete dias, temos que – na margem de erro – o ex-prefeito teria entre 34,2% e 36,8% no dia 2 de outubro.

    Em sete dias, Carlos Eduardo viu suas intenções de voto caírem 13,3% – uma média de 1,9% por dia.

    Portanto, a projeção do Instituto Ranking para o dia 6 de outubro (mantida a tendência estável de suas três últimas pesquisas) seria Carlos ter um piso de 31,6%, contando com a margem de erro de 1,8%.

    Pela projeção da pesquisa Ranking, Carlos teria 122.698 votos no dia 6 de outubro. Ele teve 93.013 – 29.685 votos a menos que o projetado por nossa pesquisa.

    Os votos de Paulinho Freire

    Paulinho Freire, que entre as duas últimas pesquisas Ranking foi de 24,30% para 30,61%, apresentou uma sólida tendência de crescimento na casa 26% em suas intenções de voto no período.

    Pela projeção da tendência de crescimento apontada pela pesquisa Ranking, Paulinho teria no dia 6 de outubro entre 136.459 e 138.961 votos. Ele teve 171.146; foram 32.185 votos a mais que o teto projetado pelo instituto.

    Nossa pesquisa não explica a migração de quase 30 mil votos de Carlos para Paulinho

    PROJEÇÃO DA PESQUISA PARA 6 DE OUTUBRO
    CandidatoVotaçãoProjeção
    Ranking*
    Diferença
    Paulinho Freire (UB)171.146138.961-32.185
    Natália Bonavides (PT)110.483120.3639.880
    Carlos Eduardo (PSD)93.013122.69829.685
    Outros13.6448.114-5.530
    * A projeção apresentada pondera a média das variações nas intenções de voto de Paulinho Freire e Carlos Eduardo nas últimas pesquisas Ranking para a capital, levando em conta a tendência de crescimento/decrescimento apresentada pelo candidatos sobre os quatro dias entre o fim das entrevistas no campo (2 de outubro) e a data da votação.

    Como conclusão direta dos números apresentados, temos que a última pesquisa Ranking / O Potengi para a Prefeitura de Natal falhou em detectar a tendência de migração de mais de 29 mil votos que de Carlos Eduardo teriam partido rumo à cesta de votos de Paulinho Freire.

    Temos que – nos quatro dias que antecederam a votação – nossa pesquisa projetava uma migração massiva de 21 mil votos de Carlos Eduardo para Paulinho Freire. Embora sejam números já impressionantes, o que vimos foram quase 50 mil eleitores realizando esse movimento. Pela crueza dos números que divulgamos, precisamos admitir que a pesquisa não explica 29 mil votos de Paulinho Freire.

    Disso decorrem duas possibilidades que ainda precisam entender melhor. A primeira é que tenhamos sido ineptos ao planejar e conduzir a pesquisa. Adotando como critério a Navalha de Ockham, esta é a possibilidade mais provável.

    A outra, que carece de maior conhecimento sobre o que ocorreu nos bairros de Natal entre os dias 3 e 6 de outubro, é de que neste período algum fator, do tipo que não cabe a uma pesquisa verificar, teria entrado em campo e virado quase 30 mil votos, mirando diretamente o eleitorado de Carlos Eduardo e o excluindo do 2º turno. É improvável, pelo que podemos afirmar e comprovar, que isso tenha acontecido. Não se viu a campanha de Paulinho Freire nas ruas, sequer no dia da votação.

    O que nos resta é tentar entender melhor o ocorrido e por ora admitir nosso erro, pelo qual pedimos desculpas a nossos leitores.

    As pesquisas Ranking para o 1º turno em Natal

    O jornal O Potengi registrou quatro pesquisas para o 1º turno na capital potiguar. Confira os resultados abaixo.

  • Apenas Ranking, Qualitá e Veritá acertaram Natália no 2º turno em Natal

    Apenas Ranking, Qualitá e Veritá acertaram Natália no 2º turno em Natal

    A eleição para a Prefeitura de Natal em 1º turno foi marcada pela guerra de pesquisas. Cada candidato adotou como verdadeira aquela que melhor o apresentava. Abertas as urnas, é hora de avaliar o desempenho dos diferentes institutos e dar aos eleitores informações confiáveis de como julgar agentes e metodologias que merecem credibilidade.

    O resultado final, com a passagem de Paulinho Freire e Natália Bonavides para o 2º turno desmoronou as previsões da grande maioria dos institutos, inclusive do parceiro deste jornal, o Ranking Brasil, que projetava Carlos e Natália no 2º turno.

    Das onze pesquisas analisadas, oito erraram a segunda colocação da candidata petista Natália Bonavides. As exceções foram Ranking, Qualitá e Veritá.

    Confira abaixo o que cada um dos onze institutos previram para a votação de Natália em comparação com o resultado das urnas.

    Natália Bonavides (PT) – Votação: 28,45%
    INSTITUTOPrevisãoDiferençaPeríododas Entrevistas
    Veritá28,86%0,41%27/09 a 01/10
    Qualitá29,44%0,99%01/10
    TCM/TSDois25,93%-2,52%26 a 30/09
    Ranking Brasil31,00%2,55%01-03/10
    Quaest25,00%-3,45%04-05/10
    Seta/Blog do BG31,90%3,45%30/09 a 01/10
    DataVero24,55%-3,90%02 a 04/10
    Consult23,40%-5,05%27 a 30/09
    AtlasIntel34,60%6,15%29/09 a 04/10
    Futura21,50%-6,95%03/10
    Exatus19,16%-9,29%01-02/10
  • Carlos vence último debate entre candidatos à Prefeitura de Natal, realizado na noite de ontem

    Carlos vence último debate entre candidatos à Prefeitura de Natal, realizado na noite de ontem

    Reprodução do YouTube.

    Carlos Eduardo (PSD) teve o melhor desempenho entre os quatro candidatos presentes ao debate de ontem à noite, na Inter TV Cabugi. Seguro e bem informado, ele se valeu da experiência de ter sido quatro vezes prefeito da capital e desmontou com facilidade as narrativas que os marqueteiros das campanhas adversárias armaram para colocá-lo em situações difíceis que pudessem ser exploradas em cortes para as redes sociais.

    Prova disso foi o momento mais controverso da atuação de Carlos no debate, a tensão entre ele e Paulinho Freire, que está sendo divulgada como uma confusão do porte das arengas de Marçal e Datena. O exagero na exploração deste fato isolado e até insignificante mostra que Carlos não caiu nas ciladas.

    Paulinho Freire tem sido punido em todos os debates por um marketing anacrônico, apegado a soluções mágicas e a um discurso que só reverbera nos cafés de Petrópolis. Suando às bicas e muito nervoso, ele sentiu – já no primeiro bloco – que a estratégia traçada para o confronto contra Carlos falhou. Levou várias invertidas e quase tudo o que disse sobre o adversário acabou recaindo sobre o próprio Paulinho.

    Natália, que teve o melhor pessoal em todos os demais debates, também mostrou certo nervosismo nesta oportunidade. Ainda que tenha mantido a qualidade e a comunicação direta que marcam seu marketing de campanha, não esteve no mesmo nível de suas aparições anteriores. Muito disso se deve, creio, ao surpreendente desempenho de Carlos no debate, que frustrou a expectativa geral de que ele cometeria erros fatais a serem explorados na reta final.

    Já Rafael Motta, embora ainda em crise de identidade e afetado por maneirismos, teve sua melhor participação em um debate (e mesmo entre as entrevistas que concedeu) neste ano. Encerra sua discreta participação na eleição com dignidade.

  • Candidatos de Rede e PSB manifestam desejo de apoiar Carlos Eduardo

    Candidatos de Rede e PSB manifestam desejo de apoiar Carlos Eduardo

    Um grupo de candidatos a vereador dos partidos Rede e PSB manifestou nesta sexta-feira (20) a intenção de integrar a campanha a prefeito de Carlos Eduardo (PSD), que segue liderando as pesquisas de intenção de voto na capital potiguar.

    O discurso predominante entre as lideranças que integram os dois grupos é de que Carlos reúne as melhores condições de liderar a reconstrução da cidade com o apoio de uma base progressista.

    A manifestação ocorre na sequência do ato de ontem, quando o ex-vereador e presidente do MDB em Natal, Júlio Protásio, anuncio seu apoio à candidatura de Carlos Eduardo em concorrido evento no clube Albatroz.

  • Paulinho Freire vence segundo debate entre candidatos a prefeito de Natal

    Paulinho Freire vence segundo debate entre candidatos a prefeito de Natal

    Debate foi protagonizado por Paulinho e Natália, que apresentaram aos eleitores visões claras de seus projetos políticos e da visão que têm sobre a gestão do interesse público. Foto: reprodução

    O debate promovido ontem pelo grupo Dial, que reúne a 98 FM e a Jovem Pan, apostou em novo formato e acertou. Com mais tempo e liberdade para os candidatos se expressarem e exporem seus pontos de vista e contradições, enfim pudemos ver os postulantes ao Palácio Felipe Camarão revelar o que pensam e planejam para o futuro de nossa cidade.

    Embora as “propostas” tenham sido requentadas e banais, a abordagem feita pelos candidatos e os meios pelos quais pretendem implementar suas ações permitiram ao eleitor compreender os diferentes projetos políticos que disputam seu voto.

    A noite foi protagonizada por Paulinho Freire (União) e Natália Bonavides (PT). E – como veremos agora – tivemos o confronto de duas visões distintas da sociedade e da gestão pública: à direita, o liberalismo social de Paulinho; à esquerda, a social-democracia identitária de Natália.

    Paulinho problematizou mais e elevou o nível do debate

    Paulinho venceu o debate porque fugiu das narrativas vazias, respeitou a inteligência do eleitor e trouxe propostas para as quais tinham em mente os caminhos para executá-las.

    Dos três contendores da noite de ontem, Paulinho Freire foi o de melhor desempenho por ter conseguido conduzir discussões relevantes, a exemplo do que fez em suas intervenções sobre infraestrutura, transporte, saúde e educação.

    Paulinho não apelou para o discurso fácil de prometer melhorias sem considerar a realidade financeira do Município e os limites da gestão pública. Foi o caso dos temas que giraram em torno da necessidade de ampliação dos serviços públicos municipais.

    Enquanto Natália e Rafael optaram pelas respostas de sempre – mais concursos e melhores salários -, Paulinho ousou tratar o problema com seriedade. Primeiro, reconheceu que a defasagem no quadro técnico das prefeituras (todas, não apenas a de Natal) é gigante. Diante desse quadro pouco promissor, ele falou com clareza de dois obstáculos no caminho de qualquer tentativa de resolução: a falta de capacidade do Município em assumir novas despesas e a lentidão nos processos de contratação e treinamento de profissionais via concursos públicos.

    E foi neste ponto que Paulinho marcou sua principal diferença em relação aos demais candidatos. Propôs em diversas ocasiões a construção de parcerias com a iniciativa privada para ampliar a capacidade de atendimento à população da cidade. Voucher para creches, convênios com clínicas privadas, contratação de empresas para destravar processos de licenciamentos. Com estas propostas, Paulinho marcou posição em defesa de um novo modelo de gestão, priorizando os resultados dos serviços públicos e contornando as limitações impostas pelo orçamento estrangulado e pela burocracia engessante que marcam o Estado brasileiro.

    Já Natália e Rafael, nesse quesito, se prenderam às soluções milagrosas. Natália falou em concursos e valorização salarial, sem explicar como isso seria possível (ou por que não é possível, por exemplo, nos governos Federal e Estadual que estão sob o comando do PT). Rafael sacou da cartola a panaceia da tecnologia, com direita a inteligência artificial e tudo – mais pareceu, neste caso, candidato à Secretaria de Inovação que prometeu criar.

    Outro ponto forte de Paulinho no debate de ontem foi Fátima Bezerra. O deputado federal soube explorar com competência as contradições da gestão estadual, expondo o choque entre realidade e “narrativas”, como disse o candidato.

    Paulinho também obteve pontos ao contrapor suas ações e emendas em prol da capital às políticas do Governo do Estado e do próprio mandato de Natália, que relegaram a cidade ao segundo plano em suas prioridades.

    Embora tenha longa carreira política no parlamento, esta é a primeira incursão de Paulinho em disputas majoritárias. Ontem, o candidato do União Brasil ainda mostrou um tanto do nervosismo que exibiu no primeiro debate desta eleição, mas foi beneficiado pelo formato do debate que lhe deu mais tempo para executar suas estratégia de aprofundar as discussões e trazer dados para embasar suas respostas.

    No primeiro debate, Paulinho foi o mais prejudicado pelo formato adotado. Com réplicas e tréplicas de 30 segundos, o debate anterior pareceu mais uma gincana de influenciadores do Instagram se revezando em intervenções curtas e lacradoras. Com mais tempo para expôr seu preparo e a quantidade de dados que pesquisou para embasar suas propostas, Paulinho ganhou confiança e cresceu a cada bloco.

    Paulinho venceu o debate porque fugiu das narrativas vazias, respeitou a inteligência do eleitor e trouxe propostas para as quais tinham em mente os caminhos para executá-las.

    Natália madura e focada no eleitor de esquerda

    Se não repetiu seu desempenho no primeiro debate, foi porque Natália – ao ter que se aprofundar nos temas – revelou aquele que deverá ser o principal desafio de sua promissora carreira política, o medo de se distanciar do discurso da esquerda identitária que marca sua trajetória parlamentar.

    A mais jovem dentre os seis candidatos à Prefeitura de Natal em 2024, Natália foi – em ambos os debates – a que mostrou mais segurança e melhor desempenho diante das câmeras. A deputada mostra que tem capacidade de liderar a renovação da esquerda potiguar e dá sinais de que fará isso com qualidade, provavelmente maior que esta que temos hoje.

    Contudo, com um debate que estimulou o aprofundamento das discussões, o projeto de Natália acabou mostrando suas fragilidades. Exemplo disso foram as evasivas que marcaram algumas de suas respostas.

    Por pelo menos duas ocasiões, Natália não abordou o ponto central dos questionamentos. Quando perguntada acerca de seus planos para explorar os potenciais e desafios do novo Plano Diretor da capital, Natália usou seus dois minutos quase inteiros para falar aos servidores técnicos da Prefeitura sobre temas de interesse da categoria: concursos e reajuste salarial. Foi um momento revelador do ponto mais fraco da atuação da deputada no debate ontem, sua ainda excessiva concentração nas pautas da esquerda identitária.

    No debate sobre o sistema de transportes públicos, o programa de Natália propõe uma ampliação da gestão do poder público sobre os serviços. Falou sobre ampliação do número de linhas de ônibus, mas esqueceu de avaliar o impacto disso na tarifa.

    Quando confrontada por Paulinho Freire acerca das condições das estradas estaduais que atravessam Natal, Natália praticamente não respondeu, preferindo uma retórica otimista voltada para militância de esquerda.

    Em outras ocasiões, deu-se momentos parecidos. Quando do debate sobre as políticas para o desenvolvimento e o turismo, Natália não entrou diretamente nas questões levantadas: papel do Plano Diretor, da engorda de Ponta Negra e da revitalização da orla.

    Natália teve um momento que merece ser enaltecido, quando trouxe para a discussão o trabalho de cuidado não remunerado, que recai sobretudo nos ombros das mulheres. Trata-se de um tema ainda muito distante da realidade social brasileira, mas cabe o registro de que é louvável que a deputada o tenha introduzido na agenda pública natalense. (Sobre o tema, deixamos a recomendação de leitura da filósofa Nancy Fraser.)

    Se não repetiu seu desempenho no primeiro debate, foi porque Natália – ao ter que se aprofundar nos temas – revelou aquele que deverá ser o principal desafio de sua promissora carreira política, o medo de se distanciar do discurso da esquerda identitária que marca sua trajetória parlamentar.

    Rafael na busca de um caminho em meio à polarização

    Rafael tem tudo para ser protagonista na tardia e necessária renovação da elite política potiguar. Mas para isso precisará superar a crise de identidade e ter a coragem de tomar posições claras, que digam a seus muitos eleitores o que ele pensa e pretende.

    Rafael Motta (Avante), embora jovem, já é experimentado em debates eleitorais e tem uma respeitável trajetória no legislativo. Nos parece que a única justificativa para o nervosismo que demonstrou nos dois primeiros debates desta eleição se dá pela dificuldade que tem enfrentado em renovar sua identidade política.

    Um marketing inábil tem mantido Rafael com um pé na esquerda (que já o abandonou)  e um dedão do pé na direita (que não sente firmeza em suas posições). Desta forma, Rafael busca a imagem de renovação e alternativa à polarização, mas falha na construção dessa identidade.

    “Existem doenças que podem ser diagnosticadas através de videochamadas. Isso facilita e deixa com que as pessoas deixem de lotar algumas UPA’s e UBS’s”, disse no debate. Claro que não vamos implicar com falhas naturais das frases que têm que ser improvisadas ao vivo. Mas a frase exemplifica bem o que pretendemos argumentar: Rafael tenta forjar um caminho político que nem ele sabe qual será. E nesse caminho apela à magia da tecnologia e aos encantos da juventude.

    Rafael tem tudo para ser protagonista na tardia e necessária renovação da elite política potiguar. Mas para isso precisará superar a crise de identidade e ter a coragem de tomar posições claras, que digam a seus muitos eleitores o que ele pensa e pretende.

    Mas ele mandou bem na referência ao jogo do tigrinho no final do debate.

  • Dos 428 candidatos a vereador em Natal, apenas 54 têm chances reais de eleição

    Dos 428 candidatos a vereador em Natal, apenas 54 têm chances reais de eleição

    O sistema eleitoral brasileiro estimula a proliferação de candidaturas proporcionais e cria nos eleitores a ilusão de uma competitividade que nem de longe é real; neste ano, a imensa maioria dos candidatos a vereador em Natal terão como única missão bater esteira para aqueles poucos que realmente estão na disputa

    Nossa equipe realizou para esta matéria uma extensa análise da viabilidade eleitoral dos mais de 400 candidatos que concorrem a uma das 29 vagas de vereador na capital potiguar. A análise levou em conta as regras eleitorais que definem como as vagas são distribuídas e buscou mensurar o potencial de cada nominata e candidato a partir de critérios como histórico em votações, bases de apoio e estrutura humana e financeira para as campanhas – o que, obviamente, nem é fácil nem muito se faz dispondo de informações transparentes e confiáveis, por motivos igualmente óbvios.

    Mesmo diante das obscuras dificuldades da empreitada, pudemos chegar a algumas conclusões reveladoras, que serão compartilhadas com nossos leitores nesta e nas próximas cinco edições semanais de O Potengi e também em nosso portal na internet.

    A disputa real pela vereança
se concentra em poucos

    Hoje, falaremos de como as regras eleitorais forjam a ilusão de uma competitividade irreal nas disputas pelo parlamento – e isso em qualquer cidade do país.

    Ao todo, foram registradas 18 nominatas de partidos ou federações para concorrer às 29 cadeiras na Câmara Municipal de Natal, somando 428 candidatos.

    A quantidade de votos que cada nominata precisa obter para eleger um vereador é chamada de quociente eleitoral (QE), que é calculado dividindo o total de votos válidos para vereador pelo número de vagas em disputa.

    O QE para vereador em Natal, na última eleição, foi de 12.440 (360.756 votos válidos divididos por 29). Embora represente um crescimento de 5,42% em relação à eleição de 2016, o QE de 2020 foi inferior ao de 2012, que chegou a 13.169 votos (foram 381.924 votos válidos em 2012, 21.168 a mais que em 2020).

    A redação de O Potengi projeta que nesta eleição retomaremos os patamares de 2012, apesar da recente perda de eleitores da capital. Arredondamos nossa projeção para 13.200 votos. Ou seja, a cada porção de 13.200 votos para vereador que um partido ou federação obtiver, terá direito a um assento na Câmara.

    Mas as regras são ainda mais complicadas que isso. Caso uma chapa obtenha 80% do QE, ela poderá disputar eventuais “sobras” de vagas (vagas que não foram distribuídas pela obtenção de porções integrais do quociente). A própria matemática da eleição torna praticamente impossível que não haja sobras. Então elas têm que entrar no cálculo.

    Isso significa que a chapa que obtiver 10.560 votos entra na disputa por uma vaga, desde que…

    Desde que – e a complicação não para por aí – o candidato mais votado da chapa tenha um mínimo de 20% dos votos equivalentes ao quociente eleitoral. Segundo nossas projeções, para ser eleito pelas sobras, um candidato terá que alcançar no mínimo 2.640 votos.

    Ou seja, para saber aproximadamente quantos candidatos têm chances reais de eleição na disputa de vereador em Natal temos que calcular duas coisas: quantas chapas podem alcançar um mínimo de 10.560 votos para vereador e, dentro delas, quantos candidatos têm potencial para ser o escolhido de pelo menos 2.640 eleitores.

    Na real, são 11 chapas e 54 candidatos
em disputa por 29 vagas na Câmara

    De cara, podemos descartar da disputa real sete das chapas que concorrem na eleição proporcional em Natal. Elas não têm viabilidade para obter o mínimo de 10.560 votos, portanto seus candidatos – mesmo que alcancem os 2.640 sufrágios – estão fora da disputa. Contudo, seus votos serão computados para o cálculo do QE.

    As sete chapas inviáveis (escreveremos sobre elas nas próximas edições) reúnem 105 candidatos a vereador – na disputa real, só restam 323.

    Agrupados nas 11 chapas que têm reais condições de alcançar ao menos o equivalente a 80% do quociente eleitoral, contabilizamos apenas 54 candidatos que apresentam no momento perspectivas de disputar pelos 2.640 votos que serão o ponto de corte mais provável desta eleição.

    Dez desses 11 partidos ou federações muito provavelmente elegerão ao menos um vereador em 6 de outubro. E apenas quatro deles (União, REP, PSDB e FBE), somados, ficarão com no mínimo 18 das 29 cadeiras – podendo, no limite, chegar a concentrar até 21 – mais de 75% da Câmara.

    Tendência é a concentração de votos em poucos

    Na última eleição, apenas 28 candidatos alcançaram os 20% do quociente eleitoral (2.488 votos). Naquela ocasião, tivemos 736 candidaturas a vereador. Na atual, são 428 – 308 candidatos a menos. Fora essa queda de mais de 40% no número de postulantes, também verificamos que os principais candidatos de 2024 trabalham com metas mais elevadas e maiores previsões de gastos, devido tanto às novas regras eleitorais que passam a valer este ano quanto pela concentração de nomes fortes em poucas chapas.

    Continua

    Ao longo da próxima semana, começando segunda-feira (2) pela chapa de vereadores do União Brasil, traremos análises diárias das 11 chapas que – segundo cremos – são aquelas com chances reais de eleger ao menos um vereador em nossa capital no próximo dia 6 de outubro.

  • A campanha já vai começar; que comece o debate

    A campanha já vai começar; que comece o debate

    No último sábado (3) se encerrou, na prática, o período de convenções eleitorais em Natal. Temos as chapas majoritárias definidas, após meses de especulações e negociações de toda sorte. No dia 16, as campanhas ganham oficialmente as ruas e chegam à rede de rádio e televisão no dia 30.

    Os bandeiraços, comícios e carreatas vão começar. Mas será que terá início o debate acerca dos projetos dos candidatos para enfrentar os enormes desafios que atrasam o progresso de nossa capital?

    Caso mantenha-se o atual nível das discussões, podemos aguardar uma campanha de baixo nível e nada propositiva. Há uma clara tendência em todo o país pela polarização ideológica das eleiçẽs municipais, o que pode reforçar a tendência natural ao vazio de ideias (leia o artigo Ismênio Bezerra sobre o tema).

    Certamente os temas morais e os ataques darão o tom das primeiras semanas. E se as pesquisas não indicarem reação dos eleitores, este será o único tom da campanha.