A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) defendeu, nesta semana, uma medida que poderia ajudar a reduzir os preços de alimentos nas prateleiras: a alteração da validade de produtos alimentícios. A proposta já havia sido encaminhada ao Governo Federal em 2024, visava permitir que produtos como biscoitos e massas, que ainda estivessem em boas condições após o vencimento, pudessem ser vendidos com preço reduzido, ao invés de serem descartados. A ideia foi descartada pelos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), que na época, afirmaram que a iniciativa não seria adotada pelo governo.
Em uma nota divulgada na quarta-feira, 22, a Abras reafirmou a importância da proposta, defendendo que ela poderia ser uma solução eficaz para controlar a inflação e tornar o acesso a alimentos mais acessível, principalmente para as famílias de baixa renda. “As propostas que apresentamos têm o potencial de gerar um impacto significativo, não só no controle da inflação, mas também na criação de empregos e no fortalecimento de uma economia mais justa e sustentável”, disse João Galassi, presidente da associação.
A proposta é inspirada em modelos já adotados em outros países, como os Estados Unidos, que utilizam a expressão “Best Before” (melhor consumir até…), que permite que produtos não perecíveis, ainda próprios para consumo, sejam vendidos após a data de validade com um preço reduzido. A medida visa combater o desperdício de alimentos, uma vez que muitos produtos são descartados antes mesmo de chegar ao fim de sua vida útil.
Além dessa proposta, a Abras também sugeriu ao governo o apoio da Caixa Econômica Federal para implementar o auxílio-alimentação para trabalhadores do setor e a possibilidade de vender medicamentos sem receita médica nos supermercados, uma medida que visaria facilitar o acesso a remédios mais baratos.