A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu, nesta segunda-feira (2), a fabricação, venda, distribuição, propaganda e uso de três marcas de pó para preparo de bebida sabor café após a detecção da substância tóxica ocratoxina A (OTA), considerada imprópria para o consumo humano. A determinação atinge todos os lotes das marcas Melissa, Pingo Preto e Oficial, que também deverão ser recolhidos do mercado.
A decisão foi tomada após o Ministério da Agricultura desclassificar os produtos em 25 de maio, apontando graves irregularidades na composição e rotulagem. Laudos laboratoriais revelaram que, embora os rótulos indicassem a presença de “polpa de café” e “café torrado e moído”, os fabricantes utilizavam ingredientes de qualidade inferior, como grãos crus, resíduos e materiais considerados inaceitáveis para o consumo.
Entre as impurezas encontradas nos lotes analisados estavam pedras, areia, sementes de outras plantas, galhos, folhas e cascas, todas em quantidade acima do limite legal de 1%. O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov), Hugo Caruso, chegou a afirmar, em abril, que os produtos eram fabricados com “lixo da lavoura”.
A Duas Marias, empresa responsável pela marca Melissa, contestou as acusações à época da ação do Ministério da Agricultura. A companhia alegou que o produto “não é comercializado nem rotulado como ‘café torrado e moído” e que a formulação usada é “alternativa e legalmente permitida”.
A substância detectada, a ocratoxina A, é uma micotoxina produzida por fungos e pode estar presente em alimentos como grãos, café e carnes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a OTA tem potencial tóxico, com efeitos graves sobre os rins e possível relação com o surgimento de tumores e doenças inflamatórias crônicas. Há também risco de comprometimento do sistema imunológico e do desenvolvimento fetal, segundo estudos recentes.
*Com informações do Agora RN
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