A deputada federal Carla Zambelli anunciou através de uma carta dirigida ao ministro da Justiça italiano que iniciou uma greve de fome como protesto contra o processo de extradição solicitado pelo governo brasileiro. Na missiva enviada ao ministro Carlo Nordio, a parlamentar afirmou que manterá a greve de fome até que a autoridade italiana negue formalmente seu retorno compulsório ao Brasil.
Em seu manifesto, Zambelli declarou estar convencida de que o ministro não tomou a melhor decisão e que apenas ele poderia interromper seu protesto, mediante a recusa do pedido de extradição que a colocaria em liberdade. A parlamentar utilizou linguagem contundente, alegando ser vítima de perseguição política e sugerindo que a manutenção da decisão colocaria o ministro “de mãos dadas com o próprio demônio”.
O caso jurídico da deputada segue em tramitação na Corte de Cassação da Itália, onde sua defesa interpôs recurso contra decisão anterior da Corte de Apelação de Roma que manteve a prisão cautelar da brasileira. Recentemente, a Procuradoria de Justiça italiana emitiu parecer contrário à soltura de Zambelli da prisão de Rebibbia, onde se encontra detida desde o final de julho.
A situação carcerária da parlamentar decorre de sua condenação no Brasil a dez anos de prisão pelos crimes de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça e inserção de documentos falsos. Com base em acordo de extradição entre os dois países, as autoridades brasileiras acionaram formalmente a Itália para que a condenada retorne ao território nacional e cumpra a pena em solo brasileiro.
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