A imoralidade da venda de mando de campo 







A venda de mando de campo voltou a ser autorizada pela CBF em 2018. De acordo com o artigo 15 do Regulamento Geral das Competições da CBF de 2024,  o mando de campo das partidas deverá ser exercido no limite da jurisdição da Federação a que pertença o clube mandante, devendo cada clube informar à DCO, antes do início do competição, o estádio por este indicado, situado na cidade onde o clube tenha sua sede permanente.

§1° – O clube que queira deslocar partidas para outro estádio deverá demonstrar que, de maneira nenhuma, esta prática representa: (i) prejuízo ao equilíbrio técnico da competição; (ii) prevalência do interesse econômico particular do clube, em detrimento dos aspectos técnicos da competição; (iii) prejuízo da presença dos torcedores do clube mandante no estádio escolhido; (iv) privilégio de qualquer natureza em favor do clube adversário, como inversão ou comercialização do mando de campo; entre outros aspectos a serem avaliados pela DCO. 

§5° – Não será autorizada a transferência de partida para outro estado nos últimos cinco mandos de campo de cada clube em competições ou fases de pontos corridos e nos dois últimos dois mandos de campo em competições de mata-mata.

Para conseguir uma renda extra, alguns clubes acabam abrindo mão da vantagem de jogar em casa. A venda de mando de campo causa descontentamento de seus torcedores e impacta diretamente nos programas de sócios-torcedores das equipes. 

Além disso, a venda de mando de campo acaba trazendo prejuízo para o equilíbrio técnico da competição. A competição se torna mais injusta, haja vista que cria a diferença entre os competidores, na medida em que uns jogam como visitante e outros jogam em campos neutros. Existe uma diferença, por exemplo, de enfrentar o Juventude em Caxias do Sul a enfrentá-lo em Brasília.

No último domingo, o Vasco enfrentou o Palmeiras, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília-DF. A partida registrou público no futebol brasileiro neste ano. Com 62.186 pessoas no estádio. A renda bruta do duelo chegou a R$ 7.496.563. Pelas imagens da tv, ficou evidente uma divisão de torcida, algo que não aconteceria se a disputa acontecesse em São Januário. 

A CBF e os clubes não deveriam permitir tal coisa, pois nem tudo que é legal é moral. Com a venda de mando de campo, a competição perde um pouco da credibilidade e desvaloriza o produto futebol.


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A venda de mando de campo voltou a ser autorizada pela CBF em 2018. De acordo com o artigo 15 do Regulamento Geral das Competições da CBF de 2024,  o mando de campo das partidas deverá ser exercido no limite da jurisdição da Federação a que pertença o clube mandante, devendo cada clube informar à DCO, antes do início do competição, o estádio por este indicado, situado na cidade onde o clube tenha sua sede permanente.

§1° – O clube que queira deslocar partidas para outro estádio deverá demonstrar que, de maneira nenhuma, esta prática representa: (i) prejuízo ao equilíbrio técnico da competição; (ii) prevalência do interesse econômico particular do clube, em detrimento dos aspectos técnicos da competição; (iii) prejuízo da presença dos torcedores do clube mandante no estádio escolhido; (iv) privilégio de qualquer natureza em favor do clube adversário, como inversão ou comercialização do mando de campo; entre outros aspectos a serem avaliados pela DCO. 

§5° – Não será autorizada a transferência de partida para outro estado nos últimos cinco mandos de campo de cada clube em competições ou fases de pontos corridos e nos dois últimos dois mandos de campo em competições de mata-mata.

Para conseguir uma renda extra, alguns clubes acabam abrindo mão da vantagem de jogar em casa. A venda de mando de campo causa descontentamento de seus torcedores e impacta diretamente nos programas de sócios-torcedores das equipes. 

Além disso, a venda de mando de campo acaba trazendo prejuízo para o equilíbrio técnico da competição. A competição se torna mais injusta, haja vista que cria a diferença entre os competidores, na medida em que uns jogam como visitante e outros jogam em campos neutros. Existe uma diferença, por exemplo, de enfrentar o Juventude em Caxias do Sul a enfrentá-lo em Brasília.

No último domingo, o Vasco enfrentou o Palmeiras, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília-DF. A partida registrou público no futebol brasileiro neste ano. Com 62.186 pessoas no estádio. A renda bruta do duelo chegou a R$ 7.496.563. Pelas imagens da tv, ficou evidente uma divisão de torcida, algo que não aconteceria se a disputa acontecesse em São Januário. 

A CBF e os clubes não deveriam permitir tal coisa, pois nem tudo que é legal é moral. Com a venda de mando de campo, a competição perde um pouco da credibilidade e desvaloriza o produto futebol.




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