62% dos alimentos no Brasil são ultraprocessados



Ícone de crédito Mais quatro relatórios devem ser divulgados até 2026.




62% dos alimentos no Brasil são ultraprocessados





Ícone de crédito Mais quatro relatórios devem ser divulgados até 2026.


Um levantamento do Ministério da Saúde, em parceria com a Anvisa, a Opas e a USP, revelou que 62% dos alimentos e bebidas embalados lançados no Brasil entre novembro de 2020 e novembro de 2024 são ultraprocessados. Apenas 18,4% se enquadram como produtos in natura ou minimamente processados. Os dados integram o projeto “Monitoramento da rotulagem de alimentos no Brasil”, que acompanha o perfil nutricional de novos produtos e subsidia políticas públicas voltadas à alimentação saudável.

De acordo com a pesquisadora Ana Paula Bortoletto, da USP, o estudo considerou lançamentos em todas as regiões do país, abrangendo mudanças de tamanho, sabor, embalagem e formulação. A classificação dos produtos segue o método Nova, adotado pelo Guia Alimentar para a População Brasileira, que divide os alimentos em quatro categorias conforme o grau de processamento industrial.

O levantamento também trouxe resultados positivos sobre a presença de gordura trans. O pesquisador Marcone Leal, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), analisou mais de 300 amostras de óleos e alimentos processados e não encontrou vestígios dessa substância, o que confirma a eficácia das medidas de restrição implementadas pela Anvisa. Segundo a consultora da Opas, Luisete Bandeira, o Brasil está entre os países das Américas que mais avançaram na eliminação das gorduras trans da cadeia alimentar.

Ainda assim, o relatório do Nupens/USP aponta que alguns produtos continuam declarando gordura trans nos rótulos, o que reforça a importância do monitoramento contínuo da legislação. O projeto prevê a publicação de mais quatro relatórios até agosto de 2026, com atualizações sobre a composição dos alimentos disponíveis no mercado nacional.

Desde outubro de 2024, todos os produtos que se enquadram nos critérios da RDC nº 429/2020 devem apresentar rotulagem nutricional frontal, com informações claras e visíveis ao consumidor. Essa medida integra as políticas públicas de alimentação e nutrição e tem como objetivo orientar escolhas mais saudáveis, aumentar a transparência na indústria alimentícia e garantir maior proteção à saúde da população brasileira.


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