A Justiça do Rio Grande do Norte determinou que o policial militar reformado Wendel Fagner Cortez de Almeida, conhecido como Wendel “Lagartixa”, e outros três acusados enfrentarão um júri popular pelos crimes de triplo homicídio e tentativas de homicídio ocorridos em Natal no ano de 2022. A decisão foi divulgada na noite desta terça-feira (3), mas ainda não há data marcada para o julgamento.
Além de Wendel Lagartixa, os réus são o ex-deputado estadual João Maria da Costa Peixoto, o policial militar da ativa Francisco Rogério da Cruz e o ex-policial militar Roldão Ricardos dos Santos Neto. Todos enfrentam acusações de três homicídios qualificados consumados e três tentativas de homicídios qualificados, referentes ao ataque que vitimou Yago Lucena Ferreira, Rommenigge Camilo dos Santos e Felipe Antoniere Araújo, e feriu Matheus Lucena Ferreira, Francisco de Medeiros Silva e Alexandre Vieira da Silva.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), os crimes ocorreram em 29 de abril de 2022 em um estabelecimento comercial no bairro da Redinha. Naquela ocasião, os réus teriam invadido o local e aberto fogo contra os presentes, resultando na morte de três pessoas e ferimentos graves em outras três, que sobreviveram por circunstâncias fora do controle dos acusados.
Além das acusações de homicídio e tentativa de homicídio, João Maria da Costa Peixoto enfrentará uma acusação adicional de fraude processual. A denúncia aponta que Peixoto tentou obstruir as investigações ao remover provas da cena do crime, complicando ainda mais a apuração dos fatos.
O caso ganha destaque não apenas pela gravidade dos crimes, mas também pelo envolvimento de figuras conhecidas. Wendel Lagartixa, que havia sido eleito deputado estadual com o maior número de votos em 2022, teve seu registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral e não chegou a tomar posse. Em julho de 2024, a Justiça determinou sua prisão preventiva, reafirmando as graves implicações legais de seu envolvimento nos crimes.
Crimes
De acordo com a denúncia da promotoria do Estado, em 29 de abril de 2022, em um estabelecimento comercial no bairro da Redinha, o PM, os dois ex-policiais militares e o quatro homem invadiram o local e abriram fogo contra as pessoas presentes. Três vítimas perderam a vida no ataque, enquanto outras três sobreviveram por circunstâncias alheias à vontade dos agressores. A denúncia do MPRN aponta que João Maria da Costa Peixoto tentou obstruir as investigações ao recolher provas da cena do crime.