A Barragem de Umari, terceiro maior reservatório de água do Rio Grande do Norte, alcançou sua capacidade máxima e transbordou na madrugada desta segunda-feira (20). O presidente do Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn), Paulo Sidney, confirmou o evento, que é conhecido como sangria, ocorrido por volta das 3h30.
Esta é a segunda sangria consecutiva da barragem, que também transbordou em 9 de abril de 2023, após um intervalo de 14 anos. Oficialmente denominada Barragem Senador Jessé Pinto Freire, o reservatório está localizado no município de Upanema, na região Oeste do estado. Desde a conclusão de sua construção em 2002, esta é a terceira vez que a barragem sangra.
Segundo o Igarn, a água excedente segue pelo rio do Carmo, que se encontra com o Rio Mossoró e desagua no mar em Areia Branca. Paulo Sidney destacou a surpresa positiva com a ocorrência da sangria este ano. “A gente já tinha perdido um pouco da esperança que ela sangrasse esse ano, porque já havia chegado muito perto e não sangrou, mas houve uma forte chuva em Campo Grande, ontem, que provocou essa sangria”, explicou.
De acordo com o boletim divulgado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn) na manhã desta segunda, a chuva registrada em Campo Grande foi de 162,4 milímetros, o que contribuiu significativamente para o transbordamento.
A barragem de Umari tem uma capacidade de armazenamento de 292,8 milhões de metros cúbicos de água, sendo superada apenas pela barragem Armando Ribeiro Gonçalves, com 1,9 bilhão de m³, e pela barragem Santa Cruz, em Apodi, com 482 milhões de m³. Apesar de sua grande capacidade, a água da barragem de Umari não é destinada ao abastecimento humano, sendo utilizada principalmente para irrigação agrícola.
As sangrias, além de serem um espetáculo natural, representam uma esperança renovada para os agricultores da região, que dependem da água da barragem para manter suas plantações.