Tensão entre facções criminosas se eleva e região do Potengi não está isenta de risco



Foto: Magnus Nascimento/TN Foto: Magnus Nascimento/TN




A Tribuna do Norte apurou informações acerca do racha que tem ocorrido no Sindicato do Crime, e que tem gerado uma facção dissidente que se chama Comando 84 (CMD 84). Quem reforça essa tese é o juiz Henrique Baltazar Vilar dos Santos, que também afirma que o controle que o Estado ainda tem do sistema prisional fez as facções precisarem mudar suas formas de ações por não deterem esse controle.

O juiz diz ainda que “A história que os presos falam nas cadeias é de que houve uma cisão do Sindicato RN, que desde 2015 tinha um acordo com o Comando Vermelho, que fornecia armas e drogas. O que temos escutado é que houve um rompimento, com alguns boatos correndo”. Segundo Baltazar, a disputa de espaço entre o Comando Vermelho e o Sindicato do Crime pode levar a um acirramento do conflito, com tomadas de regiões e territórios para controle do tráfico de drogas no Rio Grande do Norte. O golpe interno no Sindicato favoreceria a facção rival, o que geraria o cenário para um aumento nas disputas por “quebradas”.

Até onde podem crescer essas tensões?

Baltazar fala que o aumento da ofensiva vinda de uma facção e a necessidade de defender-se da outra gera a convicção de que o que haverá é uma guerra por territórios. “nisso termina inocentes morrendo, com bala perdida, alguém estando em um local sem ter nada a ver com a história”. Isso porque, mesmo com a cisão, o Sindicato do Crime continua sendo maioria nas unidades prisionais do RN e comanda a maior parte do tráfico no estado. Ou seja, seus territórios não seriam tomados facilmente, o que sugere o aumento da violência que ele especula.

Apesar do cenário de tensões, o ponto que trouxemos no começo da matéria arrefece os riscos. Segundo o juiz, o sistema penitenciário no RN ainda está “controlado”. Desde 2019, por exemplo, não são mais encontrados celulares no Complexo de Alcaçuz; pelo menos é o diz a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária.

E o Potengi?

Apesar de o RN manter o controle no sistema prisional, é preciso manter os olhos abertos, pois além das três facções mencionadas, o estado tem visto crescer o número de associações criminosas. O Primeiro Comando da Capital (PCC), por exemplo, tem células no Seridó, no Oeste e em Macaíba, e a cearense Guardiões do Estado (GDE) já se expande pelo Rio Grande do Norte tendo Mossoró e regiões circunvizinhas como porta de entrada. Já a atuação do CMD 84, dissidente do Sindicato do Crime, se dá fundamentalmente na região do Potengi, especialmente Bom Jesus, São Tomé e São Paulo do Potengi.


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A Tribuna do Norte apurou informações acerca do racha que tem ocorrido no Sindicato do Crime, e que tem gerado uma facção dissidente que se chama Comando 84 (CMD 84). Quem reforça essa tese é o juiz Henrique Baltazar Vilar dos Santos, que também afirma que o controle que o Estado ainda tem do sistema prisional fez as facções precisarem mudar suas formas de ações por não deterem esse controle.

O juiz diz ainda que “A história que os presos falam nas cadeias é de que houve uma cisão do Sindicato RN, que desde 2015 tinha um acordo com o Comando Vermelho, que fornecia armas e drogas. O que temos escutado é que houve um rompimento, com alguns boatos correndo”. Segundo Baltazar, a disputa de espaço entre o Comando Vermelho e o Sindicato do Crime pode levar a um acirramento do conflito, com tomadas de regiões e territórios para controle do tráfico de drogas no Rio Grande do Norte. O golpe interno no Sindicato favoreceria a facção rival, o que geraria o cenário para um aumento nas disputas por “quebradas”.

Até onde podem crescer essas tensões?

Baltazar fala que o aumento da ofensiva vinda de uma facção e a necessidade de defender-se da outra gera a convicção de que o que haverá é uma guerra por territórios. “nisso termina inocentes morrendo, com bala perdida, alguém estando em um local sem ter nada a ver com a história”. Isso porque, mesmo com a cisão, o Sindicato do Crime continua sendo maioria nas unidades prisionais do RN e comanda a maior parte do tráfico no estado. Ou seja, seus territórios não seriam tomados facilmente, o que sugere o aumento da violência que ele especula.

Apesar do cenário de tensões, o ponto que trouxemos no começo da matéria arrefece os riscos. Segundo o juiz, o sistema penitenciário no RN ainda está “controlado”. Desde 2019, por exemplo, não são mais encontrados celulares no Complexo de Alcaçuz; pelo menos é o diz a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária.

E o Potengi?

Apesar de o RN manter o controle no sistema prisional, é preciso manter os olhos abertos, pois além das três facções mencionadas, o estado tem visto crescer o número de associações criminosas. O Primeiro Comando da Capital (PCC), por exemplo, tem células no Seridó, no Oeste e em Macaíba, e a cearense Guardiões do Estado (GDE) já se expande pelo Rio Grande do Norte tendo Mossoró e regiões circunvizinhas como porta de entrada. Já a atuação do CMD 84, dissidente do Sindicato do Crime, se dá fundamentalmente na região do Potengi, especialmente Bom Jesus, São Tomé e São Paulo do Potengi.




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