Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, declarou que “houve planejamento de um golpe” e que “o Supremo decidiu, temos que respeitar”, referindo-se à condenação do ex-presidente pelo STF. As afirmações, feitas durante evento político em Itu (SP), geraram reações imediatas de aliados radicais de Bolsonaro, que acusam o presidente do partido de estar “rifando” o ex-presidente.
O evento contou com a presença de governadores como Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG) e Ratinho Júnior (PR), além dos presidentes do PSD e do PP, todos vistos como possíveis alternativas a Bolsonaro na corrida presidencial de 2026. Valdemar acrescentou que o Supremo apenas agiu com o apoio do governo Lula e que “nunca houve golpe efetivamente”, mas as ponderações não evitaram as críticas.
Figuras próximas a Bolsonaro reagiram publicamente. Paulo Figueiredo, aliado de Eduardo Bolsonaro, escreveu: “Não estamos nesta m*** de dar gosto à toa”. O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles respondeu: “Não foi por falta de aviso”. Já Fábio Wajngarten, ex-ministro e advogado de Bolsonaro, questionou: “Não é possível mais ouvirmos e nos calarmos. Chega”.
Avaliações entre bolsonaristas indicam que as declarações de Valdemar refletem uma movimentação do Centrão para abandonar Bolsonaro e acelerar a definição de um candidato viável para 2026, sendo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o nome preferido do grupo. A família Bolsonaro, no entanto, resiste a perder influência nesse processo. Preocupa o Centrão o fato de que Bolsonaro, conhecido por seguir seu próprio ritmo, pode postergar a indicação de um candidato até o último momento, potencialmente obstruindo a construção de uma candidatura competitiva, assim como Lula fez em 2018.
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