Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) irão paralisar as atividades por 48 horas nesta quinta (22) e sexta-feira (23). A paralisação foi aprovada em assembleia geral do Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior (Sintest-RN) e tem como objetivo cobrar do Governo Federal o cumprimento integral do acordo firmado com a categoria em 2024, após a greve nacional das universidades.
Segundo os servidores, a paralisação é um ato em defesa do serviço público e uma resposta ao não cumprimento de compromissos assumidos pelo governo, incluindo a recomposição salarial, a valorização da categoria e a realização de concursos públicos. A categoria também denuncia a demora na efetivação do plano de carreira e na revitalização de cargos técnicos nas instituições federais de ensino.
Durante os dois dias de mobilização, estão programados atos públicos em Natal e Mossoró. Na capital, o cronograma prevê:
- Quinta-feira (22): Ato às 9h na Reitoria da UFRN, seguido de caminhada pelo Campus Universitário.
- Sexta-feira (23): Concentração às 9h no Departamento de Odontologia da UFRN (DOD), na Avenida Salgado Filho, com caminhada até a sede da Superintendência Regional de Administração do Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) no RN.
Em Mossoró, os servidores da Ufersa farão uma ação solidária de doação de sangue no Hemocentro da cidade. Os participantes devem informar que são filiados ao Sintest-RN para registrar a ação como parte da mobilização.
Histórico de luta
Em 2024, a categoria técnico-administrativa das universidades federais esteve em greve por quase dois meses, entre maio e julho. Na ocasião, o movimento pressionou o governo por reajuste salarial, reestruturação da carreira e melhorias nas condições de trabalho. O acordo firmado previa reajuste escalonado de 8% — sendo 4% em 2025 e outros 4% em 2026 —, além de medidas voltadas à realização de concursos e fortalecimento do serviço público.
No entanto, segundo o Sintest-RN, parte desses compromissos ainda não foi cumprida, o que motivou a nova mobilização. “Não aceitaremos o descaso com os trabalhadores da educação pública federal. Estamos lutando não apenas por salários, mas por respeito, dignidade e pela manutenção de um serviço público de qualidade para toda a população”, destacou a direção do sindicato.
A paralisação é mais um capítulo na disputa entre servidores públicos federais e o governo em torno das pautas salariais e estruturais que, segundo os trabalhadores, continuam sendo negligenciadas.
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